Manifesto reclama a Amazônia como Centro do Mundo

Nos dias 17 a 19 de novembro, a Universidade Federal do Pará (UFPA), em Altamira (PA), vai se tornar palco para pluralidade de vozes que lutam pela preservação da Amazônia e pelos direitos dos povos da floresta durante o evento “Amazônia, Centro do Mundo”. Na ocasião, será feito o lançamento do “Manifesto do Centro do Mundo” para reclamar atenção às urgentes questões ambientais que ameaçam o planeta.

A programação vai reunir  representantes dos movimentos sociais da Amazônia, intelectuais da floresta, das universidades e dos institutos de pesquisas do Brasil, ativistas nacionais e internacionais, em um cenário de aumento em 80% do desmatamento da Amazônia – segundo dados do Imazon- genocídio indígena por madeireiros e garimpeiros, aumento das queimadas e perda da biodiversidade no estado do Pará, palco de confrontos pela preservação ambiental no estado que concentrou o maior índice de desmatamento no Brasil em setembro, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto.

Durante os três dias de evento, os participantes serão divididos para a criação de grupos temáticos que irão debater sobre tópicos como as Falsas Soluções que Ameaçam a Floresta, Resistência das Mulheres na Amazônia e Educação para Enfrentar o Desenvolvimento Predatório, dentre outros assuntos urgentes que merecem visibilidade que irão compor o manifesto.

Presentes no evento protagonistas da resistência e da luta pela alteridade amazônida como o cacique Raoni Metuktire; a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha; o cientista Antonio Nobre. Além destes, Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu; Antônia Melo, do Movimento Xingu Vivo; Bel Juruna, liderança da aldeia Mïratu; Raimunda Rodrigues, ribeirinha da Reserva Extrativista Rio Iriri são alguns nomes que compõem o conjunto de participantes do Xingu. 

Programação

O evento tem abertura com a performance de “Involuntários da Pátria”, texto baseado na aula-manifesto do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro. Dirigido por Sonia Sobral, a apresentação denuncia a ofensiva final contra os indígenas por aqueles que se acham os “donos do Brasil”, em uma crítica à conversão dos indígenas e negros em “pobres” para servirem ao sistema capitalista. 

Nos três dias de evento, a arte e cultura dos povos tradicionais da floresta também permearão o espaço. Além de apresentações culturais de artista do Xingu, haverá a “Roça da Alimentação”: uma  Feira dos Povos com a venda de produtos de agricultores e artesãos xinguanos.

No último dia, uma ação de homenagem pela Vida e Memória no Centro do Mundo será realizada com o plantio de árvores e, por fim, a leitura do Manifesto do Centro do Mundo. 

O encerramento do evento ficará por conta da peça teatral Altamira 2042, de Gabriela Carneiro da Cunha. A apresentação artística vai tratar do testemunho do Rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte.

A programação completa está disponível aqui.

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