Amazônia em 5 minutos: 3ª Marcha das Mulheres Indígenas

Nesta sexta-feira (15), o  Amazônia em 5 minutos traz atualizações dos principais eventos ocorridos entre 7 e 13 de setembro na maior floresta tropical do mundo. Entre os destaques, o Amazonas declarou estado de emergência devido ao aumento das queimadas; a 3ª Marcha das Mulheres Indígenas defendeu a biodiversidade e a demarcação de terras; e alarmantemente, 22% dos assassinatos de ambientalistas em todo o mundo em 2022 ocorreram na Amazônia.

Ouça o episódio completo para todas as notícias e, para a versão em inglês, clique aqui:

Marcha das Mulheres Indígenas

Entre os dias 11 e 13 de setembro, mais de cinco mil mulheres indígenas de todo o Brasil ocuparam as ruas de Brasília. A 3ª Marcha das Mulheres Indígenas foi organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade e aconteceu no Eixo Cultural Ibero-Americano, na região central de Brasília, no Distrito Federal. Além das brasileiras, também participaram indígenas de outros países, como Peru e Estados Unidos.

As mulheres marcharam pelo tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”.A principal pauta carregada por elas foi a demarcação de territórios indígenas e o julgamento do marco temporal. 

A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), Joenia Wapichana, explicou a importância da luta das mulheres indígenas em entrevista à Agência AFP. “Essa visão da sustentabilidade, a relação com a terra e com os recursos naturais, fazem com que as mulheres indígenas sejam muito espertas, no sentido de sabedoria de apontar soluções para as diversas crises que nós vivemos, seja ela a crise climática do planeta todo, seja ela nas questões humanitárias que os povos indígenas passam”, conta. 

Durante os três dias do evento, aconteceram debates, grupos de trabalho e apresentações culturais sobre temas como a participação das mulheres indígenas na política, emergências climáticas, violência de gênero, saúde mental, e acessibilidade indígena à educação.

Perigo para ambientalistas

Em 2022, 177 ambientalistas foram mortos no mundo, de acordo com um levantamento da Organização Não Governamental (ONG) Global Witness. O dado está presente no relatório mais recente da ONG, divulgado na terça-feira (12).

Segundo o relatório, 22% das mortes aconteceram nos oito países da Floresta Amazônica. No ranking geral, o Brasil é o segundo país mais violento para ativistas ambientais: foram 34 assassinatos em 2022 em todo o território nacional. O Brasil ficou atrás apenas da Colômbia, onde foram registrados 60 ataques letais.

Amazonas

Na terça-feira (12), o governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou emergência ambiental no estado. A medida foi tomada por causa do grande número de queimadas no Amazonas em agosto e setembro.

Em todo o mês de agosto, foram registrados 5474 focos de calor no estado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Enquanto nos primeiros dez dias de setembro, foram registrados quase 4 mil focos de calor. Esse número faz com que este seja o pior mês de setembro desde 2021 no Amazonas em relação a queimadas.

O decreto do governador Wilson Lima foi feito para tentar reduzir os impactos do desmatamento ilegal e das queimadas no estado. O decreto vai abranger nove cidades no sul do estado, sendo elas: Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá e Maués. E treze cidades na região metropolitana de Manaus, sendo elas: Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Autazes, Silves, Itapiranga, Manaquiri e Manaus.

As ações de controle do desmatamento e de queimadas serão feitas pela Secretaria de Meio Ambiente em cooperação com demais órgãos do estado.

Povos Indígenas

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas denunciou para a Organização das Nações Unidas (ONU), várias violações de direitos dos indígenas Madihas Kulinas, que vivem no sudoeste da Amazônia.

A denúncia foi feita em maio de 2023 por meio de documentos e fotos, que também foram obtidos pela reportagem da Folha de S. Paulo. Os relatórios indicam que os indígenas vivem uma realidade de desnutrição infantil, insegurança alimentar, abandono, estupro, suicídio e mortes violentas. A denúncia foi feita por causa da ausência de soluções por parte do poder público.

A Escola de Direito da Universidade do Estado do Amazonas, o Conselho Indigenista Missionário, a Operação Amazônia Nativa, organizações de povos indígenas e tradutores da língua Madiha Kulina também subscrevem o documento enviado para a ONU.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas, questionada pela reportagem da Folha de São Paulo, ainda não se pronunciou sobre o assunto.


Neste episódio do Amazônia em 5 minutos, usamos informações e áudios de Agência AFP, Amazônia Real, Folha e G1. 

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