A contribuição de Milton Hatoum à historiografia brasileira

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Na Manaus da ditadura, a voz do narrador de Dois Irmãos mostra como a ficção de Hatoum contribui na produção de saberes sobre a região

Considerado pela crítica um dos mais expressivos escritores da atualidade, Milton Hatoum impressiona a cada livro. Neles, aborda temas como as relações conflituosas familiares e o papel da memória para entender alguns processos de construção das sociedades amazônicas ao longo das décadas de 1940 até 1970.

As fronteiras observadas neste estudo reiteram aquilo que Gabriela de Lima Grecco afirmou em 2015, entendendo que o texto literário também é fonte histórica, uma vez que “é visto como um bom observatório das representações de uma determinada sociedade e época”.

Na medida em que escritores e obras são produtos de contextos culturais e sociais, as narrativas ficcionais revelam pistas de uma complexa rede de interações de uma sociedade. Fazem, inclusive, representações da existência.

As produções escritas em espaços amazônicos são uma espécie de produção de saberes da região: agregam valores culturais, sociais, históricos e políticos, realizando uma representação histórica e social pelo ato narrativo. É o que vamos observar.

Mãos à obra

O enredo do romance Dois Irmãos começa por volta de 1945 e, já nas primeiras páginas, descreve as condições de Manaus em meio ao conflito mundial. Halim foi receber o filho Yaqub no Rio de Janeiro, que acabara de chegar do Líbano. Na primeira conversa, o pai comenta sobre o estado de penúria da capital amazonense.

Aqui se expõe -um traço da realidade na capital amazonense após a derrocada da economia da borracha, prática que não teve na região o mesmo sucesso internacional. Isso se modifica na década de 1960, com a implementação do projeto dos militares para desenvolver da Amazônia.

As páginas seguintes narram o retorno de Yaqub. A descrição rica e detalhada revela a vivência típica de quem mora na cidade, como se percebe em “no caminho do aeroporto para casa, Yaqub reconheceu um pedaço da infância em Manaus, se emocionou com a visão dos barcos coloridos, atracados à margem dos igarapés por ele, o irmão e o pai haviam navegado numa canoa coberta de palha”.

Lembranças da infância emergem com violência da memória de Yaqub, mandado para o Líbano aos treze anos, por volta de 1938. Muito de Manaus permanecia vivo no recém chegado e ainda podia ser visto assim: “os barcos, a correria na praia quando o rio secava, os passeios até o carreiro, no outro lado do rio Negro, de onde voltavam as cestas cheias de frutas”.

Essa produção de saber sobre a cidade então emergente é encontrada em poucos trabalhos no campo da história e da literatura. Exemplos que destacam os momentos de dificuldade pelos quais Manaus passava são encontrados nos livros do gênero de memórias, como “Manaus, amor e memória” (1984), de Tiago de Mello, e “Evocação de Manaus: como eu a vi e sonhei” (2002), de Jeferson Peres.

Ambos mostram que, mesmo diante de dificuldades financeiras, as relações sociais eram construídas a partir de laços de amizade e companheirismo, algo que também está presente no passado histórico do enredo de Dois irmãos.

A volta de Yaqub do Líbano faz brotar uma série de lembranças ordinárias que estiveram ocultas por alguns anos. Num cair de tarde, após o primeiro reencontro com os seus, Yaqub encosta no parapeito de casa e observa a cidade:

“(…) olhava os passantes que subiam e desciam a rua dos Remédios. Por ali circulavam carroças, um e outro carro, cascalheiros tocando triângulos de ferro, na calçada cadeira em meio círculo esperavam os moradores para a conversa do anoitecer; no batente das janelas; tocos de velas iluminavam as noites da cidade sem luz”.

Essa experiência da cidade sem luz durante os anos de guerra é recorrente nos memorialistas que retratam o período. Peres e Mello, citados acima, também se recordam da Manaus dos anos 50, onde apenas nas casas dos políticos mais influentes havia energia elétrica. Segundo o relato, a cidade, mesmo às escuras, mantinha viva as atividades festivas, recreativas e esportivas.

Memórias flutuantes

Outro aspecto que levou historiadores e críticos da literatura à reflexão é a singular experiência da cidade flutuante, iluminada à luz de vela e candeeiro, palco de vida pulsante, de muitos conflitos e esperanças. Em um trecho, Hatoum destaca: “lugar de gente humilde: catraieiros à espera da primeira travessia, carregadores seminus, garapeiros e vendedores de frutas que armavam tendinha de lona”.

As condições de vida na cidade era tema de conversa entre Hanna e Domingas. Falavam sobre o custo de vida, os bairros pobres, amontoados de trabalhadores, antigos seringueiros que, com a crise da borracha, haviam abandonado as freguesias em busca de uma vida melhor da capital.

No romance, as vivências populares são densamente relatadas a partir dos encontros em botecos nessa cidade sobre as águas. A imagem da cidade labirinto, com suas ruas construídas de pontes de madeira suspensas, as inúmeras entradas, os muitos becos e a extensa rede de comércio que sustentava não apenas as casas sobre as águas, mas a própria Manaus.

“Ele [Halim] me levava para um boteco na ponta da Cidade Flutuante. Dali podíamos ver os barrancos dos Educandos, o imenso igarapé que separa o bairro anfíbio do centro de Manaus. Era a hora do alvoroço. O labirinto de casas erguidas sobre troncos fervilhava: um enxame de canoas navegava ao redor das casas flutuantes, os moradores chegavam do trabalho, caminhavam em fila sobre as tábuas estreitas, que formavam uma teia de circulação. Os mais ousados carregavam um botijão, uma criança, sacos de farrinha, se não fossem equilibristas, cairiam no Rio Negro. Um ou outro sumia na escuridão do rio e virava notícia”, conta Nael, filho de Domingas.

No entanto, o projeto de desenvolvimento do governo militar, inserido numa longa proposta de modernização autoritária que se arrastava desde o século XIX, propunha o desmantelamento da cidade flutuante. Para as autoridades militares, a construção de uma área de livre comércio e a posterior implantação de um parque industrial demandaria uma reforma na imagem da cidade. Segundo o discurso oficial, isso passaria pela retirada de casas que traziam um tom desagradável para o turista comprador.

Esse processo de destruição não escapou à percepção de Hatoum, que relata, através do narrador, a presença de militares por todos os cantos da cidade: “O pai reclamava que a cidade estava inundada, que havia correria e confusão no centro, que a Cidade Flutuante estava cercada por militares […] até nas árvores dos terrenos baldios a gente vê uma penca de soldados”.

Desde o final do século XIX, os projetos de modernização do centro de Manaus são pensados como formas de exclusão e deslocamento dos chamados indesejáveis da área de maior visibilidade da cidade. As pessoas, contudo, nunca acataram passivamente a decisão oficial. A destruição violenta da Cidade Flutuante, passando por cima de memórias e vivências daqueles que possuíam íntima relação com o espaço social foi sentida com dor e tristeza pelos moradores.

A fala de Nael é reveladora desse processo:

“Estava (Halim) ao lado do compadre Pocu, cercado de pescadores, peixeiros, barqueiros e mascates. Assistiam, atônitos, à demolição da Cidade Flutuante. Os moradores xingavam os demolidores, não queriam morar longe do pequeno porto, longe do rio. Halim balançava a cabeça, revoltado, vendo todas aquelas casinhas serem derrubadas. Erguia a bengala e soltava uns palavrões, gritava ‘por que estão fazendo isso? Não vamos deixar, não vamos’, mas os policiais impediam a entrada no bairro.

Ele ficou engasgado, e começou a chorar quando viu as tabernas e o seu bar predileto, A Sereia do Rio, serem desmantelados a golpes de machado. Chorou muito enquanto arrancavam os tabiques, cortavam as amarras dos troncos flutuantes, golpeavam brutalmente os finos pilares de madeira. Os telhados desabavam, caibros e ripas caíram na água e se distanciavam na margem do rio Negro. Tudo se desfez num só dia, o bairro todo desapareceu. Os troncos flutuando, até serem engolidos pela noite”.

Nesse caso, apenas os comerciantes mais abastados foram indenizados e nem todas as famílias conseguiram uma moradia nos bairros próximos ao centro. No início da década de 1960, eram mais de 12 mil pessoas vivendo em aproximadamente 2 mil casas. Refiro-me aos bairros do Crespo, Raiz, Japim, Betânia e tantos outros situados na Zona Centro Sul da cidade de Manaus.

Longe de casa

Outra prática comum entre os manauaras era a adoção de crianças indígenas. Observada entre os anos 50 e 60, emerge nas páginas de Dois Irmãos. As crianças deixavam suas comunidades de origem para estudar em espaços urbanos, como Manaus, e acabavam como empregadas domésticas, ou passando anos em instituições de ensino.

Uma vez nesse contexto e se livrando dele após alguns anos, precisavam confrontar-se com as suas próprias memórias e tentar apagar a experiência anterior.

Esse tema aparece no livro, é novamente explorado em Órfãos dos Eldorado e reflete um constituinte da história regional. Basta um pouco de vivência para perceber que essa prática perversa está enraizada nas relações sociais, principalmente entre famílias abastadas da região.

É o caso emblemático de Domingas: índia do rio Negro, oferecida ao casal Zana e Halim por uma freira, “Irmãzinha de Jesus” que entregou a cunhantã já batizada e alfabetizada. Domingas “cresceu nos fundos da casa, havia chegado com a cabeça cheia de piolhos e reza cristã”, como lembra Halim.

A empregada de origem indígena, aspecto presente até hoje na sociedade amazonense, havia passado alguns anos em orfanato administrado por freiras, característica também recorrente na história da região. Retiradas do seio de suas aldeias, de suas famílias, são trazidas à Manaus ou ficam em São Gabriel da Cachoeira. A quilômetros de distância de suas comunidades, são educadas para negar e ter vergonha da própria cultura.

Depois de pacificadas, catequizadas, essas crianças tornavam-se domésticas, servindo como mão de obra barata nas casas de famílias ricas da capital. De acordo com Alba Pessoa, em reveladora pesquisa sobre o papel das instituições de tutela da cidade de Manaus, os espaços de educandários e o juízo de órfãos funcionavam como ponte entre a infância e a exploração pelo trabalho.

De volta ao livro, Domingas chega ao orfanato após a morte do pai, assassinado enquanto trabalhava no piaçabal. Na casa das irmãs, presenciou cenas de violência física e simbólica: “as noites que dormiu no orfanato, as orações que tinha que decorar, e ai de quem se esquecesse de uma reza, do nome de uma santa. Uns dois anos ali, aprendendo a ler e escrever, rezando de manhãzinha e ao anoitecer, limpando os banheiros e refeitórios, costurando e bordando paras as quermesses das missões”.

Domingas era uma agregada, considerada como quase da família — esse “quase” revela toda violência e humilhação vivida por pessoas marginalizadas, que sendo quase da família moram nos fundos da casa e são tratadas como sombra servil. Sua experiência é narrada por Nael: “a cunhantã mirrada, meio escrava, meio ama, ‘louca pra ser livre’ como ela me disse certa vez, cansada, derrotada, entregue ao feitiço da família, não muito diferente das outras empregadas da vizinhança, alfabetizadas, educadas pelas religiosas das missões, mas todas vivendo nos fundos das casas, muito perto da cerca ou do muro, onde dormiam com seus sonhos de liberdade”.

Num momento em que Nael passeia com sua mãe, Domingas, na comunidade do Acajutuba no baixo rio Negro, lembranças como a separação da família, a morte do pai, o nome dos lugares, dos pássaros e cantos remetem à experiência do povoado de São João, na margem do Jatuarana.

Seu forte apego àquele lugar e sua dramática experiência de separação estão na fala de Domingas: “‘o meu lugar’ , não queria sair de São João, não queria se afastar do pai e do irmão, ajudava as mulheres da vila a ralar mandioca e a fazer farinha, cuidava do irmão menor enquanto pai trabalhava na roça”.

Sua mãe de Domingas havia nascido em Santa Isabel e gostava das noites dançantes da festa do ajuri; já o pai, trabalhava no corte da piaçaba e na coleta da castanha. Todas essas passagens estão carregadas de historicidade, pois revelam não só a dinâmica das aldeias e povoados indígenas, como também mostram as formas como essas populações foram exploradas com uso compulsório da força de trabalho na extração da piaçaba, tradicionalmente realizada no rio Negro, e na coleta da castanha.

Entre o cuidado com os gêmeos e a ordens de Zana, Domingas quebrava o silêncio e cantava em Nheengatu, língua geral amazônica, resultante da fusão entre o português e o tupi. Outra atividade que lhe dava prazer era esculpir bichinhos em madeira muirapiranga, pássaros e serpentes que aprendera a fazer com seu pai ainda criança.

A trajetória de Domingas representa a história de inúmeras crianças que são retiradas à força de seus pais e são trazidas para cidade para trabalharem em casa de família. Mais do que isso, é a história de pessoas que, ao chegarem à cidade, vão trabalhar nos serviços de coleta de lixo, morar nos bairros carentes, resultantes de ocupações populares, sem a mínima infraestrutura e bem distantes do centro.

Num dado momento, Nael e sua mãe saem para passear na Matriz, no centro da cidade, e as relações expostas acima emergem na voz de Nael: “Sentados na escadaria da igreja, índios e migrantes do interior do Amazonas esmolavam. Domingas trocou palavras com uma índia e não entendi conversa”. Na realidade, os povos indígenas sempre estiveram presentes na história da cidade de Manaus; silenciaram em alguns momentos, foram silenciados em muitos outros e ficaram invisibilizados por décadas.

Violências da ditadura

Como dito inicialmente, um dos temas tratados no romance é o período da ditadura militar no Amazonas. Quase trinta anos após o fim do regime, pouquíssimos autores, quase sempre na forma da crônica jornalística, escreveram sobre o tema.

O silêncio foi quebrado recentemente com as discussões da Comissão da Verdade com o grupo local formado para contribuir com as investigações. Professores ligados à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ativistas e defensores dos direitos indígenas, jornalistas e advogados participaram das duas reuniões para a composição do comitê.

Nesse contexto, a forma como Hatoum explora o tema contribui com uma perspectiva crítica na compreensão do período histórico a partir da narrativa literária.

No romance, o assunto é abordado a partir da perseguição das atividades desenvolvidas pelo professor de francês Antenor Laval. Ainda no início de abril de 1964, professores e estudantes do Liceu Rui Barbosa, conhecido popularmente como “galinheiro dos vândalos” reuniram-se para protestar na praça das Acácias em frente ao bar mocambo. Foi neste ato que o professor foi levado pelo exército para não mais aparecer.

Um trecho destaca: “foi humilhado no centro da praça das Acácias, esbofeteado como se fosse um cão vadio à mercê da sanha de uma gangue feroz. Seu paletó branco explodiu de vermelho e ele rodopiou no centro do coreto, as mãos cegas procurando um apoio, o rosto inchado voltado para o sol, o corpo girando sem rumo, cambaleando, tropeçando nos degraus da escada até tombar na beira do lago da praça[…] Laval foi arrastado para um veículo do Exército, e logo depois as portas do café mocambo foram fechadas”.

A lembrança desse acontecimento marcou a trajetória de Nael. Logo após o desaparecimento do mestre, os alunos reuniram-se para homenagear o professor com um minuto de silêncios e depois fizeram, em voz alta, a leitura de poemas. O rebelde Omar, inconformado e emocionado, leu o último poema em tributo ao docente e amigo.

Omar e Laval costumavam frequentar juntos os puteiros do baixo meretrício da cidade de Manaus, principalmente na rua Frei José dos Inocentes, centro velho da cidade. Na verdade, a morte do professor calou fundo em Omar, pois ele nunca mais foi o mesmo após o desaparecimento do mestre/amigo.

Toda a cidade ficou sitiada. Nomes e livros foram proibidos de circular e todos percebiam o movimento de tropas nas ruas do centro, como nos conta Nael: “as escolas e os cinemas tinham sido fechados, lanchas da marinha patrulhavam a baía do rio Negro, e as estações de rádio transmitiam comunicados do Comando Militar da Amazônia. Rania teve que fechar as portas, porque uma greve dos portuários terminara num confronto com o Exército”.

Na ficção, o espaço do porto e seus trabalhadores são constituídos locus de resistência. Nael observava nauseado: “os soldados gritavam, davam vivas, uma barulheira de vozes e buzinas alarmou a praça da Matriz. Era um comboio de caminhões que vinha da praça General Osório e ia na direção do Rodoway”.

Leyla Perrone-Moisés escreveu, no ensaio “A Cidade Flutuante”, publicado no livro “Arquitetura da memória”, que o romance de Hatoum questiona, com a voz do narrador, o mito do progresso e do desenvolvimentismo excludente, denuncia a ocupação da cidade feita pelos militares, esses “monstros verdes” mais assustadores do que a floresta, revelando toda repressão e violência vividas durantes os anos de recrudescimento do regime.

A narrativa ficcional de Milton Hatoum está densamente carregada de História. É possível recuperar sujeitos e processos que ainda permanecem silenciados pelo discurso oficial e até mesmo pelo discurso acadêmico mais progressista.

Desta forma, seus livros tanto carregam riqueza literária enquanto forma, quanto possuem densidade de conteúdo, permitindo o diálogo fecundo entre a Literatura e a História, como também a Antropologia.

Literatura e outras ciências

Para que nossa análise e reflexão pudessem ser realizadas no diálogo com o texto literário, este teve que ser entendido como fonte de conhecimento. Essa dimensão foi assumida por entender a historicidade presente na narrativa, uma das orientações para investigar os saberes produzidos sobre o espaço amazônico, Manaus, especificamente, de 1960 e 1970.

O tecido textual se revelou em variantes interpretações, passando pelo tempo religioso, histórico, simbólico, mental, cultural e social dos objetos estudados. Esta pesquisa reforça a interpretação de que a ficção de Milton Hatoum traz um traço característico: a compreensão de que a região é marcada por marginalização social. A mesma também é estabelecida por práticas culturais e sociais que passam uma visão distorcida sobre as particularidades do território, ajudando a construir uma determinada imagem desse lugar.

Com efeito, mesmo que a história não se confunda com a ficção, a literatura é uma fonte histórica enquanto materialidade de práticas de representação de uma realidade. Assim, para compreender o literário, deve-se entender as razões da produção, as modalidades das realizações da ficção e as formas de apropriação do passado. Ao fazê-lo, produzimos saberes sobre aquele tema ou a respeito do universo em que ele está inserido.

Em outras palavras, entendendo a literatura em diálogo interdisciplinar com a história, é viável afirmar que a primeira é o observatório das representações de uma sociedade em um tempo específico. Tendo esse atributo, a história é o seu complemento. Enquanto a primeira observa as temporalidades no contexto apresentado, a segunda interpreta a ampulheta do tempo.

Alexandre da Silva Santos é mestre em Letras (Estudos Literários) e mestrando em História, ambos pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Davi Avelino Leal é doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Imagem em destaque: Milton Hatoum no Circuito SP de Cultura. Foto: Heloisa Ballarini/Prefeitura de São Paulo

 

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