LatitudeCast #20: Educação nos manguezais amazônicos
A iniciativa Alfa Mangue ajuda na alfabetização infantil na zona costeira do Pará, com apoio na fauna e flora dos mangues.
Um dos motivos que deram origem ao projeto foi a pandemia de Covid-19, que impactou negativamente a educação no Brasil. O número de crianças de 6 e 7 anos afetadas pelo atraso da alfabetização atingiu 2,4 milhões em 2021, 1 milhão a mais em relação a 2019, segundo a ONG Todos Pela Educação, com base em dados da Pnad Contínua do IBGE.
Crianças que vivem em regiões com dificuldades para o ensino à distância, como algumas comunidades nos mangues da Amazônia, sofreram com um impacto maior, gerando a necessidade de projetos paralelos.
O Alfa Mangue é uma iniciativa é do projeto Mangues da Amazônia, realizado pelo Instituto Peabiru e pela Associação Sarambuí, com patrocínio da Petrobras e apoio do Laboratório de Ecologia de Manguezal da Universidade Federal do Pará.
Participam do projeto crianças de 7 a 9 anos que vivem em reservas extrativistas próximas à cidade de Bragança, no Pará. As atividades reforçam a aprendizagem de escrita e leitura dessas crianças com aulas aos sábados de manhã, durante quatro meses por turma, com uso de diversos recursos pedagógicos, como jogos, música, poesia – mas principalmente ações de campo nos manguezais, utilizando a fauna e flora para aprender.
A primeira turma do Alfa Mangue incluía 27 crianças da comunidade do Araí, em Bragança. Agora, entre os meses de agosto e novembro, as ações também acontecem com mais 30 crianças da comunidade Tamatateua.
Para explicar a importância da alfabetização, do Alfa Mangue e falar sobre os resultados do projeto, o LatitudeCast conversa com a coordenadora Giselle Silva, que também é professora e mestre em Línguas e Saberes da Amazônia.