A guardiã de Pássaros, o filho de boto e a cultura popular em destaque na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes

Até 25 de agosto, mais de 400 mil pessoas devem passear pelos estantes da 27º Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes e conversar com autores iniciantes e premiados, em especial com Iracema Oliveira e Antônio Juraci Siqueira, nossos mestres das palavras

Iracema de Oliveira e Juraci Siqueira, homenageados da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Foto: Secult / Divulgação
Iracema de Oliveira e Juraci Siqueira, homenageados da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Foto: Secult / Divulgação
Iracema de Oliveira e Juraci Siqueira, homenageados da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Foto: Secult / Divulgação

Iracema Oliveira e Juraci Siqueira, homenageados da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Foto: Secult / Divulgação

A guardiã, Iracema Oliveira; e o filho de boto, Antônio Juraci Siqueira, são os grandes homenageados da 27ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. O evento acontece em Belém do Pará até o próximo dia 25 de agosto e deve receber cerca de 400 mil pessoas nos nove dias da programação que coloca a cultura popular amazônica num lugar de destaque.

Apesar de o tema da Feira ser “Vozes do Clima: a COP na Amazônia” e do primeiro dia do evento ter se voltado a discussões sobre mudanças climáticas e a realização da Encontro das Nações Unidas na capital paraense, Iracema e Juraci e sua mitopoética – nos termos em que reflete João de Jesus Paes Loureiro – são a verdadeira alegoria da programação. E o fazem merecidamente.

Ela, 88 anos, natural de Belém. Guardiã do Pássaro Tucano, da Pastorinha e fundadora do grupo Frutos do Pará. Sonhava em ser lembrada como atriz e ser reconhecida por papéis em radionovelas. Mãe solo de dois, mãe afetiva de inúmeros. Atriz com atuação no teatro, no rádio e na televisão. Oitenta anos dedicados à cultura popular. Com uma obra que, embora não escrita, deixa rastros que estão eternizados de tal maneira que só poderia ser descrita por seu jargão favorito: “Te mete”!

Ele, 75 anos, nascido às margens do Rio Cajary, cidade de Afuá, no Marajó. Filho de boto, não larga o chapéu. Sonhava em se tornar canoeiro, guiando embarcações à vela do Marajó em direção ao Ver-o-peso. Se tornou canoeiro onírico. Escritor versátil, começou na literatura infantil para dar conta da imaginação da neta, Ingrid Siqueira. Distribui poesia em corações, literalmente!

Iracema e Juraci. Foto: Alice Palmeira / Amazônia Latitude

Iracema e Juraci. Foto: Alice Palmeira / Amazônia Latitude

Ambos nunca trabalharam juntos e, no momento, não têm projetos em comum. Dizem que se admiram imensamente e que estão honrados em dividir o posto mais alto da Feira Pan Amazônica do Livro e das Multivozes. Economizam palavras ao falarem de si, mas liberam-nas livremente para elogiar um ao outro. Em comum, o amor pela palavra, a alma dedicada à Amazônia e uma vida construindo, elevando e valorizando “o popular” da cultura.

“Eu sou um em uma coletividade de tantos escritores. Estendo a eles essa homenagem porque eles merecem ser homenageados. E há outra dimensão da palavra que é a dimensão da cultura, da Iracema. Pássaros que só têm no Pará. Iracema conheci pela voz no rádio e só muito depois conheci pessoalmente. É alguém que merece essa homenagem e me sinto feliz de estar tão bem acompanhado”, revela Juraci Siqueira.

Para Iracema Oliveira, a homenagem ao lado de Juraci é única. “Se fosse outra pessoa, talvez eu não estivesse tão feliz como estou. Ele é um desbravador, um lutador. Um artista de primeira qualidade. E me sinto privilegiada em estar ao lado dele aqui”.

Juraci Siqueira. Foto: Glauce Monteiro / Amazônia Latitude

Juraci Siqueira. Foto: Glauce Monteiro / Amazônia Latitude

Canoeiro das letras e corações de papel

Juraci fala por poesia e sua poesia fala por ele. Em “O menino que ouvia estrelas e se sonhava canoeiro” (2010) e, em tantas outras obras; Juraci, o boto; fala de si, do mundo Amazônia que conhece e do que viu e aprendeu pela jornada.

Nasceu e cresceu às margens
de um rio, nos canfundós
de Judas, ouvindo histórias
narradas por seus avós.
Viveu sem traumas, sem mágoas
tomando banho nas águas,
da floresta ouvindo a voz.

Em “O mito de criação dos Rios da Ilha  do Marajó” (2013), ele conta a origem dos corpos d’água da região e sua famosa forma “serpenteada” tal qual lhe foi contada quando menino, sob forte influência da cultura indígena, no Marajó.

No momento em que as serpentes
dentro do mar penetraram,
este, ferido em seus brios,
os rastros que elas deixaram / invadiu sem qualquer dó
e os rios do Marajó
nesse instante se formaram.

Durante a mesa “Canoeiro das palavras: navegando em Juraci Siqueira” realizado durante a Feira Pan-Amazônica do Livro, o pesquisador e professor de Literatura, Paulo Nunes, atribuiu a diversidade da obra de Juraci a uma influência modernista na qual “várias literaturas podem ser enfatizadas”.

“O Juraci, ele é um poeta dinâmico porque ele é poeta quando ele é perfômico, quando faz as declamações; ele é poeta – num caso único de cardiopoesia – quando ele abre o coração em seus ‘poetas coronarianos’; mas ele também é um camarada que ele mesmo diz ser medieval porque ele me disse: ‘eu penso em sete sílabas’. E eu o invejo porque, ao tentar fazer isso, o meu [poema] sai com ‘o pé quebrado’ – sem a métrica exigida – e ele vem e o conserta”.

E há muito mais que poesia em Juraci. Há sátiras, há prosa e há cordel. Mas talvez, se você o encontrar na rua, seja por suas trovas que o reconhecerá. Ele mesmo explica na obra “Estrela de 4 pontas I” (1989) que trovas são “composições de quatro versos ‘setessilábicos’ rimados e com sentido completo e independente”.

Certa vez, viu um colega entregar trovas em pequenos pedaços de papel, aqueles “pequenos pedaços de mensagens rimadas”. Achou incrível e foi além: criou versos e corações coloridos e passou a carregar cada pequeno coração com sua mensagem nos bolsos das camisas e calças e não se despede de ninguém sem entregar-lhe um de seus corações de papel poéticos.

Juraci Siqueira segurando corações de papel com poesias. Foto: Bruno Cruz / Agência Pará

Juraci Siqueira segurando corações de papel com trovas. Foto: Bruno Cruz / Agência Pará

Diz que, outra vez, no meio de um assalto ofereceu um coração ao assaltante que, estático, não soube o que fazer de sua figura espantosa: um ladrão com uma arma numa mão e um coração poético na outra. Até que outro “em não conformidade com a lei” viu a cena, se aproximou e pediu ao ladrão que liberasse “o nosso poeta”.

“E assim a poesia me salvou de um assalto”, lembrou Juraci durante o bate-papo “Corações de Papel: o amor na Literatura”, realizado durante a programação da Feira do Livro, no qual participou com a também poetisa e amiga, Telma Cunha, programação que teve como mediadora Rita Melém.

A pesquisadora e irmã, de sangue e de sonhos, de Antônio Juraci Siqueira, Helena Lima, foi outra que falou sobre e com “o boto” durante a programação da Feira do Livro. Ela explica que o autor é envolvente porque “nos convida a abraçar o poema e a liberdade” e que:

“[Ele] permeia os contos, as trovas, os poemas de uma regionalidade, uma amazonidade, mas, ao mesmo tempo, há [na obra dele] uma universalidade. E daí ele se orgulha de falar de canoa, em maré, em banzeiro, em piracemas…e tudo mundo vai entendendo [suas mensagens], não só aqui na Amazônia, [mas também] em outro estado, em outro país”.

Para ela,  Antônio Juraci Siqueira fala simples, sem rebuscar, mas fala profundamente e escreve a perfeição em trovas, impondo sempre a tudo que cria uma amorosidade dele que vem antes da Literatura e se expressa por meio dela.

Há uma gentileza, uma generosidade em Juraci Siqueira. Narrada de muitas formas, ratificada para qualquer um que acompanhe seu caminhar entre os estandes e livros da Feira Pan-Amazônica 2024. Basta, para isso, observar que cada um dos muitos “parabéns” que ele recebe pela homenagem recebida vem seguido de “obrigados”.

Alguns parecem vir de ex-alunos aos quais ele ensinou a amar as palavras, passando seu “vício literário e poético adiante”. Outros parecem vir de quem recebeu sua poesia grafada em corações e, nelas, mensagens inspiradoras ou consoladoras revelando um modo poético de viver. Há ainda aqueles “obrigados” que vem seguidos de “foi Juraci quem…” publicou, leu, incentivou, inspirou, guiou novos escritores e poetas pelo mundo da Literatura Amazônica.

Iracema de Oliveira. Foto: Alice Palmeira / Amazônia Latitude

Iracema Oliveira. Foto: Alice Palmeira / Amazônia Latitude

Guardiã de Pássaro e estrela de radionovela

É impossível falar de Iracema Oliveira sem falar dos Pássaros Juninos, Cordões de Pássaros ou Cordões de Bicho, nomeação que varia conforme o animal símbolo da brincadeira, como nos resume Josebel Fares, mediadora do bate papo “A poética do imaginário amazônico nos cordões populares”, realizado durante a Feira do Livro, do qual participaram a pesquisadora e brincante de pássaro, Olinda Charone; e o teórico, pesquisador e escritor, João de Jesus Paes Loureiro.

Para Paes Loureiro, a melhor forma de definir esta manifestação artística é “teatro popular musical”. Isso porque ele é único e deveria ser famoso em todo o país e no mundo, sem jamais ser comparado a nada.

“Talvez, seja a mais bela, mais forte e complexa manifestação de arte popular no campo do teatro do Brasil. Você não conhece outra atividade de arte popular com autoria, desdobramentos, com integração entre crianças e adultos, semelhante ao pássaro junino. Deveria ser um orgulho nacional, mas esse reconhecimento só vem quando há conhecimento”.

João de Jesus Paes Loureiro. Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará

João de Jesus Paes Loureiro. Foto: Rodrigo Pinheiro / Agência Pará

O pesquisador explica que, ao longo do tempo, estudiosos chamaram o Pássaro Junino de folclore, o que é equivocado, uma vez que esta manifstação artítica possui origem definida, tem autores reconhecíveis, se renova e tem intervenções e ainda técnicas próprias. Não é um modelo a ser seguido, mas uma forma de arte popular. Para ele, no Brasil, só é folclore o que o colonizador trouxe em sua bagagem cultural. O que havia no território brasileiros antes da chegada dos europeus não pode ser caractetrizado enquanto folclore, pois:

“Era uma arte teatro, uma arte poética, uma arte da dança, arte dos rituais de uma cultura indígena e que tem sua dimensão. Uma cultura viva até hoje e de uma riqueza extraordinária, que nada tem de folclore. O que temos no Brasil é o surgimento de uma arte popular que nada tem haver com folclore”.

A complexidade dos pássaros também é perceptível na maneira como seus personagens são “aqueles constitutivos da formação das sociedade amazônica: indígena, caboclo, pajé, padre, nobre…personagens que, se olharmos de perto, representam o painel sociocultural da sociedade paraense amazônica. Algo nascido do pensamento, da genialidade e da observação das pessoas do povo. É um teatro que traz em sua origem popular toda uma sabedoria embutida, o que é próprio da cultura popular”, defende Paes Loureiro.

Apesar da grandiosidade dessa forma de cultura, os desafios para que ela permaneça viva são inúmeros: A perda irreparável do Teatro São Cristóvão; as dificuldades em manter musicistas nos ensaios e apresentações; a falta de reconhecimento do público; a perda de vozes únicas que ajudaram essa forma de cultura a se manter ao longo de décadas; a luta diária que os guardiões e brincantes têm para manter seus figurinos e realizar suas apresentações.

É aí que entra em cena nossa Iracema Oliveira. Aos oito anos, entrou no Pássaro Tucano, mantido pelo pai, o músico, compositor e escritor autodidata, Francisco Avelino de Oliveira. Em casa, aprendeu o ofício e o amor pelos pássaros e pela cultura. Embora abrigasse no coração o sonho de ser “artista de rádio”.

Iracema de Oliveira é uma das homenageadas da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Foto: Divulgação / Comunicação (Feira do Livro)

Iracema Oliveira é uma das homenageadas da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Foto: Divulgação / Comunicação (Feira do Livro)

Iracema queria “aparecer nas radionovelas” que, nas décadas de 1940 e 50, estavam no auge no Pará. Mais tarde, migrou para a televisão. Sem tecnologia que permitisse a gravação, os espetáculos eram encenados nos cenários construídos na sede da antiga TV Marajoara, filiada, então, aos “Diários Associados” de Assis Chateaubriand. De lá, as novelas eram transmitidas ao vivo para toda Belém. Só mais tarde, chegaria, por aqui, o videotape, ainda usando tecnologia do cinema para registrar as imagens e sons.

Foi “mocinha” que Iracema viveu o Rádio e, depois, a Televisão. Decorando suas falas, quando não com habilidade, sempre com esperteza. “Teve uma vez que uma atriz faltou e me pediram para encenar uma novela que começava às 18h. Eram 14h. Percebi que a cena era toda em volta do poço. Minha vista era ótima. Botei o texto em volta na parte de dentro do poço e assim me apresentei. Tinha de usar a inteligência”, lembra ela.

O avanço da tecnologia que impôs a formação de redes de comunicação no Brasil, representou um retrocesso para as produções locais. Foi assim que Iracema voltou a se dedicar prioritariamente aos Pássaros.

Iracema Oliveira e os artistas do Pássaro Tucano. Foto: Alice Palmeira / Amazônia Latitude

Iracema Oliveira e os artistas do Pássaro Tucano. Foto: Alice Palmeira / Amazônia Latitude

Hoje ela é guardiã. “É a pessoa que vai guardar e zelar para que o pássaro não desapareça da cultura popular do Estado. Para que ele vá cada vez mais pra frente”, explica ela. “É aquela que carrega a representação do grupo e do povo e ensina sua arte”, completa Ester Sá no bate papo “Os voos de Iracema: das ondas do rádio ao teatro popular”.

Um cortejo de pássaros guiou Iracema Oliveira até a Arena Multivozes para conversar sobre sua carreira. Rodeada de pássaros, caçadores, nobres, borboletas e matutos, ela lembrou a importância do apoio do poder público para manter os Pássaros Juninos e Cordões de Bicho, mas, além disso, convidou a todos para ver e, quem sabe, saltar de vez para dentro desse teatro popular musical, que – emprestando a explicação de Olinda Charone, Josebel Fares e Paes Loureiro – é digno de qualquer palco, mas não apresentável em qualquer lugar.

O convite para isso está aberto! “Se alguém quiser sair de pássaro eu tenho o maior prazer em ensinar. Quem quiser, procura a gente. [Pode ser] criança, jovem, adulto, senhora… A arte não tem idade, cor, gênero. Querendo, é só dar uma chegadinha. A gente cria um personagem pra você! O pássaro é essa coisa linda, um teatro popular musicado que só tem aqui no Pará”, assegura Iracema.

Entrada da Feira. Foto: Bruno Cruz / Agência Pará

Entrada da Feira. Foto: Bruno Cruz / Agência Pará

O “Mapa da feira” e a multidão caçadora de palavras

No Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, três espaços com 24 mil metros quadrados abrigam o evento e a expectativa é de que os 400 mil visitantes levem pra casa 780 mil exemplares de livros e produtos, movimentando R$ 18 milhões em negócios no que se consolida como a maior festa literária do Norte do Brasil.

Há 230 estantes de livros de 50 editoras e 37 livrarias espalhados pelo local em um entra e sai de leitores. Uma multidão caçando seus livros, autores favoritos e uma chance de conseguir fazê-lo por valores mais acessíveis. Livros que custam cinco ou centenas de reais. Promoções e opções para uma grande variedade de gostos literários.

E há mais que livros na Feira Pan-Amazônica: lá vivem as multivozes que carregam as palavras e a cultura. Há Juraci e Iracema que encontramos, no centro da Feira, na “Arena Multivozes”. Aquela com estrutura semelhante a um anfiteatro e que recebe 32 rodas de conversa, 12 saraus e 7 bate-papos. Diálogos diretos entre o público e autores reconhecidos, pesquisadores, formadores de opinião e fazedores de cultura. Uma chance de conhecer as pessoas por trás das obras e um lugar onde cientistas e escritores são tietados como astros do rock.

As crianças correm pela “Pan-Amazônica”. Passarinhos voando em volta de Iracema, boquiabertos com o Boto de Juraci. Para elas, a “Arena das Artes” celebra a infância com apresentações teatrais, contação de histórias e outras apresentações lúdicas.

No Beco do Artista, 18 artistas visuais, ilustradores e quadrinistas expõem e vendem suas obras e 18 empreendedores também fecham negócios na Feira Criativa.

Feira do Livro vista de cima. Foto: Bruno Cruz / Agência Pará

Feira do Livro vista de cima. Foto: Bruno Cruz / Agência Pará

Já a “Arena Amazônia” é literalmente o palco de apresentações artísticas e musicais que começam às 21h. Grandes shows que misturam cantores e ritmos famosos na Amazônia. Aparelhagens, Música Popular, Arraial do Pavulagem e Brega. Todos juntos e misturados. Por que não?

No “Ponto do Autor”, escritores autografam suas obras, inclusive os homenageados. Durante a feira, Antônio Juraci Siqueira lança um box chamado “Juraci, o canoeiro das letras”, um combo com três livros: “O menino que ouvia estrelas e se sonhava canoeiro“, “Histórias do Tio Totó” e “Itaí, a carinha pintada“. Todos ilustrados por Matheus dos Santos Bento.

Enquanto isso, Iracema Oliveira celebra o lançamento do livro “Iracema voa: mulher que traz a arte na alma”, escrito por Ester Sá, com ilustrações de Lívia Guimarães. É uma adaptação do espetáculo que tem o mesmo nome e conta a trajetória da estrela de radionovelas entre as décadas de 1950 e 1970.

Logo ela que “Nunca pensei em me ver num livro. (…) Ter minha história contada em um livro me deixa feliz porque deixa eternizado tudo o que vivi. O teatro e a televisão só chegam até uma parte específica do público. O livro não. [Nele] minha história poderá ser contada eternamente e, por isso, sou grata”.

E é assim, tropeçando nas lendas que são estes mestres da Palavra, Juraci Siqueira e Iracema Oliveira, que se vive a 27º Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Tendo acesso a suas antigas e novas obras, conversando com esses produtores e defensores da cultura amazônica, ouvindo seus risos pelos estantes, vendo suas obras encenadas em interpretações de profissionais do teatro e também aquelas feitas por grupos escolares, que conhecemos “o boto” e “a guardiã” e temos a rara chance de ver o Pássaro Junino entrar na canoa ou nos deparamos com um Canoeiro que já criou asas.

Texto: Glauce Monteiro
Fotos: Glauce Monteiro, Alice Palmeira e Agência Pará
Montagem de página e acabamento: Alice Palmeira
Direção: Marcos Colón

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