Amazônia em 5 minutos: medicina indígena no SUS e terremoto

Amazonia em 5 minutos
Amazonia em 5 minutos

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil. Arte: Fabrício Vinhas/Amazônia Latitude.

O “Amazônia em 5 minutos” desta semana traz as principais notícias sobre a maior floresta tropical do mundo que aconteceram entre os dias 19 e 25 de janeiro. Os destaques desta semana são:

  • Ministério da Saúde pretende estabelecer o uso da medicina indígena no SUS;
  • Áreas protegidas na Amazônia tiveram o menor desmatamento em 2023 desde 2014;
  • Amazônia registra o maior terremoto da história do Brasil, com 6,6 graus na Escala Richter.

Ouça abaixo o episódio completo em português ou clique aqui para acessar a versão em inglês 🇬🇧.

Medicina indígena no SUS

O Ministério da Saúde pretende estabelecer o uso da medicina indígena no Sistema Único de Saúde, o SUS. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (24), por uma portaria publicada no Diário Oficial da União.

Essa portaria cria o Grupo de Trabalho de Medicinas Indígenas na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). Ele é composto por representantes de áreas técnicas da própria Sesai.

Os integrantes devem elaborar uma proposta para o estabelecimento de um programa nacional de emprego da medicina indígena no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasi-SUS).

A portaria foi assinada pelo secretário de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba.

O grupo tem um prazo de 12 meses para concluir as atividades e pode convidar especialistas de outros órgãos, entidades e ONGs para colaborarem com a proposta. O prazo, entretanto, pode ser renovado por mais um ano.

Auxílio aos Yanomamis

O Ministério da Defesa vai apresentar até o fim da semana um projeto para atuação definitiva das Forças Armadas na região da Terra Indígena Yanomami, segundo o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Nos últimos meses, relatórios e denúncias foram feitos a respeito da situação do território.

Entre os debates, estava o papel do Ministério da Defesa na distribuição de cestas básicas para a população.

De acordo com a situação de emergência e a crise humanitária decretadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, o Ministério da Defesa deveria ajudar na distribuição das cestas básicas. Mas a quantidade distribuída foi menor que o planejado.

O controle do espaço aéreo sobre o território também se intensificou no início do ano passado pela Força Aérea Brasileira (FAB), para impedir a entrada de aeronaves não autorizadas dentro do território.

Mesmo assim, o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire, revelou, em entrevista para a Agência Brasil, que aeronaves de garimpeiros continuam entrando no território.

Agora, o projeto que vai ser criado pelo Ministério da Defesa deve auxiliar de forma efetiva as ações na Terra Indígena Yanomami.

A medida segue o pronunciamento do presidente Lula feito no dia 9 de janeiro, em que afirmou que trataria a situação dos Yanomamis como questão de Estado.

Menor desmatamento na Amazônia

Dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia (Imazon), na segunda-feira (22), revelaram que áreas protegidas na Amazônia tiveram o menor desmatamento em 2023 desde 2014. Os números reduziram significativamente na comparação entre 2022 e 2023.

De acordo com os dados, a devastação em terras indígenas e unidades de conservação caiu de mais de 1.400 km² em 2022 para menos de 400 km² em 2023.

Apesar dessa redução, algumas terras indígenas ainda tiveram aumento no desmatamento. Esse é o caso da terra indígena Igarapé Lage, que fica em Rondônia, onde a derrubada da vegetação cresceu 300% em 2023. Segundo o Instituto, esses territórios devem receber ações urgentes em 2024.

Apenas três dos nove estados da Amazônia Legal registraram aumento no desmatamento, sendo eles o Pará, o Amazonas e o Mato Grosso.

Maior terremoto do Brasil

Nesta semana, a Amazônia registrou o maior terremoto da história do Brasil. O tremor foi de 6,6 graus na Escala Richter, registrado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos e pelo Centro de Redes de Terremotos da China.

O abalo sísmico foi registrado na divisa entre os estados do Acre e do Amazonas, nos municípios de Tarauacá e Ipixuna.

Como explica a repórter Carol Queiroz, da CNN Brasil, o tremor aconteceu a mais de 600 km da superfície. Por isso, não foi sentido pela população. “Os tremores podem ocorrer naquela região muito por conta da proximidade com a Cordilheira dos Andes, uma das zonas com maior atividade sísmica do planeta. Tanto que nos últimos 45 anos, pelo menos 100 abalos sísmicos foram registrados ali na região, num raio de 250 km de Tarauacá, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos”, conta.

Em 2022, Tarauacá já havia registrado um tremor de 6,5 graus na Escala Richter, que se tornou o segundo maior da história do país.

Dica cultural

Na dica cultural desta semana, temos o documentário “O Território”, produzido pela líder indígena Txaí Suruí e dirigido pelo estadunidense Alex Pritz.

O filme conta a história dos indígenas da etnia Uru-Eu-Wau-Wau, de Rondônia, pela defesa do território, contra invasões, conflitos e ameaças de grileiros e fazendeiros.

No início de janeiro, o filme foi premiado na categoria “Mérito excepcional na produção de documentários” no Emmy Awards. Antes disso, a produção já havia recebido outros prêmios em festivais internacionais.

“O Território” é distribuído pela National Geographic e está disponível no catálogo do Disney+.

Neste episódio, utilizamos informações de: Agência Brasil, Agência Pública, Amazônia Real, Brasil de Fato, CNN Brasil e UOL.
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