Amazônia em 5 Minutos: Lula critica Ibama, cidades milenares e adaptação da fauna
Episódio 66 do Amazônia em 5 minutos traz as principais notícias entre 8 e 14 de fevereiro, como falas de Lula sobre exploração de petróleo


Capa do Amazônia em 5 minutos sobre as falas de Lula. Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação.
Arte: Fabrício Vinhas / Amazônia Latitude.
O “Amazônia em 5 minutos” desta semana traz as principais notícias sobre a maior floresta tropical do mundo que aconteceram entre os dias 08 e 14 de fevereiro. Os destaques desta semana são:
- Tecnologia ajuda a entender como funcionavam as metrópoles amazônicas pré-colombianas;
- Pássaros da Amazônia estão encolhendo para se adaptar às mudanças climáticas;
- Presidente Lula chama de “lenga-lenga” demora do Ibama em autorizar estudos para exploração de petróleo na Margem Equatorial.
Ouça abaixo o episódio completo:
Metrópoles amazônicas
Durante a invasão do continente americano pelos europeus no século XV, falava-se de um mundo verde e em branco, pronto para ser explorado. Agora, pesquisas têm construído mapas em 3D que confirmam que a Bacia Amazônica, por exemplo, era repleta de grandes metrópoles.
Cidades com jardins, praças, pomares, áreas de pesca e palácios onde viviam milhares de habitantes. Além disso, esses núcleos urbanos eram geridos de maneira muito mais sustentável, o que pode nos ajudar a melhorar a vida atual de quem mora na Amazônia.
A cidade de Kuhikugu, no Alto Rio Xingu, no Pará; a cidade de Llanos de Mojos, no sudoeste da Amazônia boliviana; e a recém-descoberta urbanização no Vale Upano, no Equador, são exemplos de centros urbanos complexos, com estradas e habitações em um sofisticado planejamento urbano.
As mudanças climáticas e dos pássaros
Pelo menos 77 espécies de aves apresentam mudanças em seus corpos devido aos efeitos do aquecimento global sobre a fauna amazônica.
Há quatro décadas, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, observam como os pássaros que vivem em uma área de floresta conservada estão ficando menores.
As espécies estão de 5% a 10% mais leves e com asas de 6% a 12% maiores — estratégias para sobreviver em um ambiente cada vez mais quente e com maiores índices de chuva.
Os arapaçus-bico-de-cunha, por exemplo, ficaram 0,38 gramas mais leves, e suas asas cresceram cerca de 1,45 milímetros entre 1990 e 2019.
Lenga-lenga do Ibama?
Uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou polêmica. Em entrevista à Rádio Diário FM, em Macapá, no Amapá, o presidente reafirmou que apoia a exploração de petróleo na Margem Equatorial e chamou de “lenga-lenga” a demora do Ibama em autorizar os estudos exploratórios na região, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte.
A liberação das pesquisas para exploração de petróleo na área é um compromisso que o presidente assumiu com o novo líder do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), onde se estima que possam haver mais de 30 bilhões de barris de petróleo.
A expectativa é de que uma reunião entre a Casa Civil e o Ibama ocorra nos próximos dias para tratar sobre a autorização à Petrobrás para o início das pesquisas e exploração na região.
O Ibama recusou a licença à Petrobrás em 2023. Ambientalistas, pesquisadores e movimentos sociais – inclusive comunidades tradicionais da Amazônia – se manifestaram contra o projeto, devido ao risco de vazamentos que possam afetar de forma irreversível o ecossistema da maior floresta tropical do planeta.
Em nota, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lembrou que o Ibama “não dificulta ou facilita processos de licenciamento”, apenas cumpre a legislação.
Dica cultural
Nossa dica cultural dessa semana é a mostra Ver-o-Norte, que até 23 de fevereiro apresenta mais de 30 filmes produzidos na ou sobre a Amazônia.
A mostra reúne a visão de diretores e produtores locais, além de profissionais do cinema que visitaram a região, oferecendo ao espectador múltiplas perspectivas sobre a maior floresta tropical do mundo e seus habitantes.
As exibições têm entrada franca e ocorrem na sede da Caixa Cultural Rio de Janeiro, na Rua do Passeio, número 38. Os ingressos podem ser retirados meia hora antes de cada sessão. Mais informações pelo telefone (21) 3980-2019.
Neste episódio, utilizamos informações de: The Guardian, Plataforma Sumaúma, Agência Brasil, BBC e Tela Viva.
Produção: Revista Amazônia Latitude e Rádio Web UFPA
Apresentação, roteiro e revisão: Glauce Monteiro
Edição sonora: João Nilo
Montagem da página: Alice Palmeira
Direção: Marcos Colón