Arte é ciência e economia: o trabalho das artesãs de Bom Caminho
O município de Benjamin Constant está localizado a mais de 1.500 km da capital Manaus, no Amazonas. Próximo da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, abriga pouco mais de 42 mil habitantes e está situado em plena floresta Amazônica.
Lá, cerca de 80 mulheres mantêm vivas a ciência e as práticas econômicas e culturais da comunidade do Bom Caminho por meio do artesanato.
Fabíola de Souza Forte, da nação Tikuna, a mais numerosa etnia indígena, é vice presidente da Amatu, a Associação de Mulheres Indígenas Artesãs, que desempenha um papel fundamental há mais de 17 anos na manutenção da cultura e da economia locais.
“O artesanato para mim representa cultura, crença, para que os nossos jovens e crianças que estão vindo não esqueçam da nossa cultura que nossos avôs e avós deixaram”, diz Fabíola.
A atividade, muito mais antiga do que a associação, é parte do cotidiano de Bom Caminho em aspectos indispensáveis, como a complementação da renda, e com pouca estrutura para a comercialização em Manaus, mais de mil quilômetros distante.
“Desde criança, sempre trabalhei em artesanato. É uma coisa que é difícil para nós, temos muito artesanato para vender. Levar para manaus, a gente tem dificuldade para levar, tudo é pago. Quando a gente chega em Manaus, ninguém tem onde dormir, onde deixar o artesanato da gente”, explica Francisca, artesã da Amatu.
Com mulheres à frente da organização e manutenção da Associação, o local é ponto de encontro entre cultura, economia e sociedade na região.
“Com a luta de todas as mulheres, as autoridades da comunidade, a Associação hoje está aqui dando uma ajuda para a comunidade e para as mulheres”, afirma Fabíola.
Entenda a produção e a história da Amatu nessa edição do videocast.