Amazônia Latitude em fotos: 2022

Homem indígena mais velho com cocar azul e vermelho ergue o punho ao alto no Acampamento Terra Livre
Foto: Anderson Barbosa/Amazônia Latitude

Em 2022, a Amazônia esteve no centro do debate global por motivos bons – como o protagonismo na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27) – e, mais frequentemente, por motivos ruins – como as mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira. No Brasil, após as eleições, as discussões sobre a maior floresta tropical do planeta ganharam força com novas perspectivas para os próximos anos.

Janeiro: Impactos do porto da Cargill em Abaetetuba
O desenvolvimento da Amazônia vendido pela Ditadura Militar levou e ainda leva mega empreendimentos à região. O porto que a empresa de processamento de alimentos Cargill pretende construir em Abaetetuba, no Pará, é um desses projetos de desenvolvimento. Os impactos que o porto terá sobre a vida da população extrativista e coletora da cidade, entretanto, são preocupantes.

Um grupo de pescadores em Abaetetuba (PA) no rio.

Comunitários da Ilha do Capim, Abaetetuba (PA), realizando a pesca com a rede de três malhos no Igarapé Vilar.
Foto: Jacy Santos, 2020.

Fevereiro: A poética da Pan-Amazônia
Fernanda Cougo escreveu sobre a cultura e a literatura da Amazônia a partir das experiências que viveu dentro da Pós-Graduação na Universidade Federal do Acre. Para ela, a literatura latino-americana deve ser repensada, de forma que a multiplicidade de tradições orais, culturas e imaginários das/nas Amazônias – e toda a sua poética – sejam valorizados.

Homem com boné vermelho escrevendo em um caderno. Ele está sentado em uma canoa em um pequeno porto de madeira.

Foto: Marcos Colón/Amazônia Latitude

Março: Especial Modernismo na (e da) Amazônia
Em fevereiro de 2022, foi comemorado o centenário da Semana de Arte Moderna, que aconteceu de 13 a 17 de fevereiro de 1922 em São Paulo. O Modernismo paulista recebe destaque em vestibulares, materiais didáticos e na mídia. Mas e o Modernismo amazônico? Para comemorar a data, a Revista Amazônia Latitude produziu uma série de conteúdos, como entrevistas, reportagens e podcast sobre o que foi o Modernismo na e da Amazônia e quem foram seus principais representantes.

Homem idoso indígena com o rosto pintado de vermelho e uma faixa com imagens de flores ao redor da cabeça.

Foto: Vicente Tan

Abril: 18º Acampamento Terra Livre (ATL)
No quarto ano do governo de Jair Bolsonaro, que prometeu não demarcar terras indígenas e assim o fez, a 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) reuniu mais de 8 mil indígenas de 200 povos em Brasília. A fotorreportagem de Anderson Barbosa mostra cenas da mobilização, que aconteceu entre os dias 4 e 14 de abril e seguiu o tema “Retomando o Brasil: Demarcar territórios e aldear a política”.

Criança indígena sobre os ombros de um homem adulto em protesto em Brasília. Ambos estão pintados de terra e urucum. Do lado direito, um bebê mama no peito da mãe.

Foto: Anderson Barbosa/Amazônia Latitude

Maio: Relatório – Qual é a percepção da sociedade brasileira sobre indígenas?
O “Relatório Povos Tradicionais” foi realizado pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos e publicado em 4 de abril deste ano. A pesquisa revela qual é a percepção dos brasileiros em relação aos povos indígenas, muito influenciada pela desinformação. “O lugar dos povos indígenas na sociedade brasileira é, de fato, o lugar do outro – um outro desconhecido, estranho e que incomoda”, afirma o relatório.

Close do rosto de um homem indígena de cabelos curtos e escuros, olhos castanhos, que olha para longe.

Foto: Kiyoshi/Unsplash

Junho: Bruno e Dom
As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips expuseram ao mundo o descaso com as políticas ambientais e a violência contra ambientalistas no Brasil. Bruno e Dom são vítimas da expansão capitalista na Amazônia – com a agropecuária, a mineração e os monocultivos –, ainda mais evidenciada pelo governo de Jair Bolsonaro, presidente que deslegitimou órgãos de fiscalização e incentivou práticas como o garimpo ilegal e a grilagem de terras.

Arte colorida que mescla imagens da Amazônia e do indigenista Bruno Pereira e jornalista Dom Phillips, assassinados na floresta.

Arte: Fabrício Vinhas/Amazônia Latitude

Julho: 10º Fórum Social Pan-Amazônico
Entre os dias 28 e 31 de julho, Belém (PA) recebeu a 10ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA). As mesas do evento demonstraram que a Pan-Amazônia é um espaço geopolítico importante para o futuro da humanidade e debateram sobre o tema a partir de uma perspectiva interna. A cobertura especial do FOSPA realizada pela Amazônia Latitude foi feita com a colaboração de alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Foto: Rafael Miyake/Amazônia Latitude

Agosto: Garimpo no território Munduruku
Os indígenas Munduruku que vivem no vale do rio Tapajós presenciaram a chegada de colonizadores à região em diferentes processos históricos: nos ciclos da borracha nos séculos 19 e 20; nas décadas de 1960 e 1980, com projetos de expansão agrícola e minerária, e hoje, nos municípios de Itaituba e Jacareacanga (PA).

Homens colocando uma placa de Terra Protegida em uma árvore na Terra Indígena Sawré Muybu.

Foto: Bárbara do Nascimento Dias

Setembro: Análises pré-eleições
Neste artigo de opinião, Philip Fearnside, ganhador do prêmio Nobel de 2007 e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), analisou os históricos dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) em relação às suas políticas ambientais.

Montagem de fotos mostra candidato à presidência Lula, do lado esquerdo, vestindo terno cinza e camisa azul, e Bolsonaro à esquerda, vestindo terno preto e gravata listrada.

Bolsonaro indicou que pretende continuar suas políticas que enfraqueceram o controle ambiental no atual governo, enquanto Lula quer reconstruir órgãos ambientais. (Foto: Senado)

Outubro: Cinema em foco
Em outubro, os conteúdos especiais sobre o IV Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FIFEP) e os perfis dos protagonistas de “Pisar Suavemente na Terra” (2022) fizeram o cinema entrar em foco nas produções da Amazônia Latitude.

A cacica do povo Akrãtikatêjê, Tônkyre Akrãtikatêjê, em pé sobre os trilhos de uma ferrovia. Tônkyre é iluminada por uma luz que vem de cima, e o sol se põe atrás dela.

Foto: Marcos Colón/Amazônia Latitude.

Novembro: COP27 e a Amazônia no centro do mundo
Um dos temas que ganhou destaque na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27) foi a Amazônia. “Soa-nos como uma espécie de bálsamo que a Pan-Amazônia e, mais especificamente, a Amazônia brasileira, esteja retomando a sua centralidade”, contou Laura dos Santos Rougemont, professora e geógrafa. Apesar do protagonismo amazônico no cenário internacional, a história da floresta ainda carrega uma grande carga de tragédias. Em “Qual Amazônia está no centro do mundo?”, Rougemont fez uma relação entre mulheres, violência política e amazônias silenciadas.

Arte com foto de mulheres indígenas da Amazônia, entre folhas verdes e uma luz alaranjada, olhando para o horizonte.

Arte: Fabrício Vinhas/ Foto: Marcos Colón, Amazônia Latitude

Dezembro: A Vida é Selvagem
Para Ailton Krenak, a vida urbana e afastada da floresta pode ter afastado os seres humanos de uma “potência de existir” que todos carregam. Ele defende repensar o urbanismo de forma a fazer com que a floresta exista em nós, em nossas casas e em nossos quintais. “Temos que parar com essa fúria de meter asfalto e cimento em cima de tudo.”

“La Redención” 2022, acrílico sobre lienzo 1mx1m, exposición Nhe’ē Porã, Museu da Língua Portuguesa. Pintura: Daiara Tukano

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