Luta antirracista: “A diversidade é uma riqueza que pode engrandecer a sociedade”, diz Zélia Amador de Deus

Na última sexta-feira (26), ocorreu no Sialat a mesa redonda “Racismo, racialização e pensamento decolonial na América Latina e Caribe”

Profa. Zélia Amador de Deus e Prof. Agustín Laó Montes.
Profa. Zélia Amador de Deus e Prof. Agustín Laó Montes. Foto: Manuela André/Sialat
Profa. Zélia Amador de Deus e Prof. Agustín Laó Montes.

Profa. Zélia Amador de Deus e Prof. Agustín Laó-Montes. Foto: Manuela André/Sialat

As amarras das discriminações assolam as pessoas racializadas: indígenas, quilombolas e negros. Em resposta, nasce a luta e resistência em busca da possibilidade de um novo “sistema-mundo”, onde não cabe o racismo, como conceitua Zélia Amador de Deus, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e fundadora da Casa África-Brasil, na mesa redonda “Racismo, racialização e pensamento decolonial na América Latina e Caribe” do V Sialat. “O racismo empobrece e nega todas as oportunidades que esses grupos racializados têm de realização”, destacou.

Ações afirmativas nas universidades

Cerca de 20,7 milhões de brasileiros se autodeclaram pretos/as, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas pessoas pretas e pardas se interessam pelas ações afirmativas das universidades públicas do País, como forma de combater as discriminações étnicas e raciais, em contraposição a cinco séculos de violência.

A UFPA retrata a sociodiversidade e luta pela lei de cotas, tendo processos seletivos específicos para populações ribeirinhas, negras, indígenas e quilombolas ingressarem no Ensino Superior. “Nossos saberes tradicionais se somam aos intelectuais, à comunidade. A resistência ocupa espaços”, opinou Flávia Silva dos Santos, advogada fruto de políticas públicas na instituição.

De acordo com dos Santos, contracolonizar, isto é, contrariar o colonialismo europeu que emerge em novas roupagens e formas mais sofisticadas seria a confluência dos saberes. Esse conceito foi estabelecido pelo ativista Nego Bispo, considerando a partilha de vivências, tecnologias e saberes originários que dialogam entre si. Sendo assim, os movimentos unificados são de importância fundamental na luta anti-racista.

“No movimento, temos os nossos intelectuais orgânicos, são os nossos mais velhos, que são forjados na luta, cuja sabedoria nenhum diploma superior seria capaz de mensurar. Nossas anciãs, nossos anciãos com o conhecimento que a ancestralidade, que a vivência os deu, se somam também à luta daqueles que estão nesta universidade”, reflete a advogada.

Produção: Andreza Dias
Edição: Alice Palmeira e Isabella Galante
Direção: Marcos Colón

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