Perseverança pela vida indígena vai da luta corpo a corpo à educação

Reportagem mostra os caminhos que diferentes gerações de mulheres indígenas traçaram a fim de preservar seus territórios e modos de vida

“Quem tem território tem colo, e que tem colo tem cura”, essa fala e outras acalentaram os corações das mulheres indígenas e de alguns de seus familiares que saíram a pé, de barco, balsa e ônibus e chegaram ao Distrito Federal para reagir às ameaças de Bolsonaro contra os direitos constitucionais dos povos indígenas. O acampamento da primeira Marcha das Mulheres Indígenas foi montado na Fundação Nacional de Artes (Funarte) e proporcionou que diversas etnias compartilhassem o mesmo ambiente. Entre os dias 09 e 13 de agosto, as gerações indígenas mostraram que o presente tem semelhança com o passado, e que o futuro tende a repetir as mesmas doses de resistência pela vida contra as violências permanentes vindas da elite econômica e política do país.

Ingrid Guajajara, 21 anos, indígena do Maranhão, configura o perfil ideal para um paralelo entre duas gerações de mulheres indígenas. Ela compartilhava o receio de Lucilene Lopes Guajajara, Joselinda Apurinã e Márcia Guarani quanto ao contato com a mídia. As mulheres convidadas para a produção desta reportagem temiam por não compreender bem as perguntas a serem feitas. Frutos de povos com línguas nativas próprias, elas se envergonhavam por não falar perfeitamente o português e o pedido comum que saia de todas era “você pode fazer perguntas simples?”.

50 anos de vida indígena, Lucilene Lopes Guajajara acredita na educação para os jovens indígenas como instrumento de resistência. Foto: Amazônia Latitude.

No Brasil, existem 190 línguas em perigo de extinção. O temor pela morte das culturas indígenas é compartilhado por várias gerações. Lucilene Lopes Guajajara, 50, da terra indígena Bacurizinho, Maranhão, diz estar preocupada com o efeito negativo que as missões evangelizadoras trazem para as aldeias. Segundo ela, as manifestações culturais e a língua nativa – ferramenta de autonomia e representação de um povo – estão sendo afetadas.

“Não é falar mal de Deus. ‘Os pessoal’ dos missionários que estão tocando em algo que a gente não crê. A gente crê em Deus. A gente é tudo filho de Deus. Mas isso daí é que eu estou preocupada, porque estão chegando as missões evangélicas na aldeia e estão trocando as crenças.”

O exemplo de Lucilene é também o caso de 53,5% das etnias indígenas da Amazônia. De acordo com o relatório da Associação de Missões Transculturais Brasileira (AMTB, 2010), mais da metade das etnias da região convive com a presença missionária evangélica. As missões chegam sem respeitar critérios de autorização formal, como, por exemplo, apresentação de documentos exigidos por lei.

De acordo com Junio Esllei Martins de Oliveira, coordenador geral da ONG Instituto Kabu, o perigo das missões nas aldeias está relacionado à condenação da cultura. Lucilene Lopes Guajajara lamenta que esteja vivenciando uma época em que grande parte da população fala em Jesus sem interiorizar o bem que prega e que as missões evangelistas tratam dança, música e a língua indígena e, também, o Pajé como “coisas do mundo” – algo que reverencia o mal.

“Eu tenho um neto que passou mal e o pai levou para o hospital, deu remédio e nada de melhorar. A mãe dele brigou muito com ele e levou para o Pajé. O pajé fez uma oração e melhorou. Quando Jesus estava no mundo, ele curava muito. Hoje, as pessoas só falam mesmo, mas Deus está longe da gente.”, comenta Lucilene.

Segundo a AMTB, o país conta com uma associação indígena de tradutores que convertem o conteúdo da Bíblia para os idiomas locais. “Os missionários estabelecem nas aldeias uma relação de cumplicidade, inclusive com os líderes indígenas, que, muitas vezes, estão em situação precária. Hoje, muitas têm pastores e diáconos indígenas”, explica a antropóloga Artionka Capiberibe, da Unicamp.

Ingrid Guajajara acredita nos saberes dos indígenas mais velhos para a garantia da vida e da cultura de seu povo. Foto: Amazônia Latitude.

Ingrid Guajajara pertence à geração que nasceu no processo de inserção evangelista nas aldeias e de maior contato com a cultura ocidental. Com o pausar do choro, a jovem indígena relembra que, no passado, se envergonhou de sua origem. Lucilene Guajajara interpreta a postura da jovem e diz que a negação de quem se é reflete os efeitos da cultura do homem branco levada pelas missões evangélicas nas gerações mais novas das aldeias.

“Quando eu era mais nova, tinha uns dez anos, uma não indígena me perguntou se eu queria ser indígena ou se eu queria ser branca. Eu disse que queria ser branca. Mas, hoje, eu lembro e vejo que falei errado. Eu deveria ter orgulho de ser indígena, porque da mesma forma que os não indígenas ‘luta’, eu posso lutar também, porque é direito meu”, contou Ingrid emocionada. “Se ela me perguntasse agora, eu diria que gostaria de ser quem eu sou. Eu não gostaria de ser branca, porque o branco quer acabar com ‘nós’, tirar nossos direitos e nossas terras”, conclui com tom ameno.

O acesso à educação tradicional também pode participar do esvaziamento cultural dos povos porque passam a elaborar outras perspectivas e práticas que condizem com o pensamento hegemônico ocidental. Mas, de acordo com Ingrid, o estudo é importante para que o indígena possa estar atuando na renovação do mundo e que, através dele, as aldeias consigam ter profissionais qualificados para ajudar na manutenção da vida indígena.

Marcia Guarani, 26, indígena do Rio de Janeiro, mora em Santa Catarina há quatro anos. A jovem fez magistério e, hoje, é professora em uma escola indígena da região Sul. Ela conta que estudou fora desde os 12 anos de idade e que cursou parte da educação infantil com os brancos. Atualmente, Márcia está inserida numa proposta de ensino diferente da que teve na infância e adolescência: levar educação especializada aos povos indígenas.

A Educação Escolar Indígena é de competência do Ministério da Educação (MEC), mas cabe ao Estado e aos Municípios a execução da tarefa. Uma busca pelo termo “escola indígena” no site oficial da Funai, nos deparamos com a seguinte informação; “os Povos Indígenas têm direito a uma educação escolar específica, diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária, conforme define a legislação nacional que fundamenta a Educação Escolar Indígena”.

A educação infantil não é obrigatória para os povos indígenas caso os mesmos não considerem necessário. Algumas comunidades acreditam que o convívio familiar é de suma importância nos primeiros anos de vida da criança. Como forma de mostrar compreensão sobre o multiculturalismo presente no território brasileiro, a avaliação da educação infantil é responsabilidade de cada povo. E a Funai fica como órgão principal para monitorar e garantir o Ensino Fundamental.

A educação voltada aos indígenas considera importante o respeito às tradições de cada povo, respeitando assim as crenças, hábitos e saberes. Para isso, é de responsabilidade da Funai exigir que o ambiente educacional promova a língua materna junto à portuguesa. O projeto funciona em algumas escolas, mas a realidade da educação especializada não é a mesma em todas as aldeias.

Na aldeia de Lucilene Guajajara, a maioria dos parentes preferem professores brancos e a presença do professor indígena divide a opinião da comunidade. Já Joselinda Apurinã, da aldeia Apurinã da Boca do Acre, Amazonas, diz o contrário. Ela conta que a educação especializada, em sua aldeia, é composta por professores indígenas que contribuem para a perpetuação da língua original.

“Até porque na nossa aldeia só é professor indígena. Isso é algo que a gente vinha lutando há tempos que a gente sempre queria professores indígenas, porque sabe a nossa cultura e sabe o jeito que a gente quer ser tratado. Lá tem até quinta série”, conta Joselinda.

No acampamento dos Purinã na Funarte, Joselinda conta com calma a importância de participar de ações indígenas. Foto: Amazônia Latitude.

O número de estudantes indígenas no Ensino Médio é baixo. Muitos indígenas precisam ir até cidade para dar continuidade ao estudo. As dificuldades de locomoção até a área urbana, a falta de estrutura financeira e emocional para permanência na escola e o racismo são os principais causadores de evasão escolar.

Ingrid Guajajara é exceção na história dos povos indígenas brasileiros. A jovem cursa Ciências Biológicas na Universidade Federal de Goiás. Para estar na Instituição, conta com a bolsa permanência. Sem o investimento do Estado, Ingrid não teria condições financeiras para viver longe de casa. Para ela, o dinheiro da bolsa é curto, mas a maior dificuldade que enfrenta fora de sua aldeia é o racismo étnico.

“A cidade é (sic) perigoso. Eu sinto medo sim. Eu sinto medo dos olhares das pessoas, porque percorre preconceito ainda. Eu tenho medo do que eles podem fazer porque na cidade eu tô ficando só. […] Mas, na faculdade, também tem isso de os não indígenas olhar para você diferente, porque eu sou a única indígena na sala. E eles já me excluem. E é um medo que eles repassam para mim que eu tenho deles também, porque eles não me dão a chance de me aproximar”, revela Ingrid. A solidão dentro da instituição diminui quando a jovem vai aos encontros de estudantes indígenas dentro Universidade.

Ingrid mora com outra indígena, mas elas são de povos diferentes e, por isso, só conseguem socializar através do português. Hoje, a jovem pratica a língua nativa durante telefonemas com seus familiares ou na retomada à aldeia, que acontece apenas no período de férias.

Lucilene Guajajara gostaria de transformar todos os jovens indígenas em profissionais especializados. Hoje, 30 indígenas de Bacurizinho estão fora para estudar. As gerações mais velhas incentivam as mais novas a acreditarem no retorno do estudo. Lucilene  diz que os indígenas de sua comunidade passaram a olhar com mais valor o acesso à educação no começo dos anos 2000 – década marcada pela expansão do ensino superior público no Brasil.

Pertencer o meio acadêmico passou a ser prioridade na vida de alguns jovens indígenas, como é o caso de Márcia Guarani, que pretende dar outros passos na sua profissão cursando pedagogia no futuro.

“Se a gente continuar na Aldeia, a gente não sabe quem está contra a gente e quem é o nosso inimigo. Eu não vou adquirir (conhecimento) para ser igual a eles, eu vou adquirir o conhecimento deles para defender a aldeia. Defender a mim e os outros também.”, explica Márcia.

Márcia Guarani, no prédio do Ministério da Saúde, conta que sua vida está relacionada na construção de uma educação democrática. Foto: Amazônia Latitude.

O contato da sociedade urbana tradicional com a cultura indígena é importante para Márcia. Assim, os hábitos sustentáveis e humanos dos originais podem servir na construção de uma racionalidade que inclui senso comunitário e que seja antirracista.

O corpo a corpo para defrontar invasões

Os ataques aos povos indígenas estão atrelados às questões territoriais desde a invasão portuguesa. As práticas comunitárias de um determinado território revelam um caráter de autopreservação. Através da defesa do território, indígenas não se veem como indivíduos, mas como povo. Além da instalação de suas moradias, é no território que eles extraem o alimento, potencializam as relações interpessoais, estabelecem conexão com a natureza e praticam sua ancestralidade. Mas as classes economia e política do Brasil travam uma guerra que parece não ter fim.

Historicamente ameaçados, os povos indígenas repensam diferentes maneiras para resistir aos ataques do agronegócio, de madeireiros, garimpeiros, fazendeiros e outros. Como dito anteriormente, novas gerações passam a ocupar instituições de ensino para compreender melhor o sistema e pensar estratégias mais eficazes na luta pela defesa por seus territórios. Mas a intervenção corpo-a-corpo ainda faz parte da realidade nas aldeias indígenas brasileiras.

Na aldeia de Ingrid Guajajara, guardiões do território ficam responsáveis por vigiar e retirar os invasores da área indígena. Ela explica que suas terras são livres e que as moradias não ocupam todo o espaço demarcado, dando brecha para a entrada de invasores. No caso de sua aldeia, localizada no Maranhão, os fazendeiros são os maiores interessados nas terras.

Acostumada com os ataques ao longo da vida, Lucilene Guajajara relata situações de invasão que vivenciou.

“Estão interessados na nossa terra, sim senhor. Os fazendeiros, os madeireiros, os caçadores, o pessoal que acaba com nossos rios. Os Fazendeiros estão entrando e vão fazendo lotes em terras demarcadas. A parte de conflito está á beira do rio, como é que os indígenas terão acesso ao rio? Ficou essa parte para os fazendeiros que já estão ultrapassando os limites da parte dos indígenas. Tirando as bandeiras, fazendo o desmatamento, isso tudo está acontecendo lá no Maranhão.”, comenta Lucilene Guajajara.

Em 2017, no governo Temer, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) registrou 96 casos de invasão. O número equivale o aumento de 62% de casos quando comparado ao ano anterior. Porém, o discurso de ódio e as tentativas de enfraquecimentos das intuições políticas voltadas à defesa da terra e dos direitos humanos por parte de Jair Bolsonaro resultaram no crescente índice de ataques aos territórios indígenas.

Não há dados disponíveis que comprovem que houve um aumento dos casos, mas, de acordo com a reportagem do portal UOL, lideranças dos povos, especialistas e o Ministério Público confirmam que o problema tem se agravado desde as eleições de 2018.

As terras indígenas realizam naturalmente o serviço de conservação de áreas florestais. Os hábitos culturais dos povos indígenas respeitam o “DNA” da natureza local e aprendem com ela como viver sem agredir o espaço.

“A degradação ambiental é visível. Dá para ver. É feita pelos caçadores. Eles entram para estragar a mata e eles tacam fogo na mata. O madeireiro que aproveita e ‘entra’ lá eles estão roubando as madeiras. Eu mesmo já entrei lá para evitar isso, mas o medo não deixou mais, fui ameaçada e tudo pelo madeireiro e fiquei parada. Pedi a justiça, por que lá tem Funai. Ninguém se envolveu.”, lembra Lucilene Guajajara.

O primeiro período do governo Bolsonaro basicamente paralisou os trabalhos da Funai. Durante o intervalo de sete meses, a Medida Provisória 870 estava para ser votada. Ela consistia na ideia de transferir a demarcação de terras indígenas ao Ministério da Agricultura.

Mas Lucilene Guajajara diz que o enfraquecimento da Funai não é de hoje, pelo menos da sede que fica perto de sua aldeia. Os trabalhos vêm sendo prejudicados paulatinamente desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. A indígena não culpa o órgão e diz que faltam recursos e possibilidades para que os funcionários executem bem suas tarefas.

Os 50 anos de Lucilene Guajajara não abalam a vontade de continuar em prol dos interesses indígenas. Na luta pela constituinte, a indígena era um pouco mais nova que Ingrid. Quando tinha 18 anos, ela conta que a constituição de 1988 deixou o povo dela confiante em relação ao futuro. Trinta anos depois, ela afirma a importância das mobilizações dos movimentos indígenas porque acredita na possibilidade da construção de um mundo inclusivo.

Primeira Marcha das Mulheres Indígenas

Mulheres indígenas de 115 povos caminham em marcha para ocupar o prédio da Sesai, em Brasília. Foto: Amazônia Latitude.

Com o lema “Território: nosso corpo nosso espírito”, a primeira Marcha das Mulheres Indígenas levou aproximadamente 2000 indígenas até a capital do país para reivindicarem contra a colonização da atualidade. O caráter épico do encontro não está ligado apenas ao pioneirismo, mas na capacidade de unir 115 povos indígenas, lideranças, figuras e parlamentares importantes do movimento indígena brasileiro em prol de um objetivo.

O encontro aconteceu entre os dias 09 e 13 de agosto. O acampamento da Marcha foi montado na Fundação de Arte Nacional (Funarte), onde debateram questões imprescindíveis na luta pela proteção e manutenção do território através do olhar sustentável das mulheres indígenas. Além disso, foi traçado como objetivo reivindicar direitos relacionados à saúde pública e educação, assuntos que têm demandado maior cautela devido ao posicionamento do governo Bolsonaro.

Na abertura do Fórum Nacional Indígena, realizado no dia 11 de agosto, a voz de Sônia Guajajara ecoou pelo acampamento. “Essa voz é de todas as mulheres que ainda não foram permitidas a estar aqui, de todas as mulheres que saíram de caminhão, que saíram a pé, que saíram de barco, que saíram de balsa, que saíram de todas as formas, porque o momento político exige essa reação”, discursava a liderança indígena.

Cris Pankararu espalhou imagens de mulheres indígenas que foram essenciais na luta política, territorial e de direitos humanos ao longo da história brasileira, mas que não receberam o prestígio merecido. Algumas pausas aconteceram durante o discurso devido ao choro. A busca pela real história nacional foi a bandeira levantada durante o domingo (11).

Além disso, foram criadas rodas de debates em todo o acampamento para que cada grupo discutisse uma determinada pauta. A rede de aliança internacional e nacional teve plenária especial. As representantes da ONU Mulheres e da Marcha das Margaridas marcaram o dia com presença e fala relevante.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena, órgão fundamental no tratamento qualificado aos povos originários, foi ocupado pelos indígenas no dia anterior da Marcha. Representações femininas de diversos estados se pronunciaram no microfone do caminhão e o nome mais citado, além de Bolsonaro, foi de Silvia Nobre Waiãpi, coordenadora da SESAI do novo governo. Elas falavam sobre a decepção de ter uma mulher originária ocupando cargo importante durante um governo anti-indígena, evidenciando a importância de representatividades serem acompanhadas de propósito popular.

Os indígenas ocuparam o prédio da SESAI pedindo a saída de Waiãpi do cargo e a resposta de Luiz Henrique Mandetta, ministro da saúde, sobre a municipalização da saúde indígena e outras questões. O ministro ofereceu apenas uma condição: que os indígenas desocupasse a Secretária em troca de uma reunião com a presença de dez representantes. Apesar de desagradar boa parte as mulheres que ocupavam o prédio, a proposta foi aceita pelo movimento.

Durante a Marcha, os gritos concentravam-se principalmente em torno das demarcações das terras indígenas. No carro de som, enquanto caminhavam em frente ao Ministério do Meio Ambiente, lideranças pediam respeito aos povos indígenas lembrando que são eles quem conservam a natureza e produzem alimento. A manifestação permaneceu pacífica até o fim. A Marcha das Mulheres Indígenas se encontrou com a Tsunami da Educação, manifestação programada para o mesmo dia, em frente ao Congresso Nacional.

 

Imagem em destaque – mulheres indígenas protestam por seus direitos e pela preservação seu modo de vida durante a I Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília no 13 de agosto de 2019 . A Amazônia Latitude esteve presente na Marcha para registrar o evento, você pode conferir o conteúdo da Edição Especial – Mulheres Indígenas clicando aqui.
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