Amazônia em 5 minutos: desmatamento em alta, queimadas na Bolívia e exploração de petróleo no Amapá

Episódio 64 do Amazônia em 5 minutos traz as principais notícias entre 25 e 31 de janeiro, como desmatamento em alta e queimadas na Bolívia

Capa "Amazônia em 5 minutos". Incêndio em Ñembi Guasu, Bolívia. Foto: Puya Raimondi / Wikimedia Commons. Arte: Fabrício Vinhas / Amazônia Latitude.
Incêndio em Ñembi Guasu, Bolívia. Foto: Puya Raimondi / Wikimedia Commons. Arte: Fabrício Vinhas / Amazônia Latitude.
Capa "Amazônia em 5 minutos". Incêndio em Ñembi Guasu, Bolívia. Foto: Puya Raimondi / Wikimedia Commons. Arte: Fabrício Vinhas / Amazônia Latitude.

Incêndio em Ñembi Guasu, Bolívia. Foto: Puya Raimondi / Wikimedia Commons. Arte: Fabrício Vinhas / Amazônia Latitude.

O “Amazônia em 5 minutos” desta semana traz as principais notícias sobre a maior floresta tropical do mundo que aconteceram entre os dias 25 e 31 de janeiro. Os destaques desta semana são:

  • Após recorde no desmatamento, STF cobra explicações ao governo federal sobre medidas adotadas para proteger a Amazônia;
  • Pesquisadores apontam que combate às queimadas na Amazônia boliviana tem sido insuficiente;
  • Reunião entre Petrobras e governo do Amapá sobre exploração de petróleo aponta iminência para liberação de licenciamento ambiental e início dos trabalhos na Amazônia.

Ouça abaixo o episódio completo:

STF e desmatamento

Apesar de reconhecer avanços, o Supremo Tribunal Federal cobra explicações ao governo federal sobre o plano de proteção da Amazônia e pede o fortalecimento de órgãos ambientais que atuam contra a destruição ambiental na região.

Em decisão unânime, em março de 2024, o STJ determinou que a União deveria elaborar um plano de trabalho para conter o desmatamento e as queimadas na Floresta Amazônica.

Com a ação, a expectativa do Supremo era de que os cerca de quatro mil quilômetros anuais de desmatamento na região fossem reduzidos a zero até 2030.

Na época, o governo tinha um prazo de noventa dias para entregar o projeto, mas o documento chegou ao STJ em setembro do ano passado.

Agora, ao analisar a proposta, o Supremo Tribunal Federal considerou que o governo descumpriu vários pontos da ação. Entre as principais pendências estão: a falta de definição de metas mensais; a edição de uma norma para obrigar os estados e municípios a fazer parte do Sistema Nacional de Controle e Origem dos Produtos Florestais; além da criação de um sistema de compartilhamento de dados sobre a remoção de espécies vegetais nas unidades federativas.

Desmatamento na Bolívia

A preocupação ambiental com a Amazônia vai além das fronteiras do Brasil. Um estudo publicado na revista Science se volta para o desmatamento recorde na Bolívia.

Apenas em 2024, o país perdeu uma área do tamanho de Portugal para o fogo. O texto indica ainda recomendações, especialmente sobre investimentos e políticas públicas para reduzir, no futuro, o impacto e a magnitude dos incêndios na região.

Mais de 10 milhões de hectares foram perdidos para o fogo, quase sempre criminoso e ligado à expansão da fronteira agrícola, especialmente na Amazônia boliviana. Outros ecossistemas do país também estão sob ameaça de perda de biodiversidade.

A pesquisa aponta que a atuação da Autoridad de Fiscalización y Control Social de Bosques y Tierra (ABT) nos incêndios e os recursos para combater as chamas têm sido insuficientes.

Petróleo na Amazônia

Na última quarta-feira, 29 de janeiro, a Petrobras se reuniu com o governador do Amapá, Clécio Luís, para apresentar o plano de segurança exigido pelo Ibama para ceder autorizações para o início da exploração de petróleo na Margem Equatorial, que vai da Amazônia até o Nordeste brasileiro.

Segundo a Petrobras, o plano para lidar com eventuais acidentes durante a extração de petróleo na região é o maior já produzido no Brasil.

Ainda na reunião, foi destacado que o projeto inclui dois centros de despetrificação e reabilitação de fauna. O primeiro, instalado em Belém, está em operação desde 2023 e, até março de 2025, o segundo centro será inaugurado na área do Oiapoque, no Amapá.

No encontro, o gerente-geral de exploração da Margem Equatorial, Marcos Valério Galvão, disse que pode demorar até oito anos para que a exploração de petróleo efetivamente comece na Amazônia e lembrou que, na região, o recurso mineral está a quase três mil metros de profundidade.

Petrobras e governo do Amapá garantem que os trabalhos serão conduzidos com tecnologia de ponta e com risco mínimo de contaminação. Porém, comunidades tradicionais, ambientalistas e pesquisadores são contrários à aprovação do projeto.

Além de afetar a importante biodiversidade da Amazônia, o risco de desastres ambientais na região, somado a outras ameaças como o desmatamento e a seca, pode levar a floresta ainda mais perto do ponto de não retorno, quando perderá definitivamente sua capacidade de recuperação.

Dica cultural

A nossa dica cultural desta semana é o livro “Paradô: Histórias Vividas por um Neurocirurgião na Amazônia“, do médico Erik Jennings Simões, que há 25 anos atende comunidades ribeirinhas e tradicionais que vivem próximas ao rio Tapajós, no Pará.

Para o médico, a relação entre saúde e bem-estar com o meio ambiente é latente na Amazônia. As pessoas que vivem na região são mais saudáveis quanto mais protegida está a floresta; enquanto mais segura estará a Amazônia quanto melhor estiverem suas populações: os guardiões da floresta.

A obra, republicada pela Amazônia Latitude Press, está disponível online.

Neste episódio, utilizamos informações de: ClimaInfo, Supremo Tribunal Federal, Revista Nómadas e Agência Amapá.

Produção: Revista Amazônia Latitude e Rádio Web UFPA
Roteiro: Elielson Almeida
Apresentação e revisão
: Glauce Monteiro
Edição sonora: João Nilo
Montagem da página: Alice Palmeira
Direção: Marcos Colón

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