[Vídeo] O Abandono da Cidade Universitária da UEA
A equipe da Amazônia Latitude esteve em Iranduba em julho e documentou o abandono das obras da Cidade Universitária da UEA (Universidade do Estado do Amazonas).
Anunciado com pompa quando começou a ser construído em 2014, o projeto até hoje não foi concluído. As obras que previam espaços residenciais, comerciais e turísticos estão paralisadas desde 2017.
A Cidade Universitária já consumiu R$ 92 milhões de um orçamento de R$ 300 milhões.
Exemplo do abandono milionário é a construção da estrada que daria acesso à “maior obra de educação superior do estado’, feita pela construtora Etam em 2014. A estrada de R$ 42 milhões virou um percurso de oito faixas que leva a uma construção em ruínas.
Em 2017, quando as obras da Cidade Universitária foram abandonadas, o Ministério Público Federal (MPF) questionou o licenciamento ambiental da área, apontando danos ambientais.
A área da Cidade Universitária é próxima ao Parque Nacional de Anavilhanas e à Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, onde vivem comunidades ribeirinhas.
Em nota, a UEA afirma que a obra foi paralisada pela gestão interior do governo estadual por falta de recursos, havendo ainda uma decisão judicial obrigando a paralisação de atividades na área. “O governo e UEA buscam realizar um Estudo de Viabilidade Técnica para a implantação de um parque tecnológico no local”, diz.
Veja a vídeo-reportagem:
Leia a nota completa da Universidade Estadual do Amazonas:
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) informa que o projeto “Cidade Universitária” foi idealizado pelo então Governador Omar Aziz e apresentado à sociedade amazonense em julho/2012 como um grande complexo urbano com espaços residenciais, comerciais, eixos viários, áreas de lazer, de turismo e serviços públicos e, ainda, com a proposta de abrigar o campus da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com toda a sua amplitude e alcance de sua finalidade.
As obras da Cidade Universitária foram suspensas na gestão do Governador José Melo, sob o argumento de que não havia recursos suficientes para a respectiva execução. Nesse ínterim, a decisão judicial emanada do Processo n.º 100167523.2017.4.01.3200 – Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em face do Estado do Amazonas – por alegados danos ambientais à área, impuseram a total paralisação e execução de atividades na área. Esclarece ainda que toda a responsabilidade das atividades, no que se diz respeito a Cidade Universitária, foi da Unidade Gestora da Cidade Universitária do Amazonas, cuja finalidade, competência e estrutura estão definidas pela Lei n. 3.828/2012, foram naturalmente afetadas.
A situação se modificou com a posse do Governador Wilson Lima, o qual tem demonstrado preocupação com a questão. Em reunião conjunta com a Gestão Superior da Universidade estabeleceu a possibilidade de se aproveitar as obras já iniciadas dos três edifícios para abrigar o primeiro Parque Tecnológico. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Região Metropolitana de Manaus (Seinfra) adotou todas as providências, no sentido de promover ações e obras, visando mitigar os danos ambientais apontados, as quais já foram concluídas, de forma a reduzir o carreamento de terras na área da localidade da Cidade Universitária.
No atual momento, o Governo do Estado do Amazonas busca, através da UEA, a realização de um Estudo de Viabilidade Técnica e captação de investimentos financeiros para a instalação do primeiro Parque Tecnológico nos prédios a serem finalizados na Cidade Universitária.