Referência em educação e cultura indígena, Higino Tuyuka morre aos 65 anos

Higino Tenório

Morreu na noite de quinta-feira (18), aos 65 anos, de complicações causadas pela Covid-19, o líder indígena Higino Pimentel Tenório, da etnia Tuyuka, da região do alto Rio Negro, no Amazonas.

O professor Higino Tuyuka, como era conhecido, foi um grande representante e defensor da cultura indígena, legado que construiu com uma história de lutas pelos povos do Alto Rio Negro. Ele deu entrada no Hospital de Combate à Covid-19 no dia 29 de maio, em Manaus, transferido do Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros da capital amazonense. Ele ficou internado na UTI, na ala indígena do hospital.

Tuyuka fazia questão de repassar às novas gerações tradições indígenas, como línguas, cantos, histórias e cerimônias. Também foi um grande articulador de políticas de educação indígena não apenas do Alto Rio Negro, mas também brasileira, e ajudou na criação dos 10 Princípios da Educação Escolar Indígena nos anos 90.

Querido por muitos, o xamã, intelectual e primeiro investigador indígena de arte rupestre do país, Higino foi ainda um dos fundadores da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) em 1987, entidade que representa 23 povos e 750 comunidades do Brasil na tríplice fronteira do Brasil com a Venezuela e a Colômbia.

Além de educador, Higino foi o primeiro investigador indígena de arte ruprestre no Brasil

 

A imagem em destaque é de um projeto da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e do Instituto Socioambiental. Crédito: FOIRN/ISA

 

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