Bom Futuro na Bolívia? A gigante brasileira da soja coloca INPA, uma ilha de floresta de 30 mil hectares, em risco

No nordeste da Chiquitanía, INPA é um dos últimos bastiões de manejo florestal sustentável frente ao avanço da soja e da pecuária. Agora que a empresa brasileira Bom Futuro a está comprando, a sobrevivência da floresta está em jogo diante de uma expansão agrícola sem limites.

A floresta do INPA, em toda a sua majestade, núcleo de vida de uma riqueza natural indispensável para a Chiquitania. Foto: Revista Nómadas.
A floresta do INPA, em toda a sua majestade, núcleo de vida de uma riqueza natural indispensável para a Chiquitania. Foto: Revista Nómadas.
A floresta do INPA, em toda a sua majestade, núcleo de vida de uma riqueza natural indispensável para a Chiquitania. Foto: Revista Nómadas.

A floresta do INPA, em toda a sua majestade, núcleo de vida de uma riqueza natural indispensável para a Chiquitania.
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Em meio ao avanço incontível da fronteira agropecuária na Chiquitanía boliviana, uma ilha de floresta de cerca de 30.019 hectares se mantém como uma raridade paisagística e ecológica. Com uma área comparável à de um município como Oruro ou Cochabamba, ela se localiza no coração da principal frente de desmatamento do país, que se estende de Urubichá e Concepción até San Ignacio de Velasco e San Miguel de Velasco, no nordeste chiquitano.

O mais impactante é que, vista pelas imagens de satélite, a propriedade aparece com nitidez como um grande retângulo verde, cada vez mais isolado em meio a pastagens e monoculturas, no cruzamento de Concepción, San Ignacio de Velasco e San Miguel de Velasco, que estão entre os primeiros em desmatamento a nível nacional. A cada ano, essa diferença se acentua: enquanto tudo ao redor já foi desmatado ou está sendo pouco a pouco, essa ilha permanece como um remanescente intacto de floresta, lar de inúmeras espécies de fauna e flora, e um pulmão verde cuja singularidade se destaca com mais força à medida que o entorno se degrada.

A floresta que abriga vida: O desmatamento mostra seus dentes nos arredores da propriedade de 30.000 hectares. Fonte: Elaboração da Revista Nómadas.

A floresta que abriga vida: O desmatamento mostra seus dentes nos arredores da propriedade de 30.000 hectares. Fonte: Elaboração da Revista Nómadas.

Este último paraíso natural da zona tem um nome: INPA. É uma propriedade de 30.019 hectares de terra privada com vocação florestal, na qual há décadas se realiza manejo florestal e exploração de suas madeiras mais valiosas. Por anos, através da empresa INPA Parket LTDA, foi propriedade de uma família boliviano-holandesa que, cansada de litígios e pressões, e até tentativas de invasão de grupos interculturais, decidiu se desfazer dela. Essa empresa de porte médio exportou, entre 2021 e 2023, cerca de US$700.000 (R$3.724.000,00) anuais em produtos derivados de sua exploração madeireira.

Em 2023, Poul Roosenboom, um dos proprietários do terreno INPA, declarou à Revista Nómadas se sentir esgotado. Embora uma decisão judicial de 2019 tenha garantido a vocação florestal do terreno, as tentativas de invasão e a falta de compradores interessados em conservar a floresta o levaram a colocá-lo à venda. Há fontes que afirmam que o preço fixado foi de 20 milhões de dólares, com a grande incerteza de que o futuro comprador compartilhe a visão ecologista de sua irmã Ella, que insistia em encontrar alguém disposto a respeitar a natureza deste último grande pulmão verde da Chiquitanía.

Este imóvel cumpre a função de corredor ecológico, regulador hídrico e reserva de biodiversidade, em uma paisagem cada vez mais dominada por monoculturas e pastagens implantadas. Sua conservação tem um impacto que vai além de seus limites: serve como barreira contra incêndios, contribui para a manutenção do microclima local e retém carbono em uma das zonas mais afetadas pelas mudanças climáticas na Bolívia. Não obstante, este equilíbrio está à beira do colapso. A pressão de desmatamento, particularmente entre 2016 e 2019, já chegou a tocar suas bordas, com indícios de incursões a partir de terras fiscais vizinhas.

Hoje, parece que este paraíso florestal chega ao fim, segundo os relatos de compra do imóvel pela Bom Futuro, a empresa de soja brasileira de alcance mundial, pertencente ao ramo da família Maggi liderada por Eraí Maggi, conhecido como o “rei da soja” no Brasil. Eraí é primo de Blairo Maggi, ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2016–2019) no governo de Jair Bolsonaro, e dono do outro grande conglomerado de soja do país: a Amaggi.

A Bom Futuro é hoje uma das companhias mais importantes do setor de soja brasileiro e projeta faturar entre US$1,6 e 2 bilhões em 2025. Frente a esses números, a compra do terreno INPA, com um valor de venda reportado de US$ 20 milhões (cerca de US$ 660 por hectare), é relativamente barata se comparada aos US$ 350 milhões que a empresa desembolsou por 43.000 hectares no Mato Grosso, a um custo de cerca de US$ 8.140 por hectare.

Imagem de satélite que mostra o contraste entre o retângulo verde intacto da propriedade e as áreas desmatadas ao redor, na região de Concepción, San Ignacio e San Miguel de Velasco. Fonte: Revista Nómadas.

Imagem de satélite que mostra o contraste entre o retângulo verde intacto da propriedade e as áreas desmatadas ao redor, na região de Concepción, San Ignacio e San Miguel de Velasco. Fonte: Revista Nómadas.

Quanto à floresta do terreno INPA, em teoria, está protegida por lei, pois se trata de uma terra de vocação florestal registrada como empresa privada desde 2006, quando os direitos foram transferidos para a INPA Parket Ltda. Em 2011, seu Plano Geral de Manejo (PGM) foi atualizado sobre os 30.019 hectares, mas em 2019 o proprietário solicitou um corte do PGM e apresentou um Plano de Ordenamento Predial (POP).

Um executivo da Autoridade de Fiscalização e Controle Social de Florestas e Terras (ABT) explicou à Revista Nómadas que esse POP reclassificou a propriedade da seguinte maneira: 25.867 hectares foram destinados a manejo florestal sustentável, 1.585 hectares a um sistema silvipastoril natural (o que implica desmatamento para pecuária), e o restante se manteve como áreas de proteção. O POP foi aprovado em 2020 pela Direção Departamental da ABT em Santa Cruz, que ressalta que o desmatamento autorizado é mínimo e não supera 10% do imóvel, em zonas de baixa densidade florestal.

A ABT salienta que, por se tratar de uma empresa privada já titulada pelo INRA, o proprietário pode definir o sistema produtivo no âmbito do Plano de Uso do Solo (PLUS), mas deve manter pelo menos 30% como área de proteção. Para qualquer modificação adicional, é exigido um Certificado de Aptidão de Uso do Solo (CAUS), emitido pela Prefeitura. A Nómadas evidenciou, por análises de satélite, que até a data, apenas 87 ha de cobertura florestal foram perdidos até 2023.

A Revista tentou obter a versão da Bom Futuro e de Poul Roosenboom para que pudessem confirmar a venda dol INPA. Mas, nenhum respondeu. No caso da Bom Futuro, foi escrito para o seu e-mail oficial em seu site e nunca houve retorno. Também foi escrito para seu perfil institucional no Linkedin para pedir o contato da pessoa encarregada de Relações Públicas, sem sucesso. A tentativa de contato com Poul, por sua vez, foi por ligação telefônica. Esta foi negada. 

O avanço do agronegócio nos arredores do INPA não dá trégua. Fonte: Revista Nómadas.

O avanço do agronegócio nos arredores do INPA não dá trégua. Fonte: Revista Nómadas.

A importância dos 30.019 hectares

O que representam os 30.019 hectares do INPA em sua área de influência? Qual é o avanço da fronteira agropecuária nessa zona?

Segundo uma análise técnica realizada pela Revista Nómadas, em um raio de 40 km ao redor do centro do INPA, encontramos uma zona de 502.735 hectares, uma superfície equivalente a quatro municípios de Santa Cruz de la Sierra. Nessa zona, o desmatamento era praticamente nulo antes de 1996. E de 1986 a 2012, apenas 28.016 hectares de floresta haviam sido desmatados, menos de 6% de sua superfície. No entanto, a partir de 2012, essa zona vive uma ascensão impressionante da perda de floresta.

Há 13 anos, em 2012, 86% da área ainda era floresta, o que significava 431.249 hectares. Naquele momento, 41,8% se situava em terras fiscais, 19,6% em terra empresarial, 9,9% em terra comunitária (camponesa), 9,4% em terra média, 7% em Terras Comunitárias de Origem (TCO) e 5,6% em pequena propriedade. Desde então, 127.988 hectares de floresta foram perdidos em um ritmo cada vez mais alto, com uma média superior a 10.000 hectares por ano entre 2021 e 2023.

Os dados da análise são contundentes: a maior parte do desmatamento na zona de amortecimento de 40 km que cerca o imóvel INPA se concentra em terras fiscais (41%) e empresariais (21%), seguidas por propriedades camponesas (9%), médias (11%), comunais indígenas (6%) e pequenas propriedades privadas (6%). Esta configuração reflete um padrão de ocupação territorial onde a concentração e o modelo produtivo dominante (pecuária extensiva e monoculturas como a soja) se impõem sobre as práticas mais sustentáveis.

A correlação entre tipo de posse e taxa de desmatamento é clara. As propriedades fiscais e empresariais concentram quase três quartos da perda de floresta na área circundante. Entre todas essas categorias, encontram-se também os imóveis de diferentes colônias menonitas, que experimentaram uma expansão muito importante nos últimos anos.

Isso não é casualidade. Nesta zona, que representa apenas 0,7% das florestas do país, concentrou-se, entre 2012 e 2023, 4,6% de todo o desmatamento registrado a nível nacional. Neste contexto, INPA não é apenas uma ilha de floresta, mas também uma anomalia econômica: um imóvel de grande tamanho que, em vez de produzir commodities para exportação, continua armazenando biodiversidade. Seu destino depende de um fio, dado que o uso que lhe darão seus novos donos, ao qual a Revista Nómadas tentou acessar em várias oportunidades sem conseguir resposta, ainda é incerto. Embora, claramente, o “rei da soja”, que possivelmente teria comprado o imóvel por 20 milhões de dólares, surpreenderia se o destinasse à conservação ou decidisse investir em uma nova concessão florestal.

Mas antes, existe uma história recente de INPA que pode esclarecer como os interesses por esse imóvel e sua terra florestal são muito mais complexos, mas todos apontam para o mesmo desfecho: o fim de suas florestas.

Há colônias menonitas desmatando nos arredores do INPA, como mostra esta foto, cujo desmatamento atravessou um aquífero importante para a região. Foto: Revista Nómadas.

Há colônias menonitas desmatando nos arredores do INPA, como mostra esta foto, cujo desmatamento atravessou um aquífero importante para a região. Foto: Revista Nómadas.

A história

Antes de ser adquirido pelos irmãos Roosenboom em 2001, o imóvel de 30.000 hectares era dividido em três propriedades de diferentes donos, como demonstra o primeiro  registro de Direitos Reais. Em 28 de março de 2005, foi realizada a transferência definitiva das três parcelas de terrenos: Santa Rosita, Amazônia e San Alejandro.

Sobre uma superfície de 30.019 hectares, as propriedades Amazônia, Santa Rosita e San Alejandro, que fazem divisa ao Norte com terrenos baldios, terras fiscais, e a propriedade Santo Tomás e ao Leste com a propriedade Santo Tomás e o imóvel de Julio C. F., passam a se chamar INPA Exploitatie.

O INPA consegue a Certificação FSC, um padrão de aproveitamento sustentável de madeiras. No entanto, e apesar de contar com um plano de manejo florestal, o imóvel foi parcialmente ocupado por grupos interculturais em 2017, os quais foram desalojados.

Neste contexto, seis anos depois, Poul Roosenboom decidiu vender a propriedade. Embora ele prefira não falar sobre o assunto, e menos ainda com jornalistas, aceitou receber a Nómadas em seu escritório na INPA Parket, em Concepción, em 2023. Ali, de forma concisa, declarou ter colocado o imóvel de 30.000 hectares à venda porque já estava cansado. Sobre o preço, afirmou que pedia o valor de mercado: 20 milhões de dólares.

Sua irmã, Ella Roosenboom, de sensibilidade ambiental, decidiu procurar na Holanda compradores que respeitem a vocação florestal da propriedade. Mas, pelo que se sabe, não conseguiu esse propósito.

Apesar de não ter a confirmação da venda, existe uma grande preocupação de várias instituições que têm informação sobre a possível transação. A Central Indígena de Comunidades Originárias de Lomerío (CICOL) e a Organização de Mulheres Indígenas Monkox de Lomerío (OMIML) fizeram um pronunciamento oficial em que expressam seu rechaço a qualquer tentativa de mudança de uso do solo na área. O documento assinala que esta transformação, ao não contar com consulta prévia, livre e informada, “viola os direitos territoriais e ambientais” e coloca em risco a vida da floresta seca chiquitana.

Os líderes indígenas alertam sobre quatro ameaças imediatas: a perda de cobertura florestal e biodiversidade; a contaminação de fontes de água por agrotóxicos; a alteração do equilíbrio climático local, com secas e incêndios mais severos; e a fragmentação cultural e territorial das comunidades. “Sem floresta não há vida, sem território não há cultura”, conclui a declaração.

A preocupação não é apenas indígena. Em 31 de julho, María Luisa Salvatierra, diretora executiva da CFV/FSC Bolívia, e Patricia Patiño, diretora da APCOB, enviaram uma carta ao diretor da Autoridade de Florestas e Terras (ABT), Luis Roberto Flores Orellana, solicitando sua intervenção para impedir qualquer autorização de desmatamento ou mudança de uso no imóvel.

Ambas as instituições lembraram que se trata de uma área com vocação florestal reconhecida e advertiram que sua perda significaria hipotecar um patrimônio ecológico vital para o país e para as gerações futuras. CFV/FSC Bolívia é o Conselho Boliviano para a Certificação Florestal Voluntária, uma associação civil sem fins lucrativos que promove a gestão florestal sustentável sob os padrões do Forest Stewardship Council (FSC), uma organização internacional que certifica as florestas e produtos derivados delas para garantir que provêm de um manejo responsável.

O alarme se sustenta em um contexto ambiental e legal preciso. A floresta de INPA constitui o último grande corredor que conecta a Chiquitanía com a Amazônia, hábitat de onças-pintadas e espécies ameaçadas, e fonte de água para as comunidades locais. A zona, além disso, está protegida pela Sentença Agroambiental Plurinacional S1ª nº 13/2019, que estabelece seu uso florestal obrigatório e proíbe a conversão agrícola.

Uma análise do que acontece na propriedade do INPA e em seus arredores. Fonte: Revista Nómadas.

Uma análise do que acontece na propriedade do INPA e em seus arredores. Fonte: Revista Nómadas.

A versão da ABT

O futuro do INPA, uma floresta de 30.019 hectares na Chiquitanía de Santa Cruz, despertou preocupação entre comunidades e instituições que temem seu desmatamento após a notícia de sua possível venda à empresa brasileira Bom Futuro. No entanto, a Autoridade de Florestas e Terra (ABT) sustenta que a normativa vigente blinda a vocação florestal destas terras.

Franz Valdez, diretor-geral de Manejo de Floresta e Terra, explicou que INPA atualizou em 2011 seu Plano Geral de Manejo (PGM) e em 2019 solicitou um corte para apresentar um novo Plano de Ordenamento Predial (POP), aprovado em agosto de 2020.

Esse plano estabelece que 25.867 hectares devem ser mantidos sob manejo florestal sustentável, 1.585 hectares podem ser destinados a um sistema silvipastoril natural (pecuária com desmatamento controlado) e o restante se mantém como áreas de proteção. “A mudança de uso do solo não supera 10% do imóvel, se localiza em zonas de baixa densidade florestal e está plenamente autorizada”, ressalta Valdez.

De acordo com a ABT, imagens de satélite recentes confirmam que não foram realizados desmatamentos no imóvel. As aberturas visíveis correspondem a caminhos e currais/cercados planejados nos 55 Planos Operacionais Anuais (POAs) que INPA apresentou historicamente para seu aproveitamento florestal. Somente em 2024, a empresa registrou dois POAs, o que demonstra continuidade em sua atividade.

A pressão dos desmatamentos não dá trégua perto do INPA. Foto: Revista Nómadas.

A pressão dos desmatamentos não dá trégua perto do INPA. Foto: Revista Nómadas.

Não obstante, Valdez admitiu a existência de um vazio legal que preocupa: os infratores que desmatam de maneira ilegal para atividades agrícolas podem pagar uma multa e, na prática, “regularizar” a mudança de uso do solo. “Se um proprietário desmata para soja, incorre em descumprimento grave. A multa é de 190 UFVs por hectare (equivalente a Bs 547) e o POP é revogado. Mas se paga a sanção, já não se pode multar novamente pela mesma superfície”, disse. Aplicando essa multa sobre a superfície do imóvel que não conta com permissão de desmatamento, chegaria a ser uns Bs 15 milhões, o que é um pouco mais de US$1 milhão, e um montante muito acessível para uma empresa como a Bom Futuro.

O funcionário destacou que INPA não pode legalmente se dedicar à agricultura intensiva, e que o novo proprietário, seja quem for, deve se reger pelo POP aprovado. “Nossa ação se ativa quando se detecta um descumprimento, não de maneira preventiva, porque a propriedade está titulada como privada pelo INRA”, esclarece.

Em contraste com a pressão desflorestadora que cerca o imóvel, alimentada por colônias menonitas e interculturais, INPA mantém um valor ambiental chave. “A conservação deste corredor biológico é vital para o equilíbrio da Chiquitanía. Se o setor florestal desaparece, a ABT perde sua razão de ser”, conclui Valdez.

Sob este panorama, a pressão é dupla: de fora, por um modelo territorial que premia o desmatamento; e de dentro, pela incerteza sobre o destino de sua floresta associada à mudança de proprietários. Nesse cenário, INPA se converte em um caso-teste. Sua defesa não é apenas uma questão ambiental, mas também uma oportunidade política: um ponto de partida para replanejar o modelo de posse, uso e financiamento do solo na Chiquitanía. Sua conservação poderia marcar um precedente valioso para demonstrar que outro desenvolvimento é possível, um que não precise arrasar a floresta para gerar bem-estar.

A propriedade do INPA se mantém como um pulmão único em toda a região, cercada por áreas desmatadas. Foto: Revista Nómadas.

A propriedade do INPA se mantém como um pulmão único em toda a região, cercada por áreas desmatadas. Foto: Revista Nómadas.

Para futuro acompanhamento do imóvel INPA

Para dar seguimento ao que ocorrer no INPA, compartilhamos com vocês dois recursos complementares. O propósito é que a sociedade civil tenha acesso à informação necessária para poder monitorar o desmatamento que possa ou não ocorrer futuramente no dito imóvel:

  • Para o grande público, disponibilizamos o polígono do imóvel na plataforma Global Forest Watch (GFW), uma ferramenta pública que permite de forma acessível visualizar a cobertura florestal e receber notificações de alertas de perda de floresta e incêndios.

GFW – Imóvel INPA: www.globalforestwatch.org/dashboards/aoi/68d14b98716826001565d0bc

  • Para pessoas com manejo de ferramentas de análise geoespacial, é habilitado o acesso ao polígono do imóvel através do Google Earth Engine (GEE). Isso inclui tanto o asset quanto um script para baixá-lo como shapefile (requer uma conta ativa no GEE):

Asset no GEE: projects/caeqlamb/assets/Nomadas/Predio_INPA

Script para download como shapefile: https://code.earthengine.google.com/0c35aa9af404ebe747b38369fd5601fb 

  • Adicionalmente, para os usuários do Google Earth, compartilhamos o link onde poderão acessar e visualizar o imóvel INPA:

Google Earth: https://earth.google.com/earth/d/1oaBH_zoj-t5kKWIroJIxJX7HFEfBtehw?usp=sharing

 

Este texto foi publicado originalmente em espanhol pela Revista Nómadas. Acesse a versão original aqui.

Stasiek Czaplicki é economista ambiental especializado em cadeias de valor agropecuárias e florestais, com mais de 10 anos de experiência. Pesquisador e ativista boliviano focado em desmatamento e em investigação corporativa e financeira. Possui uma ampla trajetória em ONGs nacionais e internacionais, organismos multilaterais e think tanks globais (WWF, FAO, Climate Focus, Oxfam, CIPCA).

Lucia Mercado é engenheira ambiental com experiência em impulsionar processos de melhoria contínua focados na gestão ambiental. Seu trabalho se orienta para a identificação e gestão de riscos ambientais, sociais e climáticos, utilizando ferramentas de visualização de dados e modelagem geoespacial.

Carlos Quezada Lambertin é esquisador do Instituto de Investigações Socioeconômicas (IISEC) da Universidade Católica Boliviana, e doutorando na Universidade de Gante (Bélgica). Sua pesquisa se concentra em manejo de áreas úmidas (ou alagadas) andinas, produção agrícola sustentável, governança florestal, degradação de terras e impactos socioambientais. Ele desenvolveu estudos em diversos ecossistemas da Bolívia, integrando modelagem agrícola-ambiental, análise geoespacial e metodologias participativas. Seu trabalho busca compreender e fortalecer a resiliência dos sistemas socioecológicos frente a pressões ambientais e transformações territoriais.

Edição: Juliana Carvalho
Montagem da página: Alice Palmeira
Direção: Marcos Colón

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