Olho d’Água: Facções e narcotráfico na Amazônia
No décimo episódio do podcast, refletimos sobre como as facções usam a Amazônia como esconderijo e corredor para o narcotráfico
![Drogas apreendidas em operação policial no Pará. Foto: Marcelo Lelis / Ag. Pará. Arte: Fabrício Vinhas](https://www.amazonialatitude.com/wp-content/uploads/2024/12/capa-900x500.webp)
![Drogas apreendidas em operação policial no Pará. Foto: Marcelo Lelis / Ag. Pará. Arte: Fabrício Vinhas](https://www.amazonialatitude.com/wp-content/uploads/2024/12/capa.webp)
Drogas apreendidas em operação policial no Pará. Foto: Marcelo Lelis / Ag. Pará. Arte: Fabrício Vinhas
No dia 25 de novembro, um grupo de líderes indígenas de Roraima foi até o Palácio do Planalto pra denunciar o avanço do crime organizado na região.
Numa reunião com o ministro Alexandre Padilha, eles disseram que a venda ilegal de armas pra garimpeiros e o tráfico de drogas dentro das aldeias avança sem controle.
Também informaram que adolescentes indígenas estão se viciando em cocaína e que o governador Antonio Denarium, que foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima, pela quarta vez, não toma providências.
Num ofício entregue a Padilha, Davi Kopenawa, um dos porta-vozes do povo Yanomami, denunciou a situação no estado. Ele disse:
O garimpo em nosso território, além de ser ilegal, está diretamente ligado ao crime organizado e ao comércio de ouro e drogas pro mercado internacional.”
Ouvimos denúncias sobre narcotráfico na Amazônia sempre que acontece alguma grande operação, diante de crimes violentos ou quando os povos da floresta saem de suas terras em busca de ajuda pra lidar com o problema. Mas essa é uma questão permanente na região.
Você está ouvindo o Olho d’Água, podcast produzido pela Amazônia Latitude e que propõe um mergulho nos assuntos profundos da maior floresta do mundo.
Ouça abaixo o nono episódio completo:
Pra ajudar a entender como a gente chegou até aqui, o porquê da questão do narcotráfico na Amazônia ser singular no Brasil, e se tem jeito de quebrar o ciclo de destruição, a gente conversou com o Aiala Colares Couto.
Ele é professor de geografia na Universidade do Estado do Pará, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e autor do livro “Geopolítica do Narcotráfico na Amazônia”.
A segurança pública tem que considerar a agenda ambiental quando se fala de Amazônia. Não só o narcotráfico em si, como uma atividade econômica e ilegal que se manifesta sobre a Amazônia utilizando-a como rota, mas a relação que outras atividades ilegais que têm a ver com os crimes ambientais, como o contrabando de madeira, o contrabando de manganês, com a citerita e a questão do garimpo ilegal, eles estavam associados a essa atividade”.
Em setembro, um relatório da ONU colocou o Brasil como o terceiro maior exportador de cocaína do mundo. Esse dado alarmante reflete a crescente influência do narcotráfico na região amazônica.
Com rios que servem de rotas, florestas densas como esconderijo e uma fronteira que se estende por milhares de quilômetros, a maior floresta tropical do mundo se tornou um dos principais corredores do narcotráfico global, especialmente quando se trata de cocaína.
A localização estratégica da Amazônia, próxima aos países produtores de coca, como Colômbia, Peru e Bolívia; e a presença de portos com grande movimentação de cargas, como o de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará, tornam a região um ponto crucial pro escoamento da droga pra mercados internacionais, como a Europa e a África.
É nesse cenário que o tráfico deixa um rastro de violência, corrupção e impactos ambientais.
O aumento exponencial das mortes violentas na região, com destaque pros estados do Norte, onde a taxa de homicídios cresceu 260% entre 1980 e 2019, é uma das faces mais cruéis do narcotráfico.
A disputa por territórios entre facções, como o Comando Vermelho, que nasceu no Rio de Janeiro; e o Primeiro Comando da Capital, o PCC de São Paulo; resulta em conflitos armados e massacres, como os ocorridos em presídios do Amazonas e Roraima, em 2017; e no Pará, em 2019.
É importante a gente destacar que o Comando Vermelho que atua na Amazônia não é o Comando Vermelho do Rio de Janeiro. Então não é o CV que sai do Rio de Janeiro e migra pra Amazônia pra comandar espaços. Não, são pessoas que são da Amazônia que pertencem a facções locais e passam a pertencer ao Comando Vermelho. Ou então a gente tem facção que passa a pertencer ao Comando Vermelho”.
Tráfico e fronteiras na Pan-Amazônia
Se você estiver em Tabatinga, cidade amazonense na tríplice fronteira com Colômbia e Peru, é comum observar barcos carregados de mercadorias subindo e descendo o Rio Solimões.
Mas o que parece ser parte do cotidiano é, muitas vezes, a ponta de um sistema complexo de tráfico de drogas. Quase metade da produção anual de cocaína, estimada em 2 mil toneladas, passa pelo Brasil. Cerca de 40% desse total transita pela região amazônica.
Entre o cultivo de coca, na Cordilheira dos Andes, até os grandes centros de consumo na Europa e nos Estados Unidos, a Amazônia é um elo indispensável.
Aqui, o professor Aiala Colares Couto lembra o conceito de Pan-Amazônia, que vai além das fronteiras de cada país’
Nós não temos uma Amazônia que se limita apenas ao território brasileiro. Nós temos uma Amazônia que ultrapassa as fronteiras do Brasil e chega até a Guiana, o Suriname, até a Venezuela, até o Peru, até a Bolívia, ou seja, uma região chamada de Amazônia Internacional. É muito difícil você ter esse controle na Amazônia considerando não só a dimensão territorial, mas a distância que é de uma cidade para outra, de uma cidade ribeirinha para outra, em cima disso que o narcotráfico se aproveita para criar as mais variadas rotas”.
A importância da Amazônia no tráfico internacional de drogas não acontece por acaso’ a região oferece rotas de transporte difíceis de monitorar – como o rio Solimões – e comunidades vulneráveis à cooptação, especialmente em áreas com alto índice de pobreza e elevada presença de favelas.
Tem o caso aqui em Belém, por exemplo, com o domínio de habitações populares, que o Comando Vermelho também controla os serviços de internet. Então, tem toda uma relação econômica que se dá a partir dos bairros, que tem influência direta dessa facção e se dá a partir da coerção. Então, é um problema nas cidades médias, é um problema nas capitais, na região metropolitana, na região amazônica, mas também é um problema nas zonas rurais hoje, porque nós temos comunidades indígenas enfrentando problemas com tráfico, comunidades que não moram enfrentando problemas com tráfico de drogas,comunidades ribeirinhas também se enfrentam problemas em relação ao tráfico de drogas”.
Assim, no centro dessa dinâmica estão organizações criminosas brasileiras, como o PCC e o Comando Vermelho, que disputam territórios e ampliam seus negócios pr’além das fronteiras nacionais.
O PCC, com sede em São Paulo, atua com uma lógica empresarial, organizando e investindo em rotas de tráfico pra transportar cocaína até lucrativos mercados europeus.
Já o Comando Vermelho, originário do Rio de Janeiro, foca no controle de territórios e na venda de drogas em grandes cidades e regiões metropolitanas. A violência gerada por essas disputas afeta comunidades indígenas, ribeirinhas e urbanas, especialmente no Amazonas e no Pará, que se tornaram importantes corredores pra circulação de drogas.
E a localização próxima aos principais produtores de coca, a dinâmica da natureza da região amazônica, que é muito complexa, ela acaba potencializando todas essas articulações”.
A influência do narcotráfico se estende também para outras atividades ilegais, como a extração ilegal de ouro e madeira. O Aiala chama essa conexão de “narcoecologia”.
Esse termo ilustra a complexa teia de ilegalidade que permeia a região, com as facções atuando como financiadoras e parceiras de crimes ambientais. É um ciclo que alimenta atos ilícitos e violência, enquanto aprofunda a degradação da floresta.
Os grupos criminosos agem tanto como parceiros quanto como financiadoras de garimpeiros e madeireiros ilegais, aproveitando essas redes pra ampliar os seus recursos e lavar o dinheiro que vem do tráfico.
A floresta e seus rios: o esconderijo ideal
Pistas de pouso clandestinas construídas pro garimpo ilegal também são utilizadas pelas facções pro transporte de drogas. Essa infraestrutura fortalece o controle territorial do crime organizado e facilita o escoamento de cocaína e outros produtos ilegais.
Além de Tabatinga, a presença do narcotráfico em regiões do interior do Pará, como Jacareacanga, coincide com altas taxas de crimes ambientais e conflitos fundiários. A cidade, além disso, registrou 199 homicídios por 100 mil habitantes em 2022, nove vezes a média nacional.
E quando falamos em meio ambiente, o impacto é direto. O desmatamento causado por pistas de pouso clandestinas, a poluição dos rios por produtos químicos usados na produção de cocaína e a pressão sobre terras indígenas são apenas algumas das consequências.
As facções também utilizam o ouro proveniente do garimpo ilegal como moeda pra transações e lavagem de dinheiro, e o transporte de drogas muitas vezes está associado ao contrabando de madeira.
O maior exemplo dessa sobreposição é quando nós temos as rotas que são utilizadas pelo narcotráfico que carregam a madeira contrabandeada ou o manganês contrabandeado. Então, quando a gente fala do porto de Vila do Conde lá em Barcarena, no estado do Pará, nós estamos falando de drogas que são apreendidas junto com manganês contrabandeado, com madeira contrabandeada. A gente está falando de cocaína que é encontrada junto com madeira apreendida de forma ilegal. Isso aí já mostra uma conexão”.
A presença do narcotráfico na Amazônia coloca em risco a segurança e o futuro da floresta e das comunidades que nela vivem, configurando um desafio complexo que demanda atenção e ações efetivas por parte do Estado e da sociedade.
Caminhos da cocaína e outras drogas na Amazônia
Mas como tudo isso foi possível? Pra entender melhor, a gente precisa voltar no tempo e olhar pras transformações que a Amazônia enfrentou nas últimas décadas.
Nos anos 1980, o Brasil ainda era considerado uma rota secundária para o narcotráfico. Mas a intensificação do combate às drogas em países como Colômbia e Bolívia deslocou os caminhos da cocaína e outros ilícitos, e a Amazônia brasileira se tornou um ponto estratégico, especialmente com a ascensão do Porto de Barcarena, no Pará, como um importante centro de tráfico.
À medida que a repressão cresceu em países vizinhos, os traficantes buscaram alternativas. E como o Aiala destaca, a Amazônia, com suas características geográficas únicas, se tornou um refúgio perfeito.
Nos últimos anos, o papel que o Brasil vem desenvolvendo no contexto do narcotráfico, dentro de questões de mercado, e há relatórios nos escritórios das Nações Unidas sobre crimes e drogas, apontam o Brasil como o segundo principal mercado consumidor de cocaína do mundo, só ficando atrás dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, uma área de rota, uma rota estratégica, uma área de trânsito, que atravessa a droga que sai dos países andinos. A cocaína, nesse caso, vai para a Europa e para a África. Então, o Brasil tem um duplo papel, tanto ser um atravessador quanto também um consumidor”.
Ele também ressalta que:
A localização próxima aos principais produtores de coca, a dinâmica da natureza da região amazônica, que é muito complexa, ela acaba potencializando todas essas articulações”.
Rastros de violência e morte
O assassinato de Jorge Rafaat em 2016, que controlava o fornecimento de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai, pelo PCC, marcou um ponto de virada.
Ele controlava a chamada “rota caipira” (Paraguai-Bolívia-Brasil) e fornecia ao Comando Vermelho e ao PCC boa parte da droga vendida no país. A facção paulista se apressou pra ocupar o lugar do Rafaat e, diante disso, o Comando Vermelho carioca rumou pro norte, de olho na rota do Solimões e na tríplice fronteira.
O bando carioca, buscando novas rotas, reativou contatos com traficantes colombianos e se expandiu pro interior do Pará, inclusive pra Barcarena, em busca de influência na região portuária. Também fez uma aliança com a Família do Norte, uma facção local que surgiu anos antes, em 2007, que aconteceu a partir do sistema prisional.
Mas a divisão de áreas não durou muito. Logo o PCC começou a avançar na direção da segunda rota e, há três anos, acelerou o passo, motivado pela superprodução de cocaína na Colômbia e pelo enfraquecimento do combate a crimes ambientais na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Foi nesse contexto, inclusive, que os criminosos incomodados com as suspeitas levantadas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips sobre seus negócios na região contrataram matadores pra tirar a vida dos dois, em um crime que repercutiu no mundo todo.
O confisco de mercadorias de grande valor e banhos de sangue frequentes escancararam nos últimos meses a atuação das quadrilhas na Amazônia.
Em junho de 2023, catorze pessoas foram mortas na Terra Indígena Yanomani, em Roraima, uma área dominada pelo PCC. Entre elas estavam quatro bandidos que armavam uma emboscada pra atacar uma aeronave da Polícia Rodoviária e do Ibama.
Ainda no ano passado, a partir da maior apreensão de ouro da história do Amazonas — 47 quilos, avaliados em 14,9 milhões de reais —, a Polícia Federal chegou a integrantes do Comando Vermelho envolvidos com garimpo ilegal no estado e no Pará.
Hoje, além da cocaína, outras drogas, como o skunk (que é uma variedade mais potente de maconha), também entram no circuito amazônico, gerando novos desafios.
As rotas se diversificaram, com a cocaína peruana entrando pelo vale do Rio Solimões, e o skunk colombiano, por rios, estradas e voos clandestinos, que se multiplicaram com o aumento da extração ilícita de minérios na região.
A ideia de que a floresta é um refúgio intocado já não faz mais sentido quando confrontada com essa realidade, e a resposta das autoridades ainda é insuficiente.
A falta de integração entre os países da região, somada à dificuldade de monitorar áreas remotas, dá aos traficantes uma vantagem significativa. A fiscalização é precária, especialmente em portos como o de Santana, no Amapá. Com grande movimentação de embarcações e proximidade com a Europa, África, Ásia e Estados Unidos, toda área vira um alvo pra traficantes e contrabandistas.
Sistema carcerário: pobreza, superlotação e facções
E há um problema mais amplo no Brasil, que é a enorme quantidade de pessoas presas. O Brasil tem a terceira maior população carcerária do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China, com mais de 800 mil pessoas atrás das grades. Delas, 90% foram detidas por crimes relacionados a drogas, e acabam em presídios fatiados por facções.
Muitas vezes, o sujeito é preso sem fazer parte de um desses grupos. Mas uma vez encarcerado, e é obrigado a fazer parte de uma facção pra sobreviver, pra não morrer no caça. Em seguida, pode perceber que tem apoio fora do sistema prisional, e já envolve a família no negócio do tráfico, alimentando as facções e também a disputa entre elas.
A política de cancelamento em massa, a política de guerra às drogas, com a lei de drogas de 2006, elas surtiram efeito contrário àquilo que se esperava, que era combater o tráfico de drogas. Então o Estado acaba tendo responsabilidade ou teve responsabilidade nesse processo. E hoje se tornou uma bola de neve e que ela só tende a crescer”.
Ao mesmo tempo, algumas comunidades locais acabam se envolvendo no tráfico por falta de alternativas econômicas, um problema agravado por modelos de desenvolvimento que não são adequados pra Amazônia. É o caso de jovens recrutados como “mulas” pra transportar drogas ou trabalhadores forçados a colaborar com cartéis, ilustrando a vulnerabilidade social e a cooptação pela criminalidade na região.
Nós temos uma quantidade significativa de pessoas numa condição de vulnerabilidade e que são absorvidas ou cooptadas pelas mais variadas redes de crimes que você possa imaginar”.
Na Amazônia, a defesa social passa pela agenda ambiental
Então, como é que eu posso vencer isso? Se eu eliminar as desigualdades, a pobreza. Como é que eu elimino isso? Aproveitando esse conhecimento ancestral, as atividades locais e potencializar isso em atividades econômicas sustentáveis que garantam o retorno para essas comunidades e, a partir daí, então, possam melhorar a qualidade de vida delas e levá-las a bem viver, impedindo ou criando uma barreira para que atividades criminosas como o narcotráfico tenham um espaço naquelas comunidades”.
Ou seja, a complexidade da situação exige uma abordagem que vá além do combate ao tráfico, considerando os fatores socioeconômicos e as dinâmicas de poder que permeiam a região. Investir em desenvolvimento sustentável, fortalecer as instituições e garantir a presença do Estado são medidas essenciais pra combater o problema na raiz.
Então, a agenda ambiental, ela é uma agenda de segurança pública. Não tem que ser uma coisa separada, mas. E como a gente consegue fazer com que isso dê certo? Primeiro, acho que tem que fortalecer as instituições que trabalham diretamente com essa pauta, né? A presença da Polícia Federal, aqui na região amazônica, o fortalecimento institucional do IBAMA, do ICMBio, da própria FUNAI, que trata como uma questão indígena”.
Para o pesquisador, a soberania e segurança nacional são indissociáveis da presença do Estado na Amazônia por meio, principalmente, de suas instituições de defesa.
Esses órgãos governamentais que têm a responsabilidade de garantir a ordem, a soberania e a defesa da natureza e das populações, elas devem ser fortalecidas do ponto de vista institucional e ter garantias e melhores condições de trabalho. Isso é fato. Embora a gente reconheça que não é tão fácil trabalhar na Amazônia”.
O Aiala defende que os modelos de desenvolvimento pra Amazônia precisam ser repensados, abandonando as abordagens que resultaram em desmatamento, queimadas e violência, e buscando alternativas que promovam a inclusão dos povos da floresta de forma sustentável.
Alternativas como a agroecologia, o turismo sustentável e políticas públicas que valorizem a biodiversidade e as culturas locais são frequentemente citadas como caminhos pra reduzir a dependência das comunidades mais pobres em relação às atividades ilegais.
Durante a nossa conversa, ele contou que é impossível pensar em um futuro pra Amazônia sem combater o narcotráfico. A gente vai continuar falando de desmatamento, de queimadas criminosas, de grilagem, de mortes violentas, de abusos às populações indígenas, quilombolas, comunidades rurais. A Amazônia vai continuar vivendo o caos, em termos de conflitos complexos e dinâmicos.
Esse é o futuro, mas a gente pode reverter isso. E reverter isso se dá, primeiramente, por uma mudança de postura política. Não dá para a gente pensar mais numa Amazônia sem a presença do Estado, até porque a presença do Estado, ela é responsabilidade por todos esses conflitos”.
E mais:
O Estado tem que estar presente de uma outra forma agora, fomentando política pública, fomentando desenvolvimento sustentável, fomentando atividades econômicas a partir de recursos naturais, mas que retornem esse recurso para as comunidades, promovendo políticas educacionais, criando estruturas para que o mercado local tenha força, criando leis ambientais mais rígidas, fortalecendo os órgãos do Estado para combater os crimes ambientais, regularizando as terras griladas, inclusive punindo os grileiros. Ou seja, essa é a presença do Estado que a gente quer ter aqui”.
Produção, roteiro e locução: Amanda Péchy
Edição Sonora: Nilo
Revisão: Glauce Monteiro
Montagem da página: Alice Palmeira
Arte e montagem do site: Fabrício Vinhas
Direção: Marcos Colón