Amazônia Latitude: Onde se planta jornalismo floresce democracia

PAUINI AM 10 09 2010 SECA DESMATAMENTO AMAZONAS ARVORE DERRUBADA EM PAUINI. ESTIAGEM NO RIO PURUS. FOTO ALBERTO CESAR ARAUJO/AMAZÔNIA REAL

Carta aberta das mídias ambientais em defesa do meio ambiente

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, as mídias e jornalistas ambientais garantem que não vão se acovardar frente ao desafio de expor à sociedade as pressões e desmantelamentos provenientes da gestão pública e de outros setores, como também irão divulgar as ações proativas em favor dessa agenda no Brasil e no mundo.

O trabalho iniciado pelo professor Paulo Nogueira Neto no Governo Federal, de 1975 a 1985, criou as bases da institucionalidade e da missão do que viria a ser o Ministério do Meio Ambiente, elevando a política ambiental ao patamar de política de Estado.

Cada um dos secretários, ministros e ministras que sucederam a Nogueira Neto deixou sua marca na evolução das políticas ambientais ao enfrentar desafios na capacitação de profissionais e no estabelecimento de instâncias de fiscalização e controle de crimes ambientais em todos os biomas. Até há pouco, o Brasil era reconhecido em foros internacionais pelos compromissos assumidos com a sua megabiodiversidade. E pelo que já realizou.

O Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, evento fundamental para o futuro da sociedade humana no planeta Terra.

No cenário internacional, o Brasil assumiu uma posição de protagonismo nas mais diversas conferências internacionais, em especial nas Conferências das Partes (COPs) climáticas, onde o Ministério do Meio Ambiente e o Itamaraty foram capitais para o avanço nos compromissos e metas para a redução da emissão de gases estufa e mitigação das mudanças climáticas.

Em 2018, mesmo antes de assumir o governo, o atual presidente exigiu que a COP 24 não fosse sediada no país. E, em janeiro de 2019, com poucos dias de governo anunciou o fim do Ministério do Meio Ambiente, o que não aconteceu graças às reações internas e internacionais. Mas já havia arranjado alguém que aceitasse a missão de destruir o legado ambiental. O escolhido tem no currículo uma passagem controversa pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, com condenação em um processo judicial por improbidade administrativa, que se encontra suspensa e pendente de julgamento de recurso; além de uma proximidade constrangedora com o ruralismo mais reacionário.

Depois de dois anos no poder, está claro que, não podendo extinguir o Ministério do Meio Ambiente, o atual governo quer destruir os organismos ambientais por dentro com a reestruturação de colegiados para retirar a participação da sociedade organizada e com os ataques deliberados aos técnicos e pesquisadores — a base do conhecimento e da estrutura de comando e controle que tornaram o Brasil respeitado mundialmente.

Os responsáveis anteriores pela área não foram perfeito. Muitos receberam críticas contundentes de mídias e jornalistas especializados na cobertura ambiental, mas todos atuaram no campo da democracia e no respeito à liberdade e ao papel da imprensa na construção de sociedades modernas.

Desta vez, temos um ministro que quer aproveitar a morte de mais de 20 mil pessoas para atuar sob o manto da escuridão.

O que podemos dizer, senhor ministro, é que não há “apagão” no jornalismo ambiental brasileiro. Veículos e jornalistas que cobrem meio ambiente estão atentos a cada um dos seus passos, cada papel assinado, cada ato que parte de seu gabinete, para informar a sociedade sobre o “estelionato” ambiental engendrado para arrancar da sociedade, dos povos indígenas, quilombolas e das florestas, a vida em alguns dos mais ricos ecossistemas do planeta Terra.

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, podemos afirmar que as mídias ambientais brasileiras não deixarão passar nenhum ato criminoso contra a terra, a gente e a biodiversidade de nosso país com nome de árvore: Brasil.

Assinam:

Agência EcoNordeste
Agência Envolverde
AgirAzul Notícias
Amazônia Latitude
Amazônia Real
AMA – Amigos do Meio Ambiente
Blog Cidadãos do Mundo
Conexão Planeta
ECO21
Mídia Orgânica
Notícia Sustentável
O Eco
Página 22
Plurale
Projeto Colabora
REAJA-Rede Ativista de Jornalismo Ambiental
Revista Amazônia
Revista Ecológico

Este artigo é uma publicação conjunta da Rede de Colaboração de Mídias Ambientais para fazer frente à destruição da Amazônia e das políticas ambientais brasileiras.

 

A imagem em destaque foi cedida para esta publicação por Amazônia Real. Crédito: Alberto César Araújo/Amazônia Real. 2011.

 

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