Amazônia em 5 minutos | 17 a 23/06/2023
Nesta sexta-feira (23), a revista Amazônia Latitude publica a nova edição do podcast Amazônia em 5 minutos, que traz como destaques a escolha de Belém como sede da COP30, um estudo que indica como a região amazônica pode avançar sem o desmatamento, e ainda um alerta sobre o garimpo ilegal. Confira!
Belém é sede de conferência do clima
Pela primeira vez na história, a Amazônia sediará a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 30, a mais importante cúpula sobre clima do mundo.
O anúncio oficial foi feito pelo presidente Lula durante visita ao Pará, onde foi assinado o contrato de cessão do Aeroporto Brigadeiro Protásio Oliveira para a implementação da COP 30.
A COP é a Conferência das Partes, onde representantes de países-membros se reúnem por duas semanas para avaliar a situação das mudanças climáticas.
A primeira COP aconteceu em Berlim, em 1995, após a entrada em vigor do tratado assinado por 197 países em 1992, comprometendo-se a estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. Desde então, a Organização das Nações Unidas (ONU) convoca regularmente os países para essa cúpula climática.
A escolha de Belém como sede ressalta a importância da região amazônica no combate à crise climática e na proteção ambiental. Medidas estão sendo tomadas para melhorar a estrutura da capital paraense.
Estudo propõe modelo econômico para a Amazônia
O estudo Nova Economia da Amazônia, elaborado por pesquisadores do Instituto WRI e de instituições científicas, apresentou estratégias para mudar o cenário econômico da Amazônia Legal.
O estudo propõe uma mudança na forma como a Amazônia é explorada economicamente. Em vez de continuar com práticas de exploração da natureza que não trazem um retorno financeiro adequado e muitas vezes causam danos ambientais, a proposta é adotar uma trajetória de descarbonização.
Projeções indicam que a adoção desse modelo econômico poderia gerar um aumento de 40 bilhões de reais no PIB da região até 2050, criando 833 mil novos empregos na bioeconomia.
O estudo destaca a necessidade de investimentos e de ações para evitar os altos custos, tanto para a economia global quanto para o Brasil, e enfatiza que uma transição bem-sucedida na Amazônia pode levar à descarbonização de toda a economia brasileira, como afirma Rafael Barbieri, economista do WRI Brasil.
Alerta sobre garimpo ilegal
Um estudo divulgado nesta semana pelo Instituto Escolhas revela que a área de garimpo de ouro na Amazônia teve um aumento alarmante de mais de 90% em oito anos. Entre 2013 e 2021, a área cresceu mais de 70 mil hectares.
Facilidades legais, como uma Lei de 2013, isentaram as empresas compradoras de ouro da responsabilidade de verificar a origem legal do metal. Isso dificultou o combate à lavagem de dinheiro e à identificação do ouro ilegal.
O estudo revela que o garimpo na Amazônia vai além da atividade individual e artesanal, mas tem altos investimentos e gera grandes lucros.
Para a pesquisa, iniciar uma operação de garimpo de balsa nos rios da Amazônia exige um investimento inicial de mais de 3 milhões de reais, enquanto o garimpo em terra demanda cerca de 1 milhão e 300 mil reais.
O Instituto fala em limitar a retirada do minério, e da necessidade de um licenciamento ambiental rigoroso, como afirma em exclusividade à revista Amazônia Latitude, Larissa Rodrigues, gerente de Portfólio do Instituto Escolhas.
Ainda nesta semana, a Polícia Federal informou não ter encontrado novas áreas de garimpo durante um período de 33 dias, entre os meses de maio e junho.
Por outro lado, a Hutukara Associação Yanomami emitiu uma nota esclarecendo que a não identificação de novas áreas na Terra Yanomami não significa que a atividade ilegal tenha acabado.
A associação ressalta que líderes locais relataram a presença contínua de garimpeiros, apesar da diminuição da atividade e da falta de identificação pela polícia.
Ouça a nova edição do Amazônia em 5 minutos: