Fotogaleria: crise da coleta de lixo em Belém se arrasta com COP à vista

A capital do Pará, Belém, desde junho do ano passado vem enfrentando um grave problema no sistema de coleta e destinação de lixo em diversos bairros de toda região metropolitana. Carros, motos e pedestres dividem as ruas e calçadas com pilhas enormes de resíduos sólidos descartados.

O prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) assume um posicionamento que culpa as gestões anteriores por contratos precários com o aterro sanitário de Marituba, que atingiu sua capacidade máxima em 2019 e segue funcionando, além de supostamente ter sofrido “sabotagens e ações organizadas e deliberadas de despejo irregular de lixo pela cidade”. Como solução, o político apresentou em 18 de janeiro, após diversos adiamentos, um novo sistema de gestão de resíduos sólidos gerenciado pela Ciclus Amazônia.

A partir da assinatura do contrato de 30 anos com o consórcio vencedor da licitação, em 7 de fevereiro, a empresa tem 90 dias para se instalar efetivamente e iniciar as atividades. Assim, a Ciclus Amazônia vai ficar responsável pela coleta, varrição, implantação de ecopontos e de um novo aterro sanitário bioenergético.

Entretanto, até o momento, nada tem sido feito para suavizar o cenário de sujeira que se assemelha a um lixão a céu aberto.

Belém foi escolhida para sediar a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-30, entre 10 e 21 de novembro de 2025, realizada pela primeira vez na Amazônia. Mas a crise no município, tanto ambiental quanto de saúde pública, tem colocado em xeque a credibilidade local para receber o evento, que reúne líderes das principais economias do mundo para discutir ações que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas.

O fotógrafo Oswaldo Forte, colaborador da Amazônia Latitude, percorreu a capital paraense e registrou o acúmulo excessivo de lixo.

Moradores da Av. Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira, penduram sacolas de lixo para evitar a ação de cães e gatos. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Pontos de descarte crônicos na Av. Bernardo Saião, no bairro da Cremação, obstruem vias e calçadas. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Acúmulo de lixo na calçada da sede dos Correios, na Av. Senador Lemos, no Telégrafo. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Urubus aproveitam a deficiência de coleta de resíduos para procurar alimentos em lixão na Av. Padre Bruno Sechi. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Marginal do canal São Joaquim apresenta uma longa extensão de lixo acumulado, obstruindo parte da avenida e prejudicando o tráfego de veículos. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Ponto de descarte irregular de lixo doméstico e entulho, em frente a prédio abandonado na Av. Pedro Álvares Cabral, causa transtornos à moradores do bairro da Sacramenta. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Descarte de lixo e entulho permanente nas margens do canal da Travessa Nove de Janeiro é um problema enfrentado pela população e pelo poder público. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Trabalhadores da prefeitura retiram entulho acumulado na marginal do canal São Joaquim. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Entulho descartado na ciclofaixa da Av. Padre Bruno Sechi, no bairro do Bengui. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Ponto de descarte irregular de lixo doméstico e entulho, em frente a prédio abandonado na Av. Pedro Álvares Cabral, causa transtornos à moradores do bairro da Sacramenta. Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Latitude

Fotos: Oswaldo Forte
Texto: João Felipe Serrão & Isabella Galante
Edição: Isabella Galante
Revisão: Filipe Andretta
Direção: Marcos Colón