Curso online: “Bem-viver e bem-conviver: A ontologia política do pensamento indígena”

curso bem viver e bem conviver
Programação terá quatro encontros e propõe um repensar ontológico, a partir da perspectiva do nós, ao invés do eu; faça sua inscrição aqui

O professor José Ángel Quintero Weir ministrará, em março, o curso online “Bem-viver e bem-conviver: A ontologia política do pensamento indígena”. Membro e autoridade no pensamento do povo Añuu, Quintero é doutor em estudos latino-americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e leciona na Universidade de Zulia, na Venezuela.

O seminário é uma realização da Amazônia Latitude, em parceria com o programa de português da Universidade do Estado da Flórida, dos EUA.

Dividido em quatro encontros a partir de 10 de março, as aulas vão abordar um novo diálogo com o mundo e um repensar ontológico, a partir da perspectiva do nós, ao invés do eu.

A partir do processo de produção de conhecimento dos povos Añuu e Ayuu, o professor conduzirá uma reflexão sobre a definição dos limites das relações com o outro, o lugar de viver o mundo e a construção de uma vida em comunidade.

Em conversa com conceitos como “Virada Ontológica”, do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro, e “Ontologia Política” dos povos, do antropólogo colombiano Arturo Escobar, a proposta é criar um ambiente de debates ancorado na leitura de materiais complementares.

Com vagas limitadas, Bem-viver e bem-conviver: A ontologia política do pensamento indígena acontecerá em quatro aulas semanais, sempre às quintas-feiras, às 20h. O curso será oferecido em espanhol.

O valor do curso é de 150 reais (30 dólares). O pagamento pode ser feito pelo PayPal da Amazônia Latitude neste link. Todo valor será convertido ao pesquisador. O comprovante de pagamento deve ser enviado ao e-mail [email protected].

Haverá leituras programadas para cada aula. O certificado de participação será emitido pela revista Amazônia Latitude, editada pelo Programa de Português da Universidade Estadual da Flórida (FSU).

Para conhecer um pouco mais do pensamento añuu e da obra e vida do professor Quintero, você pode ler o artigo Da ‘virada ontológica’ ao Tempo de Volta do Nós. No texto, o professor dialoga sobre ontologia e introduz a perspectiva de “nosotrificação” do pensamento, isto é, o retorno da centralidade do Nós como forma de pensar e fazer comunidade, que remonta a um passado pré-colonial. Quintero é venezuelano, integrante do povo añuu, das águas do Lago Maracaibo, e contou sua trajetória no Amazônia Latitude Podcast.

Clique aqui e acesse o formulário de inscrição. Se você tem dúvidas, fale conosco em [email protected]. Participe!

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Cronograma

Aula 01: 10/03
Virada Ontológica, ou o Retorno a Nós
O encontro aborda a ontologia da ciência ocidental e o Eirare (na língua Añuu) do conhecimento indígena. Eirare é o lugar de onde se vê e se vive, se sente, o lugar-tempo onde se está. É princípio que orienta as relações sociais, políticas, com a natureza e com o mundo. A partir disso, o professor abordará as diferenças entre Raciocínio e “Coraçãonar” (Corazonar, em espanhol), e entre “estar fora” e “estar dentro”, usando como exemplo a história contada pelo Tigre sobre o Caçador.

Aula 02: 17/03
A construção do mundo e a construção da comunidade humana
Como a vida se cria tanto na selva densa quanto no deserto quente? No segundo encontro, o que está em discussão são as configurações dos lugares e dos tempos, à luz do que as outras comunidades nos ensinam. Em foco, estão as duas coisas que precisamos investigar e aprender para a vida: a construção do Habitar e a produção do Comer.

Aula 03: 24/03
O que nos mantém em equilíbrio: A virada do nosso Ariiyuu/Aseyuu
O modelo de vida que hoje se impõe como único é responsável por esvaziar o ser humano da natureza e empurrar a Terra ao colapso. Neste contexto, ocorre uma ruptura do território e doença: terras e comunidades adoecem e há um descompasso entre a noção de saúde para indígenas e a ciência ocidental. O terceiro encontro trata-se da restauração do Ariiyuu/Aseyuu: o retorno à vida em conjunto, a volta do nós. O professor aborda o princípio da Incompletude e Complementaridade necessária, além das contradições entre a sociedade do Direito Individual e o sentimento comunal indígena.

Aula 04: 03/04
Conhecimento e Horizonte Ético
O quarto e último encontro parte de uma pergunta crucial: por que e para quem criar conhecimento? Apoiando-se nos conceitos de Keini/Keitita, o debate gira em torno do equilíbrio entre o “eu” do sujeito e o “nós” comunitário – passando, obrigatoriamente, pela árdua busca do “eu” e a necessidade do “nós” para a vida. A partir de um consenso comunitário, seria possível definir o Horizonte Ético de todos, aplicando um princípio fundamental: minha Vida só é minha se e somente se for com os Outros.

Leia a versão em espanhol
 
 

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