Amazônia em 5 Minutos: o alerta de Raoni, dados alarmantes e exportação de madeira ilegal

Episódio 72 do Amazônia em 5 minutos traz notícias entre 29 de março e 4 de abril, como a denuncia de Raoni sobre os riscos do petróleo

Condecoração do Cacique Raoni Metuktire com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Foto: Ricardo Stuckert / PR. Arte: Fabrício Vinhas.
Condecoração do Cacique Raoni Metuktire com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Foto: Ricardo Stuckert / PR. Arte: Fabrício Vinhas.
Condecoração do Cacique Raoni Metuktire com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Foto: Ricardo Stuckert / PR. Arte: Fabrício Vinhas.

Condecoração do Cacique Raoni Metuktire com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito.
Foto: Ricardo Stuckert / PR. Arte: Fabrício Vinhas.

O “Amazônia em 5 minutos” desta semana traz as principais notícias sobre a maior floresta tropical do mundo que aconteceram entre os dias 29 de março e 4 de abril. Os destaques desta semana são:

  • Cacique Raoni diz que espíritos da floresta alertam sobre riscos de explorar petróleo na Amazônia;
  • Dados revelam que 20% do petróleo recém-descoberto no mundo está na região;
  • Madeira retirada ilegalmente da Amazônia está sendo vendida nos Estados Unidos e na Europa.

Ouça abaixo o episódio completo:

Destruir e destruir e destruir

Os espíritos sabem dos riscos que a gente tem ao continuar trabalhando dessa forma, de destruir e destruir e destruir.”

O trecho é parte do discurso feito na última sexta-feira pelo cacique Raoni, uma das principais lideranças indígenas e ambientais brasileiras.

Enquanto recebia do presidente Lula a Ordem Nacional do Mérito, como Grã-Cruz — o mais elevado grau da honraria — ele se manifestou contra a exploração de petróleo na Amazônia.

A cerimônia foi realizada na aldeia Piaraçu, que fica na Terra Indígena Capoto-Jarina, no Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso.

O discurso, feito em Kayapó, foi traduzido para o português por um intérprete.

E alertou sobre como manter o petróleo da Foz do Amazonas debaixo do mar garante uma terra com menos poluição e menos aquecimento.

Dados alarmantes

Dados divulgados pela plataforma InfoAmazônia mostram como a Amazônia desponta como uma das principais fronteiras na exploração internacional de petróleo.

Dos 25 bilhões de barris de óleo descobertos em todo o mundo nos últimos anos, um quinto — ou seja, 5,3 bilhões — estão na região, que é essencial para o meio ambiente e para o clima global.

Os dados reunidos por um conjunto de reportagens mostram números alarmantes.

Dos 794 blocos de exploração de petróleo e gás em toda a Amazônia, 70% estão ainda indisponíveis, ou seja, em fase de estudos ou sendo oferecidos ao mercado.

E entre os blocos já concedidos, 81 se sobrepõem a 441 terras indígenas, e outros 38 se sobrepõem a 616 unidades de conservação. Dos blocos que estão em fase de estudo ou oferta, 114 estão em terras indígenas e 58 em áreas naturais protegidas.

O movimento expansionista no mercado de energia fóssil repete o modelo extrativista que é imposto à Amazônia desde a invasão europeia na região no século XVI: mantendo acordos desfavoráveis às populações locais, instigando conflitos internos em comunidades impactadas e atraindo grupos armados e criminosos às áreas ricas em recursos e que carecem de serviços e da presença do Estado.

Madeira ilegal

Madeira retirada ilegalmente da Amazônia está sendo vendida em países como Estados Unidos, Bélgica e França.

É o que revela uma investigação internacional que aponta: 53 mil metros cúbicos de madeira com sinais de ilegalidade “saíram” da região para os mercados internacionais.

Autorizações oficiais estão sendo usadas para disfarçar essa madeira ilegal, num processo parecido com o usado para lavagem de dinheiro. A madeira “lavada” usa documento de outras áreas onde a exploração é autorizada e, assim, permite que a venda do produto não chame a atenção.

Pelo menos 19 madeireiras do Pará e 16 empresas exportadoras estariam envolvidas no esquema de “lavagem de madeira”. Sendo que 12 madeireiras e 14 empresas já possuem histórico de crimes ambientais. Do outro lado dessa cadeia, 30 empresas compram o produto nos Estados Unidos e na Europa.

A descoberta foi feita cruzando imagens aéreas de florestas onde deveria estar ocorrendo a retirada de madeira. Os dados mostram que o local onde deveria estar ocorrendo a exploração segue intacto ou ocorre desrespeitando as regras impostas pela legislação brasileira.

Dica cultural

Nossa dica cultural dessa semana é a mostra “Don’t forget, we come from the tropics”, da artista Adriana Varejão. Os trabalhos estão sendo expostos na Hispanic Society Museum e Library, em Nova York, até o dia 22 de junho.

A mostra traz um conjunto de trabalhos intitulado “Pratos”, que contém peças que misturam a mitopoética amazônica da cerâmica marajoara com outras tradições ceramistas, como a das porcelanas da dinastia Ming.

Neste episódio, utilizamos informações de: G1, InfoAmazônia, ClimaInfo e revista Vogue.

Produção: Revista Amazônia Latitude e Rádio Web UFPA
Roteiro: Victor Evangelista
Apresentação e revisão
: Glauce Monteiro
Edição sonora: João Nilo
Montagem da página: Alice Palmeira
Direção: Marcos Colón

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