Amazônia em 5 minutos: acordo contra garimpo, polêmica do petróleo e COP30 em Belém
Episódio 63 do Amazônia em 5 minutos traz as principais notícias entre 18 e 24 de janeiro, como mais informações sobre a COP30 em Belém


Garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena Kayapó. Foto: Felipe Werneck / Ibama. Arte: Fabrício Vinhas.
O “Amazônia em 5 minutos” desta semana traz as principais notícias sobre a maior floresta tropical do mundo que aconteceram entre os dias 18 e 24 de janeiro. Os destaques desta semana são:
- Brasil e França assinam acordo contra garimpo ilegal na Amazônia;
- Em declaração polêmica, governador do Amapá diz que exploração de petróleo vai “ajudar a manter a floresta de pé”;
- Recém-escolhido, presidente da COP30 garante que povos amazônicos terão voz no evento.
Ouça abaixo o episódio completo:
Brasil e França contra o garimpo ilegal
O Brasil e a França assinaram um acordo para rastrear a origem de minérios extraídos na Amazônia que circulam na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, território ultramarino do país europeu na América do Sul.
A parceria envolve a realização de operações conjuntas de combate ao crime organizado em ambos os lados da fronteira e a cooperação no programa Brasil Meio Ambiente, Integrado e Seguro, o Brasil Mais.
O acordo também tem como foco o programa “Ouro Alvo”, que analisa dados geológicos sobre ouro, conferindo a assinatura físico-química deste metal e prevenindo, assim, lavagem de dinheiro e crimes ambientais ligados à extração ilegal de ouro na Amazônia.
Do lado brasileiro da fronteira, uma operação da Polícia Federal investiga uma quadrilha que, em apenas quatro meses, transportou ilegalmente 34 quilos de ouro na região, movimentando cerca de R$ 18 milhões entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024.
Exploração de petróleo vai “ajudar a manter a floresta de pé”?
Em fala polêmica durante entrevista à CNN Brasil, o governador do Amapá, Clécio Luis, afirmou que a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que pode começar em 2025, deve contribuir para a preservação da Amazônia.
A declaração acompanha a do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou neste mês que as dúvidas do Ibama sobre a exploração de petróleo já teriam sido sanadas.
No ano passado, o Ibama rejeitou o pedido da Petrobras para explorar petróleo na Margem Equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, solicitando esclarecimentos sobre o plano de proteção e atendimento à fauna oleada antes de seguir analisando o mérito da solicitação.
A expectativa é que mais de US$ 3 bilhões sejam investidos pela Petrobras para perfurar 16 poços, inclusive na foz do rio Amazonas. Até o momento, a estatal tem autorização para exploração apenas no território do Rio Grande do Norte.
Pesquisadores, organizações sociais, comunidades tradicionais e povos originários da Amazônia têm se manifestado contrários ao projeto devido aos riscos ambientais para a região, que já enfrenta desafios com seca e queimadas e está se aproximando do chamado ponto de não retorno, representando o fim da Amazônia.
Os povos amazônicos e a COP30
O recém-nomeado presidente da COP30, que será realizada em novembro em Belém, o embaixador André Corrêa do Lago, assegurou que atores locais da Amazônia serão ouvidos na fase de preparação do evento internacional.
Ele destacou a importância de escutar as pessoas que convivem com o bioma amazônico, como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, além de instituições acadêmicas e científicas.
O embaixador afirmou ainda que o Brasil tem tradição na realização de eventos ambientais, como a Eco-92, no Rio de Janeiro, e que, após o evento, é essencial que as populações locais acreditem na agenda ambiental para que ela tenha sucesso.
André Corrêa do Lago é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. O governo brasileiro ressaltou que ele trabalha com temas ligados ao desenvolvimento sustentável desde 2001 e já liderou negociações do Brasil na Conferência do Clima da ONU.
Dica cultural
A nossa dica cultural desta semana é a exposição “Paes Loureiro: Operário do Raro”, que segue até o dia 30 de janeiro no Museu de Artes de Belém.
A exposição reúne vídeos, fotos, livros e instalações em homenagem aos 85 anos do poeta e pesquisador da Amazônia.
A entrada é gratuita, e o espaço está aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. O museu funciona no Palácio Antônio Lemos, localizado no centro histórico de Belém.
Neste episódio, utilizamos informações de: CNN Brasil, Governo Federal, Revista Exame, Agência Cenarium e Agência Belém.
Produção: Revista Amazônia Latitude e Rádio Web UFPA
Apresentação e revisão: Glauce Monteiro
Edição sonora: João Nilo
Montagem da página: Alice Palmeira
Direção: Marcos Colón