Modernismo na (e da) Amazônia

O centenário da Semana de Arte Moderna, realizada na cidade de São Paulo em fevereiro de 1922, gerou eventos e discussões sobre o modernismo no Brasil. Por ter ocorrido na capital paulista e posteriormente ter sido interpretada como definidora da nova estética modernista, a Semana ofuscou outros atores importantes no estabelecimento de um modernismo brasileiro.

A Amazônia teve papel ativo na elaboração do movimento. Foi tanto fonte de inspiração por meio de mitos indígenas e da natureza, como berço de artistas, que encontraram pouca recepção no imaginário social brasileiro. Mas muitas de suas contribuições foram apagadas. Com intuito de explorar o Modernismo na (e da) Amazônia, a Amazônia Latitude convidou pessoas especialistas no movimento para apresentar perspectivas deixadas à margem das discussões.

Ao longo de março, a revista publicará entrevistas sobre os fundadores das narrativas do movimento, o local criado para a Amazônia no modernismo, as projeções que a região tem em diferentes obras modernistas e a possibilidade de um herói indígena além de Macunaíma.

Lúcia Sá: É preciso visibilizar reais criadores das narrativas modernistas

Autores modernistas se apropriaram de ideias dos povos indígenas para criar obras reconhecidas dentro do movimento de vanguarda. Para pesquisadora, é preciso mostrar quem foram os reais criadores.

Foto em preto e branco de um grupo de homens. Alguns estão em pé e outros sentados. Eles vestem roupas da década de 30

O que foi o modernismo e quem o definiu?

A narrativa da Semana de 22 como mito fundante do modernismo participa da construção de uma identidade brasileira, mas exclui manifestações culturais da Amazônia.

Pintura colorida que mostra a cena de europeus comandando a construção de Belém por indígenas. No centro da imagem, árvores e um coqueiro se destacam entre um mar de gente carregando materiais de construção, como madeira. Ao fundo, um rio amarronzado, com a outra margem muito ao fundo.

História de reviravoltas: como surgiu um Modernismo na Amazônia

Trajetória do modernismo no norte do Brasil passou por artistas em busca de inovação, no desejo de retomar o passado, trilhar o futuro e valorizar a Amazônia.

Desenho de uma cena da peça "Cobra Norato", montada pela companhia de teatro Munganga. Uma cobra imensa à direita se estende sobre um indígena, ao centro, que usa um cocar na cabeça, enquanto uma figura alta à esquerda, usando uma capa até o chão e uma máscara, se amonta sobre o indígena também.

Amazônia não foi esquecida no Modernismo; criou-se um lugar para ela, diz historiador

Aldrin Figueiredo, antropólogo e professor de História da UFPA, argumenta que elite paulista usou a Semana de 22 para disputas geopolíticas.

A capa do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, à esquerda, e do livro Cobra Norato, de Raul Bopp, à direita.

Uma Amazônia que se projeta na literatura modernista

Macunaíma e Cobra Norato são expressão da Amazônia no modernismo; mas refletir por que indígenas são receptáculos de representação é importante, diz o pesquisador Allison Leão.

Foto de Tenório Telles. Homem grisalho, de óculos

Latitude Podcast #12: Amazônia influenciou e foi influenciada pelo Modernismo

No especial Modernismo na (e da) Amazônia, o Latitude Podcast #12 traz uma entrevista com o poeta e presidente do Concultura, Tenório Telles.

Foto em preto e branco de Abguar bastos à esquerda. Ele usa óculos escuros. Na direita, há a página inicial do romance Terra de icamiaba

Bepe, um outro herói modernista

Protagonista de Abguar Bastos em ‘Terra de icamiaba’ é resposta direta a Mário de Andrade no embate para compreender realidade nacional.

Foto em sépia de 16 modernistas de São Paulo na Semana de Arte Moderna de 1922

Os modernistas de São Paulo no banco dos réus

O desmonte de uma ideia positiva da Semana de 22 e dos modernistas de São Paulo não está sendo discutido dentro do campo estético, mas a partir de um contorno sociológico resulta em diminuí-los.
 
 

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