O vôo de Sonia Guajajara

Sonia Guajajara poses for a portrait. Brasilia.
 Protagonismo na luta indígena foi construído com enfrentamento à hegemonia de homens nas organizações, benção de tia parteira e infância dedicada à leitura

Porto Seguro se preparava para receber uma grande festa oficial no ano 2000. Em 22 de abril, data que marcaria os 500 anos da chegada dos portugueses, o governo federal iria transferir sua sede para a cidade por um dia, nomeando-a “Capital do Descobrimento”. A cerimônia contou com a presença de Fernando Henrique Cardoso e Jorge Sampaio, então presidentes de Brasil e Portugal. Em meio ao clima festivo, 2 mil indígenas de todo o país marcharam até ali para “descomemorar” a invasão colonial. Foram recebidos com gás lacrimogêneo pela polícia baiana.

No ano seguinte, seria realizada a Primeira Conferência Pós-marcha, nos arredores de Brasília, com o objetivo de fazer um balanço daquela mobilização. Maria Santana Guajajara decidiu que aquele seria seu último compromisso como representante de sua aldeia. Chegara a hora de passar o bastão para sua sobrinha, uma jovem que desde cedo despontou nos estudos. Com um pequeno cipó, Maria Santana abençoou a sucessora e distribuiu uma série de “dons”, como os de conhecimento e caminhada. Assim começava a trajetória política da principal liderança indígena do Brasil hoje: Sonia Guajajara.

“Minha filha, nesse momento, tu vai (sic) andar por baixo, por cima, voando, porque tu vai ser uma representante, não vai ficar só aqui”, pregou a tia. “Não é todo dia que vou jogando os dons. Eu não sou pajé, mas simplesmente uma parteira. Mas uma parteira de muito conhecimento natural e sobrenatural, porque oro muito a Deus. Via a Sonia estudar, é uma índia Guajajara inteligente. Senti que ela poderia nos representar, porque é uma mulher corajosa e seria capaz de lutar”.

Sonia tomando banho no rio Tapajós em Alter do Chão, em Santarém do Pará, antes de se reunir com um coletivo indígena dentro do rio. Foto / Pablo Alberanga.

Foi o segundo nascimento de Sonia, por intercessão da mesma mulher que a trouxe ao mundo. Ela certamente pensava nesse momento ao descer as escadas do Hotel San Raphael, no Largo do Arouche, em São Paulo. Pouco antes, seu nome fora oficializado na chapa do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) que concorreria à Presidência da República em 2018, como vice de Guilherme Boulos. A trajetória política, iniciada há 17 anos, chegava ao ápice.

A caminhada até o bairro Vila Buarque, onde conversaríamos por duas horas, despertava olhares curiosos. São Paulo é conhecida por abrigar todo o tipo de gente, mas os que bebiam nos bares ou passeavam de carro naquele domingo não estavam acostumadas a ver indígenas com o rosto pintado nas ruas. Se já estavam surpresos, ficariam ainda mais ao saber que, horas antes, aquela mulher tinha sido designada para disputar as eleições presidenciais — a primeira indígena na história do Brasil.

Sobre tamancos pretos que a deixavam quatro ou cinco centímetros mais alta, ela andava com o ar descontraído habitual. Provavelmente, Sonia coleciona mais carimbos no passaporte do que todos os paulistanos boquiabertos do caminho. A coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) se perde quando faz a conta nos dedos, mas já visitou 27 países como representante de seus irmãos.

Desde cedo, a vida lhe entregou caminhos que a levaram a desbravar o novo, e nunca faltou coragem. Sonia nasceu em Campo Formoso, um povoado no município de Amarante do Maranhão, centro-oeste do estado. A comunidade faz fronteira com a Terra Indígena Araribóia, um conjunto de aldeias reconhecido pelo poder público. Segunda filha em um total de oito, ela ainda não tinha completado 15 primaveras quando visitou uma cidade grande pela primeira vez.

Convidada por um grupo de funcionários da Funai, foi a Belém do Pará. Na época, não havia sequer energia elétrica em seu vilarejo. Mas engana-se quem pensa que as multidões e luzes da urbe assustaram a debutante. Sem sair do povoado, ela já tinha feito muitas viagens. “Eu sempre li muito, muito mesmo. Lia revistinha em quadrinhos, faroeste, romance. Antigamente, também tinha umas revistas que eram fotonovelas. A gente não comprava. Todas as pessoas que vinham de fora com um livro me davam porque sabiam que eu gostava. Quando saí, parecia que já conhecia o mundo todo. Nada me foi surpreendente”, conta.

A sensação de já ter conhecido o novo seria ainda mais forte nos Estados Unidos. Lá, Sonia viajou pelas highways californianas cercadas por cadeias montanhosas. Depois, sobrevoou o Texas, a caminho do Havaí. Sob a paisagem desértica, visualizou as cenas dos livros de bangue-bangue que lera no interior do Maranhão. Desde então, as viagens se acumularam devido aos cargos que ocupou no movimento indígena. Iniciada nas páginas da infância, a descoberta do planeta pelo qual tanto luta se tornou uma constante. Faltava, porém, que o mundo a conhecesse.

Para alguém como Sonia, que mal pára para descansar um pouco, os aviões tornaram-se o lugar para dormir um pouco e ter uma folga do celular e das agendas sem parar. Na foto, Sonia dormiu enquanto voava de Altamira para Santarém. Foto / Pablo Alberanga.

Em agosto de 2017, o então presidente Michel Temer havia publicado um decreto que previa a extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), uma área de 47 mil km2, maior que o território da Dinamarca. Caso mantida, a decisão funcionaria como uma carta branca para a exploração de mineradoras na região e teria um alto impacto ambiental. Por isso, indígenas, ambientalistas, artistas e intelectuais fizeram uma mobilização conjunta para forçar Temer a rever a medida.

O espaço para dar visibilidade mundial à causa surgiria dois meses depois. Na edição do Rock in Rio daquele ano, uma das apresentações mais aguardadas era a da cantora estadunidense Alicia Keys, engajada em causas sociais. Foi aí que a empresária carioca Paula Lavigne viu a oportunidade perfeita para a intervenção de uma liderança indígena. Pelo convívio com Guajajara, Lavigne sabia ter o nome certo para a ação.

“Fiz uma reunião com a Alicia na minha casa e apresentei um dossiê feito pelo Greenpeace com matérias em inglês sobre o tema.  Ela fez muitas perguntas, tinha estudado o caso. No dia seguinte, desta vez com a Sonia, organizamos um novo encontro e negociamos com as empresárias dela o texto que seria lido”, lembra Lavigne, que se engajou na campanha da dupla Boulos-Sonia no ano passado e não poupa elogios à ex-candidata. “A mulher é arretada. Fez questão de decorar o texto todo, é muito séria. Fomos ao Congresso três vezes juntas, e ela sabe muito”, elogia.

Ante um público de 85 mil pessoas e outras tantas que assistiam à transmissão em vários países, Sonia subiu ao Palco Mundo com a tranquilidade da menina que encarava a cidade grande pela primeira vez. “Parecia que eu estava lá na minha aldeia”, diz, sempre risonha. “Eu não tinha noção da repercussão que aquilo teria no dia seguinte. Foi muito bom porque a gente conseguiu dar um recado direto para o mundo, nos comunicamos com um público que, normalmente, não conseguimos alcançar. Tinha que ser de outra forma e, por meio da música, a gente conseguiu causar impacto”, discorre.

A aldeia à qual Sonia se refere é Lagoa Quieta, inscrita no conjunto de Araribóia, que tem extensão de 413 mil hectares. Embora tenha nascido em Campo Formoso, onde viviam indígenas casados com brancos – caso de seus pais –, ela sempre transitou entre os dois espaços. Na aldeia, estavam suas raízes ancestrais e a origem do “sobrenome” que adotou. Os Guajajara são quase 24 mil atualmente e constituem um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Eles ocupam onze terras indígenas, todas no Maranhão. Em Araribóia, residem cerca de 5.300 “parentes”, como se referem uns aos outros.

No fim da adolescência, Sonia se dividia entre o Ensino Médio agro-técnico no município de Esmeraldas (MG), que cursou a convite da Funai, e Lagoa Quieta, onde mantém casa até hoje. Sem notar, ela iniciava ali seu envolvimento com a política. “Eu sempre participava das reuniões, das decisões na aldeia. Mesmo que de forma incipiente, eu estava ali, escutando, querendo entender as coisas. Como sempre gostei muito de ler e escrever, o povo me aproveitava para fazer as atas. Toda reunião, eu fazia ata! Até hoje, quando vou lá, me dão a ata para eu escrever”, conta, às gargalhadas.

Quando havia encontros de lideranças e caciques com a presidência da Funai e outras autoridades em Brasília, ela acompanhava a comitiva para desempenhar a função de escrivã. De volta à aldeia, lia os relatórios e, se encontrasse inconsistências, acrescentava o que fosse necessário para o entendimento de seu povo. Assim, antes de completar 18 anos, a Guajajara desenvolveu uma liderança natural entre os seus. A militância, no entanto, ainda era uma realidade distante.

Na TI Araribóia, seu povo convivia com a exploração ilegal de madeira, mas o direito à terra estava assegurado. “Quando eu me entendi por gente, todo mundo já estava com suas aldeias e casas ali dentro. Não sabia que tinha essa luta por terra fora dali, tanta gente sem um lugar para viver”, relembra, ao falar sobre o impacto de tomar conhecimento desse contexto durante a participação em seu primeiro encontro indígena, quando acompanhou a tia Maria.

Até então, a jovem que vira as paisagens mais longínquas em páginas pintadas não sabia muito sobre a violência praticada contra seus pares durante a invasão portuguesa. “Para mim, ainda era aquela historinha da escola: Pedro Alvares Cabral chegou em 1500 e começou”, diz. Outro encontro, naquele mesmo ano, colocaria a liderança Guajajara em contato com dores ancestrais. Em Porto Seguro, ante o mar onde o navegador atracou em 1500, ouviu caciques locais falarem de águas que foram tingidas com o vermelho do sangue de antepassados.

“Comecei a imaginar tudo aquilo como se deu. Dali a pouco, estava chorando. Eles também! Aquilo mexeu muito comigo”, recorda, em um raro momento de semblante fechado. No caminho de volta para o Maranhão, as cenas descritas pelos indígenas da Bahia passavam como um filme em sua mente. Não tinha volta: Sonia estava disposta a dedicar sua vida à luta dos povos indígenas.

O primeiro passo foi refundar a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA). Após a constituição legal, em 2003, Sonia foi eleita para a coordenadoria geral da organização. Única mulher do grupo, tinha de buscar apoios e articular a entidade. “Aí não tem jeito. Quando a gente assume um espaço junto com homens, é a gente que trabalha mais. Os homens ficam delegando, e a gente assume o negócio para valer”, constata. Para dedicar-se integralmente a militância, dividia o salário de professora com uma colega que desempenhava sua função.

Após dois mandatos, a maranhense foi convidada para concorrer a função análoga na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). O pouco destaque do cargo não era um problema para ela. “Mas aí a mulherada se rebelou. Para secretária, disseram que não me apoiavam mais. Juntaram mulheres da Amazônia inteira, vieram para cima e me animaram a vir como vice-coordenadora”, conta.

Sonia colocando maquiagem em sua casa em Imperatriz, Maranhão, antes de ir para um ato político. Foto / Pablo Alberanga.

Politicamente mais madura, Sonia derrotou dois homens influentes do Amazonas. Ali teriam início suas andanças internacionais. Logo de cara, pautou a questão do clima como um tema prioritário: “De onde vêm esses impactos? Como a gente faz um plano de enfrentamento a essas mudanças climáticas? Começamos a trabalhar essa discussão na Amazônia e a levei para fora também”.

Na organização amazônica, “Soninha”, como é conhecida no movimento indígena, transformou-se em liderança nacional. Em seu mandato de quatro anos, participou de ocupações no canteiro de obras de Belo Monte e na Transamazônica. Nesse período, a maranhense esteve no Fórum Permanente dos Povos Indígenas, da ONU, e, anualmente, participou das Conferências Mundiais do Clima. “Foi como uma segunda faculdade para mim”, define.

A oficial, em Letras, foi cursada na Universidade Estadual do Maranhão, e seguida de uma pós-graduação em Educação Especial. Sonia e a irmã foram as primeiras indígenas a ocupar as fileiras da instituição. Como tantas brasileiras, ela passou a conciliar os estudos com a rotina de trabalho e a criação dos filhos. Após passar pelo pior momento de sua vida, o desafio até pareceria simples.

No Ensino Médio, cursado em um colégio interno no município de Esmeraldas (MG), a convite da Funai, ela tinha se formado em técnica agrícola e normalista, o que a creditava a trabalhar como professora de crianças. Aos 14 anos, já acumulava quatro anos de experiência no trato infantil. Para cursar a segunda parte do Fundamental (antigo Ginásio), a jovem Guajajara trabalhou como babá e doméstica em Amarante.

Quando terminou a escola, passou a exercer o magistério, dividindo-se entre a aldeia e o povoado. Mais tarde, fez curso técnico de enfermagem no município vizinho Imperatriz, onde se casou. Apesar do matrimônio recente, ela passava pouco tempo na cidade, pois tinha conseguido um emprego no posto de saúde em Canudal, aldeia integrante de Araribóia. Grávida, ela só retornava uma vez por mês para encontrar Lindmir, seu marido durante 18 anos.

No oitavo mês de gestação, a resistência da Guajajara foi colocada à prova. Chegava a hora de retornar em definitivo para Imperatriz, onde aguardaria o momento do parto. “Não vai ter caminhão para levar a gente até o ponto do ônibus. O jeito é ir a pé”. Foi o que constatou Leia Guajajara, uma amiga professora, antes de começarem uma caminhada de 15 quilômetros por estrada de terra até o local onde haveria condução para a cidade. A bebê, suportou bravamente o percurso de uma manhã inteira na barriga da mãe e nasceu saudável. Porém, Itaniara morreu aos dois anos, após sofrer de hepatite durante um mês.

“Eu não conseguia ficar em casa. Saía do trabalho na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e ficava dando voltas com os ônibus para não voltar para casa. Por outro lado, foquei muito no trabalho e cursei a faculdade. Fiz concurso público de professora pelo município de Imperatriz e fui dar aula na própria APAE”, conta. “Hoje, está cem por cento superado”. Sonia tem três filhos: Luiz Mahkay (18), Yaponã (16) e Ywara (12) Guajajara.

No dia em que conversou com a reportagem, estava há mais de dois meses sem ir para casa. “Menino, eles reclamam, mas estão até achando interessante (risos). Na Conferência Cidadã, vieram para São Paulo e passaram a semana toda comigo. Sentem muita falta, mas entendem a relevância disso tudo”, explica. Desde nova, acostumou-se ao desapego. Quando viaja, raramente fica em hotéis. Uma rede de solidariedade formada pelos integrantes da Mídia Ninja, militantes de esquerda e antropólogos garante que a indígena sempre tenha um cantinho onde quer que esteja.

Nos últimos anos, ela tem passado boa parte do tempo em Brasília. A ofensiva da bancada ruralista para modificar a Constituição levou os movimentos indígenas a acompanhar mais de perto o dia a dia do Congresso Nacional. Logo ficou evidente que mesmo os parlamentares alinhados com seus interesses não conseguiam falar por eles. Era preciso ter alguém lá dentro. Surgiu, então, a ideia de lançar o nome de Sonia à eleição legislativa.

A líder Guajajara é filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol) há sete anos. Como muitos quadros da esquerda, migrou para a sigla após ruptura com o Partido dos Trabalhadores (PT). A cisão se deu em 2010, após a imposição de apoio à candidatura de Roseana Sarney (PMDB) ao governo do Maranhão. Já como psolista, encontrou novos espaços, mas demorou a comprar a ideia de disputar um cargo eletivo. Ter um mandato, diz, nunca fora uma pretensão.

“Não era uma coisa em que eu pensava. O movimento indígena sempre me realizou bastante. Gosto da liberdade de bater, pressionar, organizar grandes mobilizações. Isso eu gosto demais”, explica. Em 2015, na cerimônia em que foi condecorada pela presidente Dilma com a Ordem do Mérito Cultural, perguntou a um jornalista do Greenpeace que a acompanhava: “Você não tirou nenhuma comigo sorrindo, né? Porque eu queria estar séria. Nada de sorrir para a presidente”.

Cocar de penas coloridas de Sonia durante um evento público às margens do rio Xingu, altamente afetado após a construção da hidrelétrica de Belo Monte em 2015, onde muitos povos indígenas foram impactados. Foto / Pablo Alberanga.

Ao aceitar o convite da candidatura à Câmara dos Deputados, Sonia levou o movimento a intensificar o debate sobre a importância de participar da vida partidária e tentar chegar ao parlamento, de ampla maioria branca.Rapidamente, a história ganhou contornos maiores. Em alguns meses, viria a proposta para ser “co-candidata” de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), à Presidência da República. “Inicialmente, achei uma loucura. Parecia impossível. Aí, conversei com algumas pessoas do movimento, que me estimularam. Fui perdendo o medo e aquela coisa de dizer que não, que não sabia, que não queria”, detalha.

A experiência de participar da disputa mais conflagrada da história recente do Brasil a fortaleceu para os enfrentamentos com o novo governo, inimigo declarado dos povos indígenas. Novamente em um palco, desta vez no show de Maria Gadú, durante o Festival CoMA, em Brasília, no início deste mês, Sonia fez um discurso inflamado. “Estamos no meio de uma guerra comandada pelo poder político e econômico deste país. Poder que tem matado nossas lideranças. Mataram um cacique Wajãpi no Amapá e agrediram um Kinikinau no Mato Grosso do Sul na mesma semana. Mas essas balas não vão atingir nossa cultura. O fogo que queimou Galdino em Brasília não matou a nossa resistência, nem a nossa ancestralidade”, exclamou

“Até quando você será conivente com essa matança? Mas estamos aqui para dizer que nós somos a resistência viva. Lutamos por nós e pelo meio ambiente, que está sendo brutalmente atacado. Querem legalizar a mineração, o desmatamento, as hidrelétricas e, com isso, o genocídio. Vocês não podem ser indiferentes a tudo isso. Se você não quer se sensibilizar com a luta, a causa indígena, lute por você mesmo, pela sua vida. Defenda o meio ambiente. Defenda a mãe natureza. Defenda a mãe terra, porque é ela que gera vida. No dia em que não houver mais espaço para nossa cultura, nossa identidade, não haverá lugar para mais ninguém”, concluiu.

 

João Pedro Soares é um carioca apaixonado pelo Rio que se rendeu aos saberes encantados da floresta. Jornalista, gosta de viajar para encontrar e contar histórias sufocadas pelo curso da história. Sócio da Agência Andante, é correspondente da Deutsche Welle no Brasil e tem matérias publicadas nos principais veículos do país, como as revistas Piauí e ÉPOCA, além de Folha de S. Paulo e El País Brasil.
A imagem em destaque é um retrato da líder indígena e candidata à vice-presidência em 2018 pelo PSOL, Sonia Guajajara. Foto: Pablo Alberanga.

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