É duro ser ecológico

Foto do trator: Kees Streefkerk/Unsplash.

George Monbiot argumenta que nenhum dos métodos agrícolas alternativos mais usados pode salvar nosso sistema alimentar de uma crise iminente

Capa do livro Regenesis

Regenesis: Alimentando o mundo sem devorar o planeta
Autor: George Monbiot
Editora: Penguin Books
Ano: 2022

O que vamos comer no futuro? Algum produto orgânico saudável, cultivado localmente ou algum alimento de ficção científica como no filme No Mundo de 2020 (1978)? A única certeza, argumenta George Monbiot em Regenesis: Feeding the World Without Devouring the Planet, é que não podemos continuar comendo o que comemos hoje. A crise do clima já faz isso ser verdade. E, mesmo que os impactos climáticos sejam menos severos do que algumas projeções, a agricultura industrial e a dieta global que ela cria são insustentáveis e estão destruindo os solos do planeta tão rápido que estamos à beira de uma catástrofe mundial. Temos um período muito breve para remodelar nossos sistemas alimentares, adverte Monbiot.

Regenesis começa com uma análise da sedutora ideia de que podemos cultivar (pelo menos parte de) nossos alimentos em nosso quintal. Como qualquer pessoa que come frutas e vegetais de sua própria horta sabe, alimentos orgânicos cultivados em casa são fonte de orgulho, satisfação e sustento. No entanto, plantar uma alface simples é muito difícil; sem falar de plantas mais complexas. Se você detesta pesticidas, vai precisar caçar lesmas e caramujos à noite e lagartas durante o dia. As hortas precisam estar cercadas para evitar outras pragas maiores, e a água e fertilizante precisam ser usados para o cultivo. Ainda assim, os deuses da colheita, inconstantes, devem sorrir para sua horta.

Escritor e defensor do meio ambiente britânico, Monbiot sabe melhor do que ninguém que cultivar legumes e vegetais, mesmo que para complementar a dieta, é um trabalho incerto e demorado. Em um terreno em Oxford, ele cuida, com prazer, de um pequeno pomar. Árvores que produzem variedades incomuns de maçãs parecem ser uma paixão particularmente inglesa, exigindo um conhecimento íntimo do solo e do clima, e também dos frutos e de como tratá-los, juntamente com práticas como beber cidra no pomar para incentivar uma boa colheita.

O fruto da macieira, diz Monbiot, é “doce e macio e tem mais suco do que polpa”. Ele “amadurece em agosto e deve ser comido direto da árvore, já que a menor lombada na rua machuca sua pele translúcida”. É, portanto, um prazer restrito àqueles que a cultivam e a seus amigos e vizinhos. Outras variedades cultivadas por Monbiot se tornam frutas secas para consumo, cidra ou sementes de alcaravia. Quase todo ano alguma variedade do pomar não dá frutos, e em alguns anos, todas as árvores ficam carregadas.

O pomar de Monbiot já está sentindo os efeitos das rápidas mudanças climáticas. Ele conta que, durante uma primavera, seu pomar deu mais frutos do que nunca. Os dias eram calmos e as noites, quentes. Mas então, na metade de maio, uma forte geada matou todos os frutos em todas as árvores. Lições ainda mais sérias são aprendidas a partir do solo, e na abertura de Regenesis, Monbiot nos leva numa viagem às milhares de espécies que habitam cada metro quadrado do seu pomar. Das centopéias aos colêmbolos, cada um dos pequenos organismos com seu papel na manutenção da ecologia e da saúde da área. O solo da maioria dos campos é, por comparação, um deserto biológico. Isso porque as práticas agrícolas modernas operam cada vez mais em um modelo quase hidropônico que exige apenas um meio de cultivo estéril, ao qual são adicionados nutrientes e água. A tragédia dos campos agrícolas comerciais é que, ao contrário do solo bem conservado, eles não mantêm sua fertilidade e equilíbrio ecológico. Em vez disso, a cada ano precisam de enormes quantidades de fertilizantes, pesticidas e herbicidas, que escorrem para os campos e para os rios, envenenando ecossistemas inteiros.

Este sistema é muito lucrativo para poucas corporações que monopolizam o fornecimento de alimentos. Elas têm um mercado cativo, pois os agricultores não têm outra escolha a não ser adquirir os nutrientes e aditivos necessários para seu cultivo. E agricultores do mundo todo precisam pagar pela água. Para muitos, existe uma espécie de peonagem, com dívidas e desesperos crescentes. Forçados a viver isolados em ambientes devastados, sem beleza, dos quais a natureza foi expulsa, alguns agricultores observam seus financiamentos crescerem de forma muito mais confiável do que suas plantações; alguns até se perguntam se vale a pena viver. Muitos decidem que não vale e, em algumas regiões — particularmente na Índia —, o índice de suicídios de agricultores atingiu níveis perturbadores. Mesmo em países ricos como França, Reino Unido, EUA e Austrália, agricultores se suicidam duas vezes mais do que o resto da população.

Enquanto alimentos são vendidos muito baratos, afetando o sustento de muitos agricultores, continuam sendo tão caros que muitos consumidores, mesmo em países desenvolvidos, passam fome. Para ilustrar o argumento, Monbiot descreve os bancos de alimentos do seu bairro, no qual alimentos mais frescos e saudáveis estão em falta. Um trabalhador do banco diz: “Adoraríamos dar a cada criança um saco de frutas para levar para casa toda semana, mas isso seria muito caro”. O curto prazo de validade dos produtos frescos é parcialmente responsável, mas o próprio sistema de fornecimento de alimentos também. Como Monbiot escreve:

Na maioria das vezes, os supermercados não estão doando seus próprios produtos [a bancos de alimentos], mas os de outra pessoa. Eles desfrutam de relações tão exploradoras com seus fornecedores que se não venderem os produtos que encomendaram, os fornecedores não são pagos. Assim, eles encomendam em excesso. Eles fingem ser heróis quando doam produtos de outras pessoas para caridade.

Mas os processadores de comida e as empacotadoras no topo do sistema não têm relação direta com os clientes nem o que perder em termos de reputação corporativa se se livrarem de grande parte dos alimentos que manuseiam.

As pessoas que dependem de alimentos altamente processados, repletos de gorduras e açúcar, que enchem os bancos de alimentos, podem ficar tanto obesas quanto desnutridas. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, uma boa dieta custa cinco vezes mais do que uma que apenas tem as calorias adequadas; os que enfrentam insegurança alimentar apresentam mais casos de diabetes e de problemas cardíacos e circulatórios, que podem levar à morte precoce. Monbiot diz que já ouviu muitos especialistas insistirem que o problema da obesidade seria falta de “força de vontade” — as pessoas estão “falhando em assumir a responsabilidade por suas dietas”. No entanto, este tipo de pensamento ignora as consequências catastróficas da pobreza e da desigualdade. Ao contrário, o autor conclui que “a obesidade é uma doença transmissível. Seus vetores são as corporações”.

Nossa produção de alimentos também não é segura. Os produtos básicos para uma dieta padrão são cultivados em menos lugares e distribuídos para todo planeta. Frente às mudanças climáticas, é um sistema insano, e a guerra na Ucrânia pode muito bem revelar toda a extensão dessa insensatez. Ucrânia e Rússia são responsáveis por quase um terço das exportações globais de trigo e cevada, e o conflito já atrapalhou tanto a produção quanto o comércio desses alimentos básicos, com grandes impactos em países importadores na África, no Oriente Médio e no Sul da Ásia.

O uso excessivo de fertilizantes, o glifosato (principal ingrediente do famoso exterminador de ervas daninhas Roundup e suposto carcinógeno) e o arado, que destrói a estrutura do solo, já devastaram os lugares mais produtivos da Terra e o meio ambiente. E não são apenas os produtos químicos que causam os danos. Monbiot, que se preocupa profundamente com sua região no centro da Inglaterra, destina crítica mais ácida para a produção de carne. Um boom na agricultura industrial, possibilitado no Reino Unido por uma legislação insuficiente de proteção ambiental, está prejudicando os rios da Inglaterra. Monbiot segue a poluição do rio Wye e descobre que a origem da sujeira é uma granja de aço, com mais de 40.000 frangos.

Segundo algumas estimativas, há 20 milhões de frangos na bacia hidrográfica do Rio Wye, produzindo muitos resíduos biológicos. Esse esterco só pode ser usado como fertilizante em algumas épocas do ano e sob determinadas condições. Mas ninguém disse às aves que elas deveriam parar de fazer cocô; os agricultores ficam cercados por fezes e ignoram as leis regulatórias. As chuvas espalham esses dejetos pelos campos, que chegam aos rios e matam peixes e outras vidas aquáticas. A situação no rio Wye é apenas um pequeno exemplo de um fenômeno que está destruindo rios de nações inteiras. Na Nova Zelândia, que valoriza sua imagem “limpa, verde”, uma enorme quantidade de resíduos da indústria de laticínios vem transformando rios límpidos em esgotos.

Monbiot pede intensamente pelo fim deste ciclo de destruição. A questão é: vamos trocá-lo pelo quê? Ele examina uma série de soluções no livro, mas todas ficam a desejar. Por exemplo, a ideia de cultivar alimentos nas cidades é descartada porque Monbiot acredita que simplesmente não há terra suficiente nas áreas urbanas. Ele também descarta a ideia de hortas verticais por causa do uso de energia e de outros custos. Ele não ignora estes projetos totalmente, admitindo que o cultivo local de alimentos pode trazer “grandes benefícios para a saúde mental”. Mas não tenho certeza de que saber que cultivo alimentos apenas como atividade terapêutica faria bem à minha saúde mental.

Monbiot também acredita que nenhum dos métodos agrícolas alternativos que se expandem rapidamente podem ajudar. Ele argumenta que o uso do biocarvão e terra preta — matéria orgânica queimada que pode tornar o solo mais produtivo — não é uma solução porque são muito caros; nem métodos mais populares de manejo de gado, como o pastejo rotativo serviriam. Ao descartar estas iniciativas, Monbiot é precipitado e radical demais. É provável que os custos do biocarvão caiam à medida em que os métodos de produção melhorem e, em algumas circunstâncias, o pastejo rotativo é altamente benéfico para o meio ambiente. Em algumas áreas não aptas ao cultivo, a criação de animais é o único meio possível de produção de alimentos. Na Austrália, onde eu moro, a situação é diferente da descrita por Monbiot no Reino Unido. Aqui, mais de 90% do território não é agricultável, e os métodos como o pastejo rotativo foram responsáveis por restaurar solos e parte da biodiversidade. O livro de Monbiot tem um enfoque hiperlocal, sobre os ingleses; é um ponto forte da obra pelo detalhamento dos problemas e das soluções. Mas, em outras questões, esse hiperfoco é uma desvantagem.

Monbiot acredita que parte crucial da abordagem das questões ambientais reside na adoção generalizada de uma dieta sem produtos de origem animal. Ele tem argumentos fortes em prol do corte de consumo de carne em regiões densamente habitadas como a Europa. Ele admite, porém, que mesmo a adoção de uma dieta vegana não será suficiente, porque a agricultura é, por si só, muito destrutiva. Não existem, diz ele, “soluções perfeitas em um mundo imperfeito”.

Em sua busca por respostas, Monbiot se encontra com alguns agricultores ingleses que estão fazendo as coisas de maneira diferente. Um desses agricultores, Iain Tolhurst (conhecido como Tolly), tem sete hectares de terra coberta por pedras, em uma escarpa com vista para o Tâmisa. Tolly desenvolveu seus métodos agrícolas nas tentativas e erros ao longo de vários anos, e muitos deles são apropriados apenas para seus campos pedregosos. Um ano antes de sua entrevista com Monbiot, Tolly colheu 120 toneladas de vegetais e frutas sem usar pesticidas, herbicidas, minerais, esterco animal ou qualquer outro fertilizante. Ao mesmo tempo, a fertilidade do solo aumentou e sua fazenda se tornou um refúgio para uma rica diversidade de vida selvagem.

Muito esforço humano é dedicado à fazenda, que emprega doze trabalhadores nas épocas mais movimentadas. Tolly cria cem variedades de legumes e semeia 350 vezes por ano. Parecido com sua fazenda, Tolly parece nunca descansar. Ele se levanta às 5 da manhã para fazer a contabilidade da fazenda e trabalha o dia todo. Enquanto Monbiot tentava entrevistá-lo para o livro, Tolly parecia preocupado com as tarefas diárias. Monbiot até mesmo ofereceu a possibilidade de voltar em um horário menos ocupado. “Um horário menos ocupado não existe”, respondeu Tolly. Apesar de todo esse esforço, os lucros são escassos. Monbiot calcula que Tolly ganhe 70 libras (419,59 reais) por semana. Sem sua pensão, trabalhos de consultoria e um aluguel com preço congelado pago ao proprietário do terreno, Sir Julian Rose, ele não conseguiria sobreviver.

Tim Ashton mostra a Monbiot outro caminho possível. Ashton é um agricultor em Shropshire, e seus quinhentos acres são dedicados à agricultura de “plantio direto” para cultivar grãos. O plantio direto está se espalhando rapidamente, principalmente na Austrália, onde a lavragem do solo pode causar perdas catastróficas. Os métodos variam, mas Ashton mata as ervas que invadem as plantações com herbicida e, depois, coloca a semente no solo. O sistema proporcionou resiliência frente às mudanças climáticas e, após quatro anos, ele conseguiu fazer com que seu rendimento agrícola voltasse aos níveis que tinha antes do plantio direto. Ele também reduziu o uso de fertilizantes em 85%, e o consumo de combustível fóssil está mais baixo do que nunca.

O maior problema no método de Tim Ashton é o uso do glifosato para matar plantas invasoras, um químico ligado ao câncer e a danos ambientais. Na Austrália, muitos agricultores de plantio direto evitam glifosato colocando ovelhas ao longo das fazendas para fornecer esterco. Em um ano de baixa, os fazendeiros nem mesmo retiram a escassa colheita, que vira comida de ovelha. Como a fazenda de Tolly, a de Ashton não tem muitos lucros. Ela sobrevive com a renda de uma inovação — um longo curral neolítico onde são enterradas, por uma taxa, cinzas de pessoas cremadas — que ajuda Ashton a pagar as contas, atraindo ateus e pessoas que celebram o solstício em locais como Stonehenge.

Monbiot se incomoda quando alguém afirma ter o melhor método agrícola. Mas ele é atraído por pessoas como Tolly, para quem a agricultura não é apenas um trabalho em tempo integral. “É uma vida em tempo integral”. O número de pessoas dispostas a viver assim determinará a utilidade deste método para alimentar o mundo. Depois de ler esta parte do livro de Monbiot, senti um profundo senso de que todo o sistema agrícola está tão quebrado que não pode ser reformado.

Na Finlândia, Monbiot narra seu encontro com Pasi Vainikka, o fundador da Solar Foods, “um cientista brilhante e um empresário visionário”. A startup de Vainikka inventou uma possível solução para a crise alimentar. Monbiot considera a invenção como “o início do fim da maior parte da agricultura”. A ideia consiste em cultivar em laboratório um tipo muito estranho de bactéria, conhecidas como Knallgas (gás explosivo, em alemão). Estes microrganismos foram isolados pela primeira vez em 1989, e o que os diferencia de todos os outros é a capacidade de usar hidrogênio como fonte de alimento. Vainikka teve a ideia de alimentar a bactéria com hidrogênio derivado de energia solar, produzindo um produto que ele chama de Solein. As bactérias duplicam a cada três horas, o que permite pelo menos oito colheitas por dia. Embora Solein parece ser tirada de alimentos de ficção científica e a ideia de comer bactérias não seja muito atraente, os avanços feitos pela Solar Foods têm consequências relevantes.

A Solein é um pó amarelado com 60% de proteína. Esse percentual a torna muito nutritiva, e como pode ser adicionada a muitos alimentos sem alterar seu sabor, tendo o potencial de se tornar um alimento básico. Monbiot foi a primeira pessoa fora da equipe de laboratório da Solar Foods a comer uma panqueca feita com Solein. Desde que se tornou vegano, conta Monbiot, as panquecas não têm o mesmo gosto, principalmente porque, sem ovos, elas não têm proteína suficiente. Ele descobriu que a panqueca com Solein “tinha um sabor rico, suave e de sustança: assim como as panquecas que eu costumava comer”.

É possível que, no futuro, Solein seja cultivada em cervejarias próximas às cidades e que substitua carne, soja e outras fontes tradicionais de proteína. A economia só no uso da terra seria enorme: nos EUA, a soja ocupa 36,5 milhões de hectares, enquanto para se produzir a mesma quantidade de proteína Solein seriam necessários apenas 21 mil hectares de instalações. Não tenho dúvidas de que a Solar Foods será simplesmente a primeira de muitas empresas que utilizam bactérias para fabricar nossos alimentos. O próximo avanço virá quando as bactérias forem utilizadas para produzir amidos, que substituirão as culturas de grãos. A quantidade de terra liberada por esta tecnologia seria algo verdadeiramente transformador.

Embora Solein possa reduzir os efeitos ambientais da produção de alimentos, não é certo que promoverá segurança alimentar, deixando o mundo dependente de uma única fonte de proteína. A cultura de microorganismos é repleta por problemas de contaminação: imagine se uma uma bactéria tóxica invadisse os tanques de crescimento de Solein.

Para Monbiot, a Solar Foods apresenta outro problema. Os tanques industriais cheios de bactérias carecem da atração romântica de um tradicional pomar de maçãs ou mesmo dos métodos agrícolas mistos desenvolvidos por Tolly. Eles parecem futuristas, frios e potencialmente hostis. No entanto, parece provável que, caso a Solar Foods tenha sucesso em atingir uma viabilidade comercial, Solein será adicionado à nossa lista de alimentos sem grande pompa.

Os seres humanos são agricultores há cerca de 10.000 anos. Antes disso, éramos caçadores-coletores, e o planeta podia suportar apenas alguns poucos milhões de nós. Então, descemos a cadeia alimentar, colhendo sementes das gramíneas que alimentavam os grandes rebanhos. Com essa inovação, muitos milhões puderam ser nutridos. Mas o sistema agrícola que produzia os grãos era prejudicial ao meio ambiente. Agora nos deparamos com a perspectiva de um novo salto na cadeia alimentar para as bactérias. Os benefícios poderiam ser enormes. Fetichizamos, porém, nossos alimentos tão profundamente que é difícil pensar em um pó amarelo, feito de bactérias secas, como sendo saudável, fresco e bom para o planeta. Talvez a primeira pessoa que distribuiu bolos assados de grãos esmagados em um churrasco, servindo bifes de mamute e bisonte para os caçadores de grandes jogos do Paleolítico, tenha enfrentado o mesmo problema.

From The New York Review of Books
Copyright (c) 2022 Tim Flannery.

Um dos principais escritores australianos sobre mudanças climáticas. Cientista, explorador e conservacionista internacionalmente aclamado. Foi professor na Universidade de Adelaide e pesquisador no South Australian Museum.

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